Balancei a porta com dificuldade, bati uma, duas, três vezes, na tentativa de conseguir abrir, mas era praticamente impossível. Pensei em desistir de ir com Javier e esperar que alguém me encontrasse em algum momento do dia.
— Que merda de porta, alguns dias atrás sequer ficava trancada, agora simplesmente não quer abrir? — Conversei com o pedaço de madeira em minha frente, como se ele fosse me responder a qualquer momento.
Puxei a maçaneta com força, mas foi complemente em vão.
— Louise? — Ouvi uma voz do outro lado.
Era Javier.
— Ei, pode abrir para mim? — Pergunto já sem forças para continuar tentando.
— Sim, sai de trás.
Assim que o ouço pedir, me afasto da porta e rapidamente a mesma se abre revelando o moreno com uma camisa preta que estranhamente realçava os olhos castanhos dele.
— Ainda bem que você apareceu, pensei que eu teria que ficar o dia trancada em casa. — Reclamo pegando a bolsa e saindo do apartamento.
— Percebi que estava demorando demais para descer, imaginei que a porta fosse o problema.
— Preciso urgentemente dar um jeito nessa merda, não faz sentido algum, ela estava abrindo normalmente até ontem. — Reclamo enquanto ajeito o cabelo.
— Tudo na vida deixa de funcionar da noite para o dia. — O observo colocar os óculos de sol. — Vamos logo, o Murphy já está a caminho.
— Estou indo. — Termino de encaixar meu sapato no pé e tranco a porta enquanto Javier desce na minha frente.
Vi o carro do meu pai estacionado em frente à escola onde era nossa primeira parada, me perguntei internamente se ele iria junto conosco até Medellín, e aparentemente a resposta era sim. Javier desceu do carro enquanto o cumprimentava, e o coronel mal se deu conta de que eu estava com Peña.
— Louise, vieram juntos?
— Sim, pelo incrível que pareça, Javier está morando no mesmo prédio que eu, no andar de cima.
— Ótimo, ao menos ele pode ficar de olho em você. — Meu pai responde enquanto olhava ao redor. — De qualquer forma, gostaria de agradecer a informação do Javier, é muito boa. Os tranquetos vão se reunir no Las Margaritas.
— Isso é bom. — Javier responde.
Vejo uma sombra ao meu lado e percebo que era o Steve afobado enquanto se aproximava.
— Coronel, bom dia. Desculpe o atraso, meu carro quebrou, tive que usar o da minha esposa. — O loiro suava.
— Acorde mais cedo da próxima vez, assim evita atrasos com os imprevistos. — A resposta do meu pai foi curta e grossa.
Observo o homem partir deixando apenas nós três se entre olhando sem saber o que dizer.
— Porra, como um homem desses conseguiu ter uma filha tão gentil como você? — Steve passa a mão no cabelo.
— Eu não sou tão gentil assim quanto você pensa, mas obrigada. — Brinco.
— Chega disso, entrem no carro, vamos o hotel las margaritas. — Javier volta para o carro rapidamente.
Steve passa por mim sorrindo.
— Pode ir na frente. — Ele abre a porta para que eu passasse.
— Eu iria na frente de qualquer forma. — Dou uma risada baixa enquanto ele fecha a porta bufando.
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Monster in me - Javier Peña
Hayran KurguLouise Carrillo, uma jovem policial, presa em um romance fracassado e assombrada por cicatrizes da infância. Seu mundo vira de cabeça para baixo quando dois agentes chegam para ajudar a caçar Pablo, Louise mal sabia que eles mudariam sua vida para s...