Capítulo 25

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  E como Javier havia dito na noite anterior, a felicidade dele vinha de um único motivo: Pablo conseguiu fugir da cadeia, o que faria com que nós colocássemos as mãos nele mais fácil.
  Steve e ele passaram a manhã toda na cadeia em que Pablo construiu para tentar conseguir algum tipo de prova, a polícia já havia pegado muita coisa antes deles, mas valeu a tentativa.

  O tempo corria, e quanto mais dias se passavam, mais as coisas estavam ao nosso favor. Fizemos reuniões com o novo Coronel, que era mil vezes pior que meu pai. Era nesse momento em que Javier e Steve sentiam falta dele, principalmente eu.
  Depois de todo o problema que tivemos com a La catedral onde eram guardados os documentos queimados, todas as provas coletadas iam para Carlos, que fez da antiga academia de polícia em agência central para a caçada de Pablo.

— Como cortesia ao seu governo, permitirei que vocês participem dessa caçada. — O coronel fala tranquilamente. — Mas vocês terão que seguir o que digo, irei traçar limites. Se não estiverem contentes, reclame com o presidente.

— Claro, coronel. — Respondo e olho para os dois agentes.

— Carrillo, você é a única que sobrou da boa leva de policiais, deve isso ao seu pai.

— Obrigada.

  Permaneço andando ao lado deles, até que uma enorme sala é apresentada para nós.

— Espero que esse espaço seja adequado para vocês. — Ele olha com pouco caso para Javier e Steve, e sorri para mim.

— Claro, é muito mais do que adequado. — Digo. — Obrigada por isso, coronel.

— De nada, Carrillo. Se precisar de alguma coisa, sabe onde me encontrar.

  Apenas sorrio enquanto o observo nos deixar naquele enorme lugar com milhares de arquivos.

— Tem coisa de mil novecentos e sessenta e dois. — Javier diz baixo.

— O novo coronel gosta muito de você, Lou. Vai ser nossa ajudante para convencê-lo a nos deixar fazer operações. — Steve pisca e Javier o olha feio. — Aquele sorriso no rosto dele para a Louise e a pouca paciência com nós dois... acho que só mulheres tem vez.

— Para com isso. — Pego um envelope e bato nele.

— Cuidado, Javier.

— Por que o Javier iria ligar para isso? Sério, ciúmes de um velho igual ao coronel, por favor. — Dou risada enquanto olhava os documentos.

— Ele estava com ciúmes do Rodrigo, e foi só um beijo, imagina se tivesse coisa a mais. — O loiro puxa a cadeira e se senta.

  Encarei Javier que fingia ler algo, mas a feição dele estava completamente tensa.

— Não gosto de compartilhar o que é meu. — O moreno diz ascendendo o cigarro.

— Viu só? — Steve parecia um adolescente encapetado.

— Você não está me dividindo com ninguém, chega disso. Por que você não lê os papéis de verdade? — Pergunto para Javi. — E você não trabalha de verdade? — Aponto para Steve dessa vez.

— Até o final do ano terminamos isso. — Javier balança os ombros.

— Vão ser longos meses nesse lugar. — Bufo.

  O barulho do ferro arrastando no chão fez com que eu trancasse os dentes. Olhei para o lado e vi Steve empurrando uma das mesas para o meu lado, dei risada de lembrar da primeira vez que ele se sentou comigo para trabalhar.
  Os telefones não paravam de tocar, o que me fazia perceber que seria um inferno conseguir terminar de ler os documentos sem se distrair com todo aquele som.

Monster in me - Javier PeñaOnde histórias criam vida. Descubra agora