— Argh! Odeio essa mulher! — Marcelo reclamou.
Ele vivia numa casa relativamente pequena, padrão para alguém de classe média. Era alto e bem forte; tinha cabelo escuro bem cortado e não usava barba.
— Sei que ela é bem conectada com políticos e odiamos nos envolver com essas coisas. — Luke suspirou, dando um gole na água gelada. — Não tenho nenhum indício, mas odeio pensar que a compra dela está atrelada a problemas.
— Com certeza está. Soube que vocês sofreram um baque do cacete com aquela acusação. — Marcelo torceu o rosto. — De repente, a problemática resolve comprar ação dos envolvidos? Claro que tem problema... nem precisa ser um gênio!
— Já pedi para Amanda se mexer na exportadora e falarei com os meus... já vou lidar com auditorias e todo o necessário para estarmos prontos para acionar vocês.
— Conta comigo! — assentiu com a cabeça. — O que tem agora é realmente pouco para ir até a polícia... mas, continua com seu trabalho e posso tentar dar uma averiguada por fora.
— Realmente agradeço.
— Agora, que história foi essa de abuso, árabe!? — Marcelo fitou o colega, franzindo o cenho. — Sempre foi todo virjão, de repente... o que houve, cara?
— Meu pai está doido para me casar há um tempo... Levou um amigo e sua filha em casa e, à noite, ela entrou no meu quarto seminua... u-um inferno! — arfou, meneando a cabeça.
Perplexo, Marcelo só conseguiu xingar ao ouvi-lo.
— Soube que eles estão meio sumidos, 'né!?
— Pois é. Representei contra ela junto ao Ministério Público, mas as coisas não andam rápido — deu de ombros.
— Um colega de farda ficou bem encasquetado com esse seu caso e tem acompanhado. Eu já sabia que era uma óbvia armação — riu. — Não era possível mesmo!
— Obrigado! — Luke riu.
— Seu pai ainda quer te casar?
— Sim, mas, agora, eu estou... hm...
— Eita, árabe! Que é isso, hein? — Ele brincou num tom irônico. — Estou vendo um possível anúncio de sabe-se lá como islâmicos chamam namoro? — Franziu o cenho, rindo alto.
— Namoros ainda chamam namoros — riu. — Não são tão indecentes, mas ainda são namoros... e, na prática, já sabemos que casaremos; já somos amigos... só nos demos tempo para conversar, antes de começar os preparativos do casamento.
Espalhafatoso e bruto, Marcelo deu uma gargalhada ainda mais alta e abraçou Luke, que nem reagiu por ficar confuso.
— Meus parabéns! — repetiu algumas vezes.
— Obrigado!
— Quem? A tal Paola da faculdade? — riu.
— Nunca! — Luke meneou a cabeça rápido.
O corpo chegava a arrepiar com o medo de ser obrigado a casar com Paola. Ela era uma moça bonita, loira de olhos claros, longos cabelos e corpo belo, mas nunca o agradou.
Na infância, Ibrahim se esforçou para aproximar o filho da mocinha dos vizinhos, mas Paola tinha uma postura completamente diferente do que eles lidavam em casa.
Ao observá-la, Luke se deparava com um comportamento alienígena dada a vivência com seus pais e parentes, e a vivência com Roberto e Amanda que, mesmo não-muçulmanos, eram devidamente entendidos de seus hábitos e sua etiqueta.
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Para Sempre Layla
RomanceHá muitos, existiram Qays e Layla. Apaixonados desde a infância, o amor de Qays por Layla era tão forte que ele se tornou conhecido como Majnum Layla, ou louco por Layla, em todo o deserto. Julgado pela sociedade, Qays precisou se afastar do pov...