"Droga! Estraguei tudo...", era o que a culpa vivia repetindo na mente de Amanda que não se contentava com a resolução da reunião com o sucessor Nazari.
Enquanto na reunião dos diretores, a moça não conseguiu prestar atenção em absolutamente nada. Estavam todos reunidos e ela estava avoada.
— Amanda? — Luke a chamou.
Estava de pé, falando do que traçou como estratégia do setor financeiro conforme os diferentes cenários que poderiam se apresentar no decorrer do ano.
— Hm? — Ela o olhou. — D-desculpa! Não me sinto bem.
A visão da moça embaçou enquanto o olhava.
— O que está sentindo? — Roberto se preocupou.
— E-eu... não tenho...
A moça silenciou, pondo as mãos na cabeça.
Devagar, seu corpo começava a perder forças e ela não pôde fazer nada para combater tal sensação.
Mais jovem, Luke foi quem correu para ampará-la.
Chamou-lhe pelo nome algumas vezes, mas Amanda apenas desfaleceu. Preocupando todos os reunidos à mesa.
Roberto acionou a emergência sendo acompanhado pelo CFO até o hospital. Luke conhecia a prévia história do velho homem com hospitais e ficou preocupado.
Demorou para terem notícias do médico que chamou o ocorrido de mal-estar gerado por estresse. Amanda ficaria pelo resto do dia no hospital em observação.
"Estou no hospital com Roberto e Amanda... ela teve um problema numa reunião... não voltarei para casa!", dessa vez Luke lembrou de falar com a mãe sobre sua ausência.
"Estou a caminho!", a mulher respondeu rápido.
O semblante de Roberto estava aturdido e lágrimas caminhavam pelo olhar do velho homem, apesar de sua postura forte não parecer esmorecer.
— Ela ficará bem, senhor. — Luke o tranquilizou. — Comuniquei à mãe e ela virá... espero não causar nenhum incômodo por comunicá-la do ocorrido.
— Jamais, garoto! — Roberto meneou a cabeça.
— Trarei um pouco d'água! — disse.
O jovem se levantou apressado para comprar uma garrafa d'água mineral, pensando apenas em Roberto.
Ao chegar, Luiza foi até Roberto diretamente. Suspirou ao vê-lo recostado, cobrindo os olhos com um dos braços.
— Não pode se deixar enganar... achando que é o mesmo. — Foi o que a mulher disse, se aproximando do amigo. — Tenho certeza que ela ficará bem...
— Nunca senti tanto medo! — Roberto suspirou e uma das teimosas lágrimas caíram. — Deve ser de tanto trabalhar... eu deveria ter parado... insistido para ela descansar.
— Calma! — Luiza sentou ao seu lado.
Tocando o ombro do amigo, pôde senti-lo trêmulo.
A mente de Roberto estava muito bagunçada. Só pensava quando perdera esposa e filho, sentado naquele mesmo banco, vestindo a mesma miserabilidade.
Foi o dia em que aprendeu não haver dinheiro que o faça ser maior ou mais forte que a vida, o destino. Nada pode impedir que os ventos do tempo continuem a soprar.
Luke não pôde impedir a tristeza da mãe de tocá-lo, mas se aproximou e serviu a água de Roberto, que negou num primeiro momento, mas cedeu à insistência de Luiza.
— E o pai? — Luke indagou a mãe.
— Ficou em casa... tem reunião cedo... Como você está aqui, ele não se incomodou que eu viesse só. — Ela sorriu. — Já têm alguma notícia da pequena?
— Até onde sabemos... estresse. — Luke a respondeu.
— Entendo. Ela é forte! — afirmou com otimismo.
Os três silenciaram para aguardarem pela noite.
Roberto acabou cochilando e Luiza também, mas Luke ficou acordado. Alerta, observava cada movimento próximo.
Em meio a noite, dois médicos correram ao interior do quarto onde Amanda estava; fazendo Luke se levantar para tentar saber o que estava ocorrendo.
Passando rapidamente pela entrada, eles deixaram a porta aberta e Luke avistou o momento em que um dos doutores tentava impedir Amanda de sair da cama.
Sem ninguém atrelado a ele, o monitor cardíaco apenas fazia o constante som de ausência de batimentos — o que causara o alerta para a rápida chegada.
— Teimosia? — Luke perguntou, meneando a cabeça.
Amanda ainda estava aturdida, mas o olhou. Cerrou os olhos para focar a visão, confirmando ser realmente ele.
— E-eu... tenho que... a-avisar... o pai!
— Minha mãe está aqui... ele está no corredor com ela. — Tentou tranquilizá-la. — Deixa os médicos te ajudarem e fica deitada... precisa descansar, habibti.
Decidindo ouvi-lo, Amanda se acalmou. Permitiu que os doutores lhe ajudassem, ambos aproveitaram para realizar uma nova avaliação de sua saúde — que já apresentava melhora.
— E-eu... posso? — Luke indagou os doutores.
— Claro... só não recomendamos o contato íntimo. — Um dos homens lhe disse, presumindo serem um casal.
— C-claro. — Ele assentiu.
Acanhou-se pelo mal-entendido, mas decidiu não aumentar seu constrangimento tentando reparar. Seguindo à cama, ele repreendeu Amanda com o olhar.
— C-como foi a reun-
— Não vamos trabalhar agora, habibti. — Ele meneou a cabeça. — Precisa parar um pouco... seu corpo está pedindo!
— E-eu... — O olhar de Amanda lacrimejou e ela suspirou.
— O que houve na reunião? Não falou ontem, mas não está bem desde então e todos perceberam que não está!
— E-eles não querem... tenho que... — A voz tão trêmula e os muitos soluços simplesmente a impediam de falar.
Compadecido, Luke sentou ao seu lado e segurou sua mão. O corpo de Amanda estava bem trêmulo e ela começou a chorar, como uma criança extremamente frustrada.
Foi um momento de muita aflição para Luke, que sequer entendia o que estava acontecendo. Sua cabeça presumiu muitos absurdos, incluindo um abuso por parte do homem.
Infelizmente, sua preocupação permaneceu sem resposta. Depois de muito chorar, Amanda acabou voltando a dormir e o silêncio fizera o mesmo com Luke.
Nos momentos em que o sono da moça se agitara e ela apertou a mão de Luke, ele despertou aturdido. Não voltou a ter um sono pesado, sendo uma noite muito ruim.
Cedo, os médicos voltaram ao quarto.
Fizeram sua terceira avaliação e concluíram dá-la alta, pedindo que ela fosse mais atenta à sua saúde e buscasse alguns profissionais para ajudá-la.
— Dois dias de repouso absoluto!? — Amanda franziu o cenho, olhando para os doutores quase desesperada.
— Sim, senhora.
— Impossível!
— Posso ajudar com as coisas para o fim de semana... — Luke se ofereceu. — É bom que descansa e consegue estar bem para palestrar. Gosto muito da recomendação.
— Ficamos felizes com isso, mas é para o bem da senhora. — Um dos médicos riu, olhando-a. — Cuide-se!
Os médicos cumprimentaram todos e saíram.
Foram alguns preparativos para Amanda finalmente poder sair. Antes de deixar o quarto, o abraço apertado de Roberto foi o que a fez parar de reclamar do tempo de descanso.
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Para Sempre Layla
RomantizmHá muitos, existiram Qays e Layla. Apaixonados desde a infância, o amor de Qays por Layla era tão forte que ele se tornou conhecido como Majnum Layla, ou louco por Layla, em todo o deserto. Julgado pela sociedade, Qays precisou se afastar do pov...