Capítulo 27

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  Observo o homem se sentar na cama com cara fechada, eu sabia que ele estava sendo contrariado, mas era o melhor que consegui em vinte e quatro horas.

— Pai, fica aqui só até o inquilino sair da sua casa. — Proponho.

— Eu quero minha casa, Louise. — Ele deixa a mala em cima da cama e suspira. — Mas tudo bem, acho que eu aguento ficar com vocês até semana que vem.

— Nem é tão ruim assim, pelo menos você pode ficar sozinho no quarto, esse é meu, então não precisa se preocupar.

No final das contas, a reunião com Gaviria era apenas para solicitar e informar que meu pai seria trazido de volta, já que seus métodos foram eficazes durante muitos anos. E ele estava certo, e também eu o teria por perto novamente.

— Onde você vai dormir?

— Com o Javi. — Respondo.

— Então, vocês estão namorando mesmo, isso é bom.

— Não estamos namorando porque ele não me pediu em namoro, mas estamos tendo algo. — Me encosto no batente e cruzo os braços.

— Ah, sim, de novo essa história de não ser namorados, mas ter alguma coisa. Eu já vi esse filme antes e não gostei do final.

— É... — Sinto o quanto esse assunto me incomodava. — Vou preparar café da manhã, vai tomar um banho enquanto isso, pode ser?

— Tudo bem.

Deixo ele sozinho e vou direto para cozinha ver o que eu podia preparar. Já que eu era um terrível desastre na cozinha, Javier fez questão de comprar algumas coisas e deixar pronto.
Terminei de colocar o suco em cima da mesa, e vi a silhueta do moreno passar por mim rapidamente. Senti o beijo na bochecha e sorri, de alguma forma eu sentia que aqui era minha casa.

— Reservei um quarto de hotel para passarmos a noite. — Ele diz enquanto roubava um pedaço de bolo.

— Não era melhor ter reservado para o meu pai? Podemos passar a noite aqui, não tem problema. — Sirvo o suco para ele.

— Não, não tem nada a ver com seu pai, quero aproveitar a noite com você, e fazer isso em casa vai ser chato.

— Que surpresa, você quase não para em casa durante a noite. — O olho atentamente.

— Mas essa noite eu quero ficar com você. — O sorriso dele fez com que as borboletas em meu estômago batessem assas. — Vamos jantar no restaurante do hotel.

— Ok... — Continuo estranhando. — Casual ou formal?

— Vista o que quiser, eu vou tirar mesmo. — Ele pisca.

— Se meu pai não estivesse aqui, essa mesa do café da manhã estaria toda no chão.

— Droga, eu imaginei isso. — Ele deixa suspiro escapar. — Prometo te recompensar mais tarde, agora precisamos cuidar do seu pai.

— Eu acho bom.

  A manhã passou bem rápido, era mais um final de semana qualquer e para a infelicidade do meu pai ele não precisava trabalhar, e isso o consumia. Avisar que nós não passaríamos a noite no apartamento fez ele estranhar, mas de qualquer forma ele confiava no Javier e não se importava.

  Me ajeitei na cadeira, enquanto olhava o restaurante ao meu redor. O hotel era perfeito, com porcelanas brilhantes, lustres de cristal é uma decoração impecável. Mas eu ainda não entendia o motivo de ter sido levada até lá.
  Javier afrouxou a grava enquanto tomava um gole de uísque, mas seus olhos não saiam do meu decote. Não contive a risada, quanto mais ele tentava disfarçar, pior ficava.

Monster in me - Javier PeñaOnde histórias criam vida. Descubra agora