Capítulo 46

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Afundei a cabeça no travesseiro enquanto minhas mãos apertavam os ombros de Javier com força, tive a certeza de que nesse momento minhas unhas estavam cravadas em sua pele e provavelmente deixariam marcas. Enquanto isso tudo o que eu sentia era os movimentos contínuos dele dentro de mim.
O atrito dos nossos corpos e a forma como ele segurava meu quadril, deixavam o clima ainda mais quente que o normal. Deixei um gemido escapar, e logo o sorriso malicioso surgiu nos lábios dele.

— Goza para mim. — Sua mão desliza pela lateral do meu corpo, enquanto se aproxima do meu rosto e o segura com força. — Estou esperando. — A voz dele soa rouca.

Não consigo conter o sorriso, e permaneço em silêncio apenas para irritá-lo, fazer isso era a melhor coisa de conseguir o que eu queria.

Não. — Sussurro.

Ele desce sua boca até meu seio, mordisca a pele e rodeia com a sua língua, me fazendo deixar escapar um gemido. Dessa vez uma de suas mãos segurou meu pulso sobre minha cabeça enquanto a outra foi direto para o meu pescoço. Sinto as estocadas aumentarem a velocidade, e o prazer começar a dar sinais pelo meu corpo.
Nossos olhos permaneceram fixos, enquanto os gemidos dele também ecoavam pelo quarto. Eu não entendia muito bem, mas vê-lo com aquele olhar de quem precisava cada vez mais de mim, me fazia enlouquecer.

— Javi! — Sinto minhas pernas se contrair enquanto atingia meu orgasmo. — Ah, puta que pariu. — Digo de maneira manhosa, enquanto ele continuava se movimentando.

Não demorou muito para que eu visse o prazer estampado em seu rosto, fazendo com que ele se entregasse também. Encostamos nossas testas uma na outra, enquanto tentávamos recuperar a respiração ofegante.

— Você chegou lá de qualquer jeito. — Ele ri, enquanto se estica para pegar um cigarro.

— Você é tão convencido, mas tão gostoso que se torna impossível não fazer o que você pede. — Me viro na cama e deslizo meus dedos pelo abdômen nu dele. — Por mim eu passaria o resto do dia fazendo isso, mas o dever nos chama.

— Eu nem sou tão convencido assim. — Ele ri e ascende o cigarro. — Você acha que realmente terá uma festa deles na mansão do Del Rey? Não ouvi nenhum boato, se você estiver certa vai ter sido um palpite e tanto.

— Acho que sim. — Volto a me deitar na cama, enquanto encarava o teto. — Precisamos de um sinal, a Grace tem me atormentando todos os dias com o prazo que estipularam. Se não conseguirmos cumprir, talvez retirem o caso de nós e o resto você já sabe.

— A Grace não é tão ruim assim, você não precisa ter ciúmes dela.

— Ciúmes? Eu não tenho ciúmes dela, só estou dizendo que ela deu um prazo fora de qualquer outra coisa que já fiz antes. Mas o que esperar de gringos? — Me levanto e puxo meu roupão. — Vai se arrumar logo, você sabe que meu pai odeia esperar, e ele está animado demais com essa noite.

— Ainda não acredito que vamos passar nosso ano novo trabalhando. — Ele solta a fumaça enquanto me observava com um olhar divertido.

— É melhor acreditar. — Caminho até o banheiro.

— Eu preferia estar fazendo bebês!

Ouço a frase praticamente gritada e dou risada.

— Sei. — Sussurro baixo.

Encaro o teste de gravidez em cima da pia e permaneço assim durante bons segundos antes de jogá-lo no lixo.

*

Entrei na sala de reuniões e meu pai abriu um sorriso, só não soube distinguir se era de felicidade por estarmos adiantados ou porque ele já estava em clima de ano novo.

Monster in me - Javier PeñaOnde histórias criam vida. Descubra agora