Capítulo 11

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Javier entrou em meu apartamento mais perdido que qualquer outra coisa, enquanto isso eu o lotava de informações sobre o Barry Sean. Só percebi que as horas haviam se passado, quando estávamos no chão da sala jantando e lendo inúmeros documentos sobre o tal traficante.

— Suárez é um filho da puta. — Ele diz abaixando o papel que estava lendo.

— Por que? — Pergunto terminando de mastigar.

— Todas as vezes que eu precisava do mínimo de informação, esse cara pedia uma quantidade de dinheiro absurda, e com você ele entregou tudo isso e muito mais.

— Eu tenho coisas que você não tem. — Dou de ombros colocando o pote de comida no chão ao meu lado.

— O que isso te custou? — Ele me olha sério.

— Se eu disser nada, você vai acreditar ou vai pensar que eu transei com ele igual pensou com o Rodrigo? — Arqueio a sobrancelha curiosa pela resposta.

— A história do Rodrigo foi um erro, eu exagerei.

— Você não respondeu a pergunta.

— Eu acredito em você. — Ele abaixa a cabeça encarando as mãos dele.

— Não me custou nada, apenas uma ameaça, e se ele descumprir a promessa, eu vou cumprir a minha. — Dou risada.

— Ameaçou ele? — Javier ri.

— Claro, sou uma Carrillo, não sou tão boazinha assim, e nem tudo foi o Suárez, eu consegui outras informações que não vieram dele. Aquele homem até nos ajuda pelo ponto de partida, mas a maior parte das vezes as coisas que ele diz são rasas demais.

— Steve disse que sem você não iríamos conseguir muita coisa, e ele tinha razão.

— Ele é muito inteligente, principalmente por acreditar no meu potencial. — Brinco.

Pego um outro arquivo que estava em cima do sofá e o abro tentando encontrar mais alguma informação.

— Olha só, esse cara é um viciado em sexo. — Digo ainda lendo o arquivo em minhas mãos. — Aqui tem a rua do puteiro favorito dele, mas eu não tenho noção de onde fica isso.

Coloco as pernas sobre o colo de Javier e continuo lendo atentamente.

— Me deixe ver. — Ele puxa os papéis da minha mão e ri. — Eu sei onde fica, é o meu puteiro favorito também.

  Acabo gargalhando ao ouvir a última frase dele, era impossível levar Javier a sério quando se tratava desse assunto.

— Por alguns segundos eu realmente pensei que você diria que já tinha feito algum trabalho lá, mas eu deveria saber que o único trabalho seria sexo. — Jogo a cabeça para trás apoiando no sofá.

— Eu só queria ser honesto, mas faz um tempo que não vou lá. — Ele ri e sinto seus dedos acariciarem minha perna.

— Sei. — O respondo baixo, tentando não estremecer ao toque dele. — Gosta de vinho?

— Sim.

Tiro as pernas de cima dele e me levanto rapidamente.

— Vou buscar na cozinha, será que enquanto isso você pode pegar as taças que estão ali na cristaleira? — Aponto para o armário.

— Claro.

Caminho até a cozinha e me apoio no balcão, tentando me controlar para não voltar na sala e fazer tudo o que eu queria fazer com aquele homem.
Abro a torneira e jogo água gelada em meu rosto, na falha tentativa de fazer todos aqueles pensamentos desaparecerem.

Monster in me - Javier PeñaOnde histórias criam vida. Descubra agora