XXV. Esqueletos no Armário

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 — Hm... parece que temos problemas. — Roberto riu.

Com a incômoda reunião marcada para a segunda-feira, Amanda não dormiu tão bem da sexta-feira para o sábado. Acordou nitidamente mal-humorada e Roberto percebeu.

Ela sorriu amarelo e seguiu à mesa de café da manhã.

— Ah, pai! — A moça arfou. — Tive uma péssima noite!

— Tira o resto do dia para descansar... talvez um dia de salão de beleza ou spa melhore essa carinha — riu.

— Vou ficar em casa mesmo.

— Liga para o namorado! — brincou.

— Talvez eu ligue mesmo... não sei...

Hm... namorados mesmo? — Levantou uma sobrancelha.

— Não tenho muita certeza, meu pai. Acho que não.

— Bom, tenho uma reunião com ele na segunda... e ainda não sei qual é o assunto. Cuidarei de perguntar pessoalmente.

— Ah, pai... jura? — A moça franziu o cenho.

— Claro, eu sou seu pai, lembra!? — riu.

— Sem perguntas embaraçadoras e essas coisas... por favor! Eu já sou presidente da empresa... não me faz voltar para a adolescência! — A moça o pediu. — Sabe que te amo, não é?

— Sei e eu também te amo. — Ele lhe sorriu. — Não serei tão embaraçador com ele. Não se preocupe. Nem sei qual será o assunto tratado. Infelizmente, ele não falou à secretária.

Hm... pergunto e te falo — sorriu, piscando para ele.

Após a tranquila refeição, Amanda foi ao quarto. Tentou dormir, mas só revirou na cama por entre péssimos cochilos.

Deixou a ligação de Luke para a tarde, quando estaria com a voz melhor — esperando que ele não percebesse.

Salaam aleikum, habibti... — Ele a atendeu.

— Boa tarde, Luke. Como está?

Ainda estava deitada na cama quando ligou.

Eu me sinto bem... e você? Aconteceu algo?

— Nossa, Luke! Esperei metade do dia! — A moça o repreendeu, rindo. — Ao menos finge, sei lá.

Não entendi — riu. — Nem gosto de fingimentos... mesmo que gostasse, seria difícil saber o que devo fingir.

— Deixa para lá. Enfim, como você está hoje?

Bem, habibti... tem certeza que não quer minha ajuda?

Amanda silenciou. Não queria lidar com a reunião só, mas também não tinha vontade de, subitamente, se entender como alguém vulnerável ou tão frágil a ponto de pedir ajuda.

Habibti?

— É que... o pai falou comigo sobre sua reunião com ele... e eu fiquei preocupada. — O orgulho venceu o embate.

Hm... só isso? — riu. — Sim, liguei para marcar uma reunião... planejo falar de negócios e de nós dois.

— Nós dois!?

Claro, habibti... casaremos, não é!? É muito importante que eu não negligencie o homem mais importante da sua vida!

Amanda acabou sorrindo de canto de boca. Acanhou-se, mas relaxou rápido ao lembrar estar sozinha no quarto.

Para Sempre LaylaOnde histórias criam vida. Descubra agora