Capitulo 33

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Coloquei o papel com endereço que Alejandro havia me entregado no dia anterior sobre o balcão da cozinha. Javier leu o endereço, mas pareceu completamente perdido, então o silêncio tomou conta do ambiente.

— Que lugar é esse? — Ele pergunta dando um gole na água.

— Da prostituta que armou a emboscada com o Pablo. Aquela que por algum motivo você achou ser uma ótima ideia dar confiança. — Me encosto no balcão e o observo.

— Como conseguiu isso?

— Com o meu informante, que mesmo sendo a última pessoa que eu confiaria no mundo, ainda sim não traiu minha confiança.

— Você está negociando com o Hernandez, não está?! — A mão dele bateu sobre o balcão junto com o grito estridente.

— Não grita comigo! — O olho seriamente e caminho até a sala.

— Você julgou tanto por eu estar conseguindo algumas informações com Cali, e do nada decide que se encontrar com o Alejandro escondida é uma ótima ideia.

Ouço os passos dele me seguirem.

— Eu preciso pegar o Pablo antes do meu pai ter alta, como posso confiar nessas suas informantes? Olha o que aconteceu, Javier!

— Foi um erro, eu sei que sou o culpado disso, mas é perigoso você andar com esse homem. Louise... você não entende, olha as situações em que se coloca.

— Para, para com isso agora. Eu não quero esse sermão do meu pai, você não é ele, você é o meu noivo e precisa confiar em mim. Eu não ligo se você se encontra com essas prostitutas, ou se elas te dão informações esperando algo em troca.

— Eu não tenho nada com elas e confio em você, mas eu não confio no Hernandez, não tem motivos para confiar em traficantes.

  A preocupação em seu rosto mostrava toda a verdade, por mais que Alejandro tentasse nos jogar um contra o outro, eu conhecia Javier o suficiente para saber quando estava mentindo.

— Ele quer o mesmo que nós, seja lá qual for os motivos dele, vingança ou não. Eu não me importo, eu só quero dar um fim nessa merda e para isso você precisa aceitar a proposta dele.

— Não. Eles já me fizeram a proposta, a polícia não pode fazer isso, nem sequer participar dessa loucura.

— Javi. — Suspiro e me aproximo dele. — Sem o meu pai, quais chances temos? O embaixador proibiu você e o Steve de irem para campo, como vou fazer isso sem vocês? Precisamos estar juntos para conseguir alguma coisa.

— Isso vai nos custar caro, Louise. Pode custar nossa carreira, pode custar tudo o que temos.

Seguro o braço dele e o abraço.

— Não temos opção, é isso ou deixar Pablo se safar.

— Você aceitou, não foi? — Os lábios dele se movimentaram entre meus cabelos.

— Sim. — Respondo contra seu peito. — Me desculpa por isso, mas eu precisava aceitar.

— Acho que agora precisamos esperar e ver o que vai acontecer.

  Sinto as mãos dele rodearem minha cintura.

  Não era bem esse o rumo que as coisas precisavam tomar, mas era o único caminho que poderíamos seguir.

*

  A cara de dor estampada no rosto do meu pai me incomodava, mas de alguma forma o alívio era muito maior. Eu estava feliz de o ver vivo, e ainda ter a certeza de que o teria por perto.

Monster in me - Javier PeñaOnde histórias criam vida. Descubra agora