015

2.8K 323 59
                                    

Terça -feira, 31 de outubro de 2023.

06:42

Os raios solares já não era mais incômodo para as duas morenas que passaram a madrugada em claro.

O canto dos pássaros e o cheiro de café recém preparado aquecia o coração da Brackett , a fazendo relaxar na cadeira em frente a mesa ao ouvir a melodia das aves. Sentindo o ar quente do secador contra seus cachos e a mão da Carpenter mais velha os massageando, S/n deixou escapar um ronronado apoiando a cabeça na costa da cadeira, tirando um sorriso da Carpenter como resposta.

O som do dispositivo eletromecânico cessando junto com a massagem fez a Brackett reclamar, seus olhos se abriram encontrando Samantha com um sorriso nos lábios enrolando o fio do secador.

— Você parece um filhote de cachorro querendo carinho, sabia?.-Samantha disse deixando um selinho rápido nos lábios da lutadora.

— Me sinto tão feliz quando você me chama de cadela.-Zombou S/n fazendo a Carpenter rir.

Gale surgiu com as madeixas molhadas, cumprimentou S/n com um sorriso gentil e Samantha com um erguer de sobrancelhas a informando com os gestos que havia a escutado na madrugada. Samantha riu envergonhada antes de colocar mais uma xícara na mesa.

— Você também não funciona sem café, não é?.-Gale puxou assunto com a Brackett.— Sinto que minha alma só se revigora quando tomo uma quantidade impressionante de café preto.

— É, partilho do mesmo sentimento.-S/n sorriu tomando um gole do líquido preto.

08:20

Mia McCaley caminhava pelo corredor vazia da vasta casa de seus pais com seu fone no volume máximo, tocando a música pop que a fazia dançar durante seu trajeto em direção a cozinha.

De dentro da geladeira a loira tirou a caixa de leite desnatado, derramou no copo de vidro e tomou um gole do líquido gelado. O pressentimento que alguém a chamava fez Mia pausar a música e tirar o fone do ouvido.

Olhou ao seu redor, o ar estava muito pesado para uma manhã ensolarada e aparentemente agradável. A loira caminhou até a porta da cozinha, esgueirou-se pelo vasto corredor da casa procurando algo ou alguém com seus olhos.

O celular da McCaley caçula tocou brilhando o nome da melhor amiga da loira, Talia. Não demorou mais do que um minuto para Mia atender, a respiração batendo contra o microfone do aparelho fez a jovem franzir o cenho ainda procurando algo de diferente pela sala de estar.

— Tali?.-Indagou Mia.— Eu estou te esperando a uns dez minutos, onde você está?.

A respiração continuou do outro lado da linha por mais alguns segundos.

"Olá, Mia" A voz modificada finalmente se deu o trabalho de se arrastar através do celular sem fio. "Talia não esta no momento, a vagabunda morreu sem a língua. Agora ela vai guardar a voz com motivo."

Mia não capturou nada de diferente com os olhos, embora tivera procurado muito bem, se ela continuasse a encarar a sala vazia por mais alguns segundos tinha visto a ponta do manto preto exposta para fora da cortina.

Imaginando que seria um trote da amiga, a loira revirou os olhos, desligou o celular e caminhou de volta para a cozinha. Mia arregalou os olhos, um grito escandaloso ecoou por toda casa.

O corpo da melhor amiga da loira estava em cima da mesa, os braços esticados e do lado do rosto estava a língua de Talia presa na mesa por uma faca.

De repente, a caixa de som localizada na sala ligou e de lá saiu a música mais barulhenta no volume máximo, abafando qualquer som que sairia da casa.

O telefone da loira voltou a vibrar em sua mão, o número da amiga brilhou na tela novamente.

Mia demorou mais ou menos três minutos antes de atender o aparelho de novo, desta vez, em completo choque.

— Quem é você?.-Berrou Mia tendo uma risada como resposta.

"Eu sou quem vai cobrar os teus pecados, Mia. Agora você vai ver que o dinheiro não pode te salvar toda vez que comete um crime."

— Foi a S/n que te mandou ou é a puta assassina que ela está fodendo?.-Mia se alterou subindo as escadas as pressas.

A loira é o estereótipo comum de loiras burras em filmes de terror, aquelas que em vez de sair direto pela porta da frente ou por qualquer outra saída que o assassino não conhece, resolve se esconder no canto mais previsível possível.

Entrando as pressas em seu quarto, trancou a porta e se escondeu dentro do enorme closet.

A risada modificada ecoou através do celular.

— O que você quer?.-Berrou a loira novamente.— Eu vou ligar pra polícia!

"Eu não faria isso se fosse você". A voz que antes estava brincalhona e soltando risadas, agora se tornou séria e autoritária.

" Eu quero justiça, Mia. Primeiro foi sua colega de classe Esther, aquela que você convenceu brincar no seu "palácio". Depois foi o garoto que trabalhava na lojinha de conveniência na esquina da sua casa e não contente com duas vítimas você buscou pela terceira. Sua ex namorada.. S/n". A voz séria do desconhecido do outro lado da linha saira de forma ameaçadora.

"O dinheiro do papai te salvou dos crimes cometidos, mas não te salvará DAS MINHAS LÂMINAS"

Mia gritou quando o mascarado saiu do meio de suas roupas, o corte em seu tornozelo a fez berrar pedindo por misericórdia. Se arrastando em direção a porta do closet, Mia sentiu suas pernas serem puxadas, tentara se soltar e chutar o Ghostface mas de nada adiantou.

A lâmina do Ghostface perfurou a barriga invejável da loira. Seu grito mais uma vez estrondou, mas a música alta impediu que chegasse até os vizinhos e os avisassem que algo estava errado na casa dos McCaley's.

Seu "papi" te verá em breve.-Fora as últimas palavras que Mia ouviu.

O Ghostface ignorou o pedido para que parasse de esfaqueia-la, assim como Mia fazia com os pedidos de suas vítimas que imploravam para que ela não os tocassem, os violassem e os desonrassem.

Perfurando por fim, o coração da loira.

Agora Talia tinha a desculpa perfeita para não testemunhar contra a amiga, mesmo que tivesse visto pela brecha da porta o que Mia fez para a Brackett, ela se recusou a incriminar a melhor amiga que lhe proporcionava as melhores compras de toda a sua vida.

Sem a língua ela não poderia falar e sem a vida não poderia safar nenhuma outra criminosa de ser condenada.

O Ghostface fez jus a sua promessa, matou aquelas que cometeram a pior injustiça que ele presenciou. Ele limpou sua lâmina, agora esperaria pelo próximo culpado.

*
*
*
*

O que estão achando da fic?

Blood War Onde histórias criam vida. Descubra agora