Capítulo 43

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  Bati a caneta na mesa enquanto observava as imagens das câmeras. Mesmo dois dias depois ainda não tínhamos nenhum tipo de pista de quem poderia ter sido, e estar de volta na Colômbia só complicava ainda mais as coisas.
  Steve e Javier pareciam tão focados nas imagens que sequer piscavam, enquanto isso eu tentava pensar em que ponto estávamos falhando já que não conseguíamos chegar em nenhuma conclusão ou pista de quem poderia ter colocado aquela bomba.

Depois de voltar a fita algumas vezes, meus olhos focaram em um dos homens que aparecia ao lado de fora do enorme salão em que passamos aquela noite. E por algum motivo a atitude em meio a outras pessoas, parecia suspeita.

— Olha isso. — Pauso a fita. — Ele não parece familiar? — Aponto para o rapaz na filmagem.

— Parece, mas não estou conseguindo reconhecê-lo. — Javier responde.

Steve rapidamente se levanta, indo em direção ao quadro do cartel de Cali que agora ficava oficialmente em minha sala. O loiro arrasta o enorme painel em nossa direção, olha rapidamente por todos os rostos que estavam registrados, e seu olhar paira em um deles.

— Herrera! — Steve diz. — É esse filho da puta, eu sabia que o cartel de Cali estava envolvido nisso.

— Então eles já devem saber da abertura dessa operação, e agora nos tornamos um alvo. — Javier esfrega as têmporas. — Era obvio que o sigilo não iria durar muito tempo.

— Estamos cada vez mais fodidos, devemos evitar eventos como esses até terminar isso. Não podemos colocar a vida de outras pessoas em risco, por sorte essa bomba não matou ninguém, mas poderia ter causado um problema ainda maior. — Steve cruza os braços. — Certo, Louise?

— Sim. — Concordo no mesmo instante.

Como se tudo o que já fazíamos não fosse difícil o suficiente, Grace fez questão de me colocar como a chefe da operação e meu pai novamente o coronel líder. E tudo, ou qualquer decisão, deveria passar por mim e depois por Carrillo. Segundo ela, apenas para que as coisas funcionassem assim como funcionou com Pablo, mas dessa vez, sem "interrupções masculinas."

— Precisamos encontrar o paradeiro de qualquer um deles, seja lá o que for, qualquer sinal já nos ajudaria muito. — Steve continua. — Se você encontrar com o Alejandro precisa tentar nos avisar, porque ele é o novo chefe de Cali, se ele morrer, eles ficarão completamente defasados.

— Você tem razão. A única coisa que eu não entendo, é que não faz sentido o Alejandro ter mandado nos atacar no Texas. Tem que ter alguma motivação, e se ele não quer me matar, por que faria isso na festa em que eu estava, sabendo que corria risco disso acontecer? — Pergunto enquanto girava na cadeira e ficava de frente para os dois.

— Ele está nem aí para isso, você já se esqueceu? — O loiro rebate no mesmo instante.

— Ela tem razão. Alejandro não a mataria, e ele mesmo já me disse isso.

— Não confio nesse homem, eu tenho certeza que se ele tivesse a chance mataria nós três de uma só vez.

— Tanto faz, eu só acho que isso não parece coisa dele. — Interrompo a conversa dos dois. — Mas posso estar completamente errada. A única coisa que precisamos agora, é saber onde Herrera está.

— Não sei como vamos conseguir isso, mas vamos, independente de como seja. — Steve diz convicto.

— Espero que sim. — Solto um longo suspiro olhando para o relógio. — O tempo passou voando, já está na hora de ir.

— Sim, preciso ir para o hotel, amanhã é a visita das casas, não esquece, Lou.

Javier ri e se levanta da cadeira enquanto ajeita a jaqueta.

Monster in me - Javier PeñaOnde histórias criam vida. Descubra agora