XV. Tudo Converge

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 — Não acredito, Luke! — pasmou Amanda.

Após ouvir toda a história, por entre muitos "vixis!" e "eitas!", Amanda não fazia ideia do que falar para o amigo.

— Como você está? — compadeceu-se.

— Ficarei bem. Foi difícil me ouvir sendo adjetivado... pior ainda imaginar que essa pecha nunca mais vai me deixar, mesmo que eu prove minha inocência.

— Não tem como você ter-

— Pelas informações dos advogados, ela teve uma relação sexual naquela noite, logo esses foram os fluidos recolhidos... mas... sei que provarei minha inocência quanto a isso.

— Mesmo que tenha acordado com uma polução, ainda será possível que entendam que você não foi quem praticou o ato sexual. — A moça disse com otimismo.

— Eu só posso dizer do que já fiz — deu de ombros. — Apesar de ter sentido um grande misto de coisas, eu consegui colocar a mente no lugar com a visita do imam...

— Isso é ótimo! Virei vê-lo de novo... sempre que puder!

— Negligenciará o trabalho? — Nem acreditou naquilo.

— Se preciso! — exclamou, convicta. — Não imagino o quanto é complexo para você, casto, lidar com isso tudo! Dormi bêbada ao seu lado, Luke, após te pedir em casamento!

Ele não conseguiu se conter e riu, meneando a cabeça.

— Como alguém pode te acusar disso? Impossível!

— Tenho certeza que logo saberemos o que está por trás disso... — falou esperançoso. — Ela me pareceu estranha desde o princípio... conversei com o pai sobre você... sobre nós.

— Ai, que vergonha! — A moça riu, encolhendo-se.

— Talvez... pela mentira... 'né!? — lamentou, retórico.

— Manterá sua demissão, Luke?

— Preciso... para preservar as ações da empresa é muito necessário... Mesmo assim, como estratégia para resistir, você deve buscar outras fazendas até a segunda ordem, entendeu?

— Apesar de entender a necessidade, não gosto. — O semblante da moça ficou mais sério. — Como fica sua família? Vocês têm funcionários... despesas... animais...

— Converso com o pai e tenho até algumas sugestões para ele. Não precisa se preocupar... eu ainda sou um gênio das finanças — sorriu, respirando fundo.

Acabou não restando muito tempo para a visita de Amanda, mas, antes de partir, ela o abraçou forte, pedindo:

— Aguenta firme!

— Consigo lidar, habibti... obrigado pelo carinho!

Ao se desvencilhar, ela sorriu para ele e saiu.

Luke se recostou na parede e fechou os olhos.

"Paciência...", era o que repetia para si quando não estava ocupado com suas orações do dia ou seus muitos planejamentos para lidar com os impactos da ocorrência.

***

— Tenho certeza que tudo dará certo! — Ibrahim tentava acalmar a esposa. — Nossos advogados podem lidar e só nos basta confiar em nosso filho e em sua educação.

Mesmo tão confiante que o filho jamais tomaria uma atitude tão covarde com qualquer pessoa, Luiza tinha seus altos e baixos — dos momentos confiantes aos mais melancólicos.

Para Sempre LaylaOnde histórias criam vida. Descubra agora