𝘼𝙣𝙖𝙩𝙤𝙢𝙮 𝙤𝙛 𝙇𝙤𝙫𝙚 🦋 Kakashi Hatake

Capítulo 09

Kakashi

Hina Hatake

Leio e releio o nome no memorial de pedra, gelado, tão gelado quanto a minha vida e tudo que está nela.

Ao lado do memorial de minha filha, há outro.

Rin Nohara

Eu só queria que estivessem aqui...

Meu celular vibra constantemente em meu bolso, o incômodo me obriga a pegá-lo.

Raya: 15 chamadas perdidas.

— Oi.

— Inferno, onde você está!? Por que não atende minhas ligações!?

— Estou... estou no cemitério.

— Chorando no túmulo da sua ex esposa? E se esqueceu que tem uma atual!?

Abri a boca para responder, mas a fechei logo em seguida.

Incrível como uma mulher que mal me conhece se comoveu com o meu sofrimento, enquanto minha noiva não o entende.

Encerrei a chamada sem me importar com o que ela iria ou não pensar.

Não durei muito tempo ali, entrei no carro e fui para casa.

Lar
Amargo
Lar

Abro a porta e retiro o jaleco, deixando-o no cabideiro, olho para a casa, vazia e escura, acima de tudo, silenciosa.

Fazem três anos que não sou recebido com um abraço e um beijo.
Fazem três anos que essa casa continua vazia e silenciosa.

Tranco a porta e vou direto para o banho, o peito dói e é difícil respirar, como se o peso do mundo estivesse sobre meus ombros.

Tento não chorar, mas é difícil quando me lembro que um dia tive Hina em meus braços, como um bebê. Difícil quando me lembro das apresentações da escola, quando, a cada dia da minha vida, caio ainda mais na real de que eu perdi tudo isso.

As pessoas olham Rin com fraqueza, por ter escolhido o suicídio. Mas nenhuma dor dói mais que perder um filho e se eu não tivesse feito uma promessa a mim, teria escolhido o mesmo.

Saio do banho, me visto e, enquanto tomo caminho para a cozinha, por algum motivo paro em frente ao quarto de Hina.

Respiro fundo.
Vou até meu quarto, abro a gaveta da cômoda, pego a chave e destranco a porta.

Faz mais de um ano que não abro essa porta, uma vez que decidi que permaneceria trancada.

Meus olhos se enchem em questões de segundos e desabo ali na porta, todo o peso que segurei está no chão.

Olho todo o ambiente, os unicórnios de pelúcia sobre a cama, as paredes pintadas com borboletas e o teto com estrelinhas neon.

"Sinto muito, papai, mamãe. Ela está em estado terminal, tem dez dias de vida pela frente"

Flashback

Alguns soluços me acordam de madrugada, geralmente são os de Rin, mas dessa vez o choro não vem dela, porque ela não está aqui.

Me aproximo de Hina, que olha para mim com os olhos cheios de lágrimas e o rostinho vermelho de chorar, me sento ao seu lado, na cama.