Capítulo 7

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Meu pai andava de um lado para o outro em sua sala de estar, o copo de uísque na mão balançava tanto quanto ele. Seu olhar caiu sobre mim, como se estivesse prestes a colapsar.

— Se não fosse o Javier você estaria morta. — Ele diz irritado. — Ele salvou sua vida.

— Eu sei, faz parte do nosso trabalho correr esses tipos de risco. Estou bem, não tem porque ficar tão nervoso.

Carrillo parecia que iria explodir a qualquer momento.

— Eu vou colocar as mãos no Poison, e vou acabar com ele, filho de uma puta.

— Nem sabemos se foi ele. — Me encosto no sofá tranquilamente.

— Tenho certeza que foi, o Suárez deu com a língua nos dentes, ao mesmo tempo que sou grato pelo Javier ter te protegido eu tenho vontade de amassar aquele nariz dele.

— Pai, ele não fez por mal, estava tentando resolver as coisas do gato do Steve e acabou dando nisso.

— Que porra de gato, Louise. Vocês deveriam estar me ajudando a pegar esses filhos da puta e não se preocupado com a porra do gato daquele gringo.

Reviro os olhos e respiro fundo.

— Ao menos estou bem, é o que importa.

— Sim, mas porque seu rosto está com essa marca? Me disseram que você não bateu a cabeça. — Seus olhos estavam atentos em cada parte do meu corpo.

Não tinha marca em meu rosto. Não que eu lembrasse.

— Não sei.

— Louise, não minta. Quem foi o desgraçado que encontrou em você?

— O Javier já resolveu isso, não precisa se meter.

  Tudo a minha volta parecia girar quando eu imaginava ele tentando resolver algo sozinho, meu pai era péssimo nisso. Quase sempre resultava em algum tipo de agressão, e não era qualquer agressão.

— Você e o Javier estão tendo alguma coisa? — A sobrancelha dele arqueou rapidamente. — Você só fica com ele e aparentemente ele está cuidando de você melhor que qualquer outra pessoa já fez.

— Claro que não, somos só colegas de trabalho.

— Essas coisas não dá certo, misturar nunca é bom, mas se misturar também, quem sou eu para dizer algo. — O humor dele muda rapidamente, e ele se senta ao meu lado no sofá. — Seu quarto está lá em cima intacto, pode voltar para casa quando quiser, não precisa ficar morando naquele apartamento sozinha. Sinto falta de ficar assistindo filme com você, passar algum tempo juntos quando toda essa merda não está acontecendo.

— Eu sei. — Sorrio de lado. — Eu gosto do meu apartamento, e pela primeira vez tenho amigos no trabalho. Não estou mais tão sozinha, e eu preciso ficar longe de casa.

— Tudo bem, é a sua vida, não posso me meter nisso. — Sua cabeça pende no encosto do sofá, enquanto ele encarava o teto. — Se eu encontrar o Arthur na rua, eu vou matá-lo.

  Fechei os olhos com força, me perguntando como ele sabia que havia sido ele.

— Quem te contou?

— A polícia, Afonso estava lá, ele viu aquele loiro aguado te bater, mas disse que o Javier revidou no mesmo instante. — Sua voz soou pesada.

— Se sabia, por que você perguntou?

— Queria saber se era verdade, mais especificamente, que saísse da sua boca. Não precisa mentir para mim, principalmente sobre esse babaca. Porra, eu pensei que ele fosse um bom homem.

Monster in me - Javier PeñaOnde histórias criam vida. Descubra agora