XXXI. Sonhar, Acima de Tudo

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 No decorrer da semana seguinte, a notícia que a acusação contra Samira sofreria de alguns atrasos chegou para Luke.

Ele já tinha certeza que isso ocorreria, mas seu pai confirmou que viram a moça e o pai na Arábia Saudita.

A justiça não precisava de elementos tão complexos para ser lenta... com esse adendo, era inevitavelmente pior!

Outra má notícia se uniu às péssimas-novas da semana: o desaparecimento de Farhad do hospital, algo que Luke teve contato pelo amigo policial, falando apenas para Roberto.

Amanda já voltara ao trabalho e, devagar, começava a reconstruir confiança — mesmo que, para isso, usasse dois seguranças nos momentos que não eram de cunho íntimo.

Na quinta-feira, Luke e Amanda se reuniram para almoçar juntos. Acabaram passando da hora, começando a traçar como seria o noivado e também falando de negócios.

Acabaram concluindo que ele retornaria ao seu lugar na empresa; segunda-feira seria o dia que ele se reuniria com a mesa diretora para julgarem se o retornariam.

— Poderíamos ir à sua ou à minha casa... — Luke sugeriu à moça. — Tiramos o resto do dia para lidar com a organização do noivado... escolhemos o que servir e essas coisas — sorriu.

Hm... fico tentada pelo convite! — A moça riu.

— Eu adoraria que fosse um convite meramente casual, mas quero conversar com você e isso exige que eu te tire do trabalho... ao menos por hoje. — Ele acariciou o rosto da moça.

Apesar da seriedade do assunto, Luke parecia calmo. O assunto lhe irritava, mas, com esforço, ele não transpareceu.

— Tem que avisar... — Preocupou-se. — O que houve?

— Eu já falei com seu pai e ele assumirá pelo resto do dia...

Amanda se surpreendeu e apenas assentiu com a cabeça. Presumiu ser algo muito sério para que Luke se adiantasse tanto — e conseguisse contar com ajuda de seu pai!

— Podemos ir à minha casa? — A moça pediu.

— Você escolhe! — Luke lhe sorriu.

— O pai me deu uma garrafa de Opus One 2007... fiquei curiosa... ele disse ter um sabor diferente do habitual e ouvi ótimas recomendações desse vinho.

— Sem problemas... contanto que não exagere! — alertou.

— Prometo! — Ela riu. — Nunca perguntei... por que aceita beber comigo se é haram? — Ela franziu o cenho.

— O pai me ensinou que os excessos, a paixão por beber, é onde mora o problema... a obra do demônio dita no Corão. O imam sempre falou o contrário, mas acostumei — riu.

— Entendo... não tem tipo uma proibição... não beberás!

— Um hadith diz: "Deus amaldiçoa o vinho, quem bebe, serve, vende, compra, transporta, recebe e aquele para quem é feito, e dá uma informação segura sobre o vinho: ele é a mãe de toda abominação." — O jovem explicou, olhando-a.

— Você sempre exibe muita culpa com tudo que é haram, mas não o faz quando consome alcoólicos... por quê!?

— Segundo o Corão, devemos evitar o vinho, o jogo de azar, altares e setas adivinhatórias... eles são abomináveis. O pai não me preparou só para ser religioso, mas também para ser um bom homem de negócios, capaz de transitar nesse mundo...

— E qual é a ligação?

— Basta lembrar da sua palestra... consigo evitar beber muito, não me agrada nem um pouco mesmo! Contudo, nem sempre consigo evitar tudo, logo, poder beber um copo sem me embriagar é muito necessário — riu.

Para Sempre LaylaOnde histórias criam vida. Descubra agora