Capítulo 3

504 54 16
                                    

Balancei a porta com dificuldade, bati uma, duas, três vezes, na tentativa de conseguir abrir, mas era praticamente impossível. Pensei em desistir de ir com Javier e esperar que alguém me encontrasse em algum momento do dia.

— Que merda de porta, alguns dias atrás sequer ficava trancada, agora simplesmente não quer abrir? — Conversei com o pedaço de madeira em minha frente, como se ele fosse me responder a qualquer momento.

Puxei a maçaneta com força, mas foi complemente em vão.

— Louise? — Ouvi uma voz do outro lado.

Era Javier.

— Ei, pode abrir para mim? — Pergunto já sem forças para continuar tentando.

— Sim, sai de trás.

Assim que o ouço pedir, me afasto da porta e rapidamente a mesma se abre revelando o moreno com uma camisa preta que estranhamente realçava os olhos castanhos dele.

— Ainda bem que você apareceu, pensei que eu teria que ficar o dia trancada em casa. — Reclamo pegando a bolsa e saindo do apartamento.

— Percebi que estava demorando demais para descer, imaginei que a porta fosse o problema.

— Preciso urgentemente dar um jeito nessa merda, não faz sentido algum, ela estava abrindo normalmente até ontem. — Reclamo enquanto ajeito o cabelo.

— Tudo na vida deixa de funcionar da noite para o dia. — O observo colocar os óculos de sol. — Vamos logo, o Murphy já está a caminho.

— Estou indo. — Termino de encaixar meu sapato no pé e tranco a porta enquanto Javier desce na minha frente.

Vi o carro do meu pai estacionado em frente à escola onde era nossa primeira parada, me perguntei internamente se ele iria junto conosco até Medellín, e aparentemente a resposta era sim. Javier desceu do carro enquanto o cumprimentava, e o coronel mal se deu conta de que eu estava com Peña.

— Louise, vieram juntos?

— Sim, pelo incrível que pareça, Javier está morando no mesmo prédio que eu, no andar de cima.

— Ótimo, ao menos ele pode ficar de olho em você. — Meu pai responde enquanto olhava ao redor. — De qualquer forma, gostaria de agradecer a informação do Javier, é muito boa. Os tranquetos vão se reunir no Las Margaritas.

— Isso é bom. — Javier responde.

Vejo uma sombra ao meu lado e percebo que era o Steve afobado enquanto se aproximava.

— Coronel, bom dia. Desculpe o atraso, meu carro quebrou, tive que usar o da minha esposa. — O loiro suava.

— Acorde mais cedo da próxima vez, assim evita atrasos com os imprevistos. — A resposta do meu pai foi curta e grossa.

Observo o homem partir deixando apenas nós três se entre olhando sem saber o que dizer.

— Porra, como um homem desses conseguiu ter uma filha tão gentil como você? — Steve passa a mão no cabelo.

— Eu não sou tão gentil assim quanto você pensa, mas obrigada. — Brinco.

— Chega disso, entrem no carro, vamos o hotel las margaritas. — Javier volta para o carro rapidamente.

Steve passa por mim sorrindo.

— Pode ir na frente. — Ele abre a porta para que eu passasse.

— Eu iria na frente de qualquer forma. — Dou uma risada baixa enquanto ele fecha a porta bufando.

Monster in me - Javier PeñaOnde histórias criam vida. Descubra agora