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Domingo, 29 de outubro

16:50

Samantha Carpenter colocava os talheres na mesa junto com Anika, a namorada da Mindy pegou o exato momento em que Sam grudou seu olhar na visinha gata do 202. Um pigarreio foi ouvido pela Carpenter mais velha, ela era a única que achava que estava sendo sutil em suas encaradas, até mesmo S/n já havia pego ela a olhando pela segunda vez durante a tarde.

— Você está comendo sua vizinha com os olhos.-Anika cantarolou.

Samantha negou com a cabeça.

— Eu vou pegar o vinho.

Anika deu de ombros indo até a namorada, Samantha estava tão perdida em si mesma que não percebeu a presença de S/n escorada no balcão conversando com Tara.

Tara percebeu a tensão que se formou entre as duas quando seus olhares se encontraram e com uma desculpa esfarrapada de buscar algo que esqueceu em seu quarto, Tara deixou as duas sozinhas em um silêncio constrangedor.

Sam caminhou até a geladeira e de dentro tirou a garrafa de vinho. Foi até a gaveta e de dentro tirou um abridor de rolha.

— Você sabe que eu não preciso ficar aqui, né?.-S/n quebrou o silêncio.— Eu sei me cuidar, Sam.

— Eu sei que sim, e eu insisto que fique.-Samantha disse servindo-se de vinho.— Não é incômodo algum.

— E manter os suspeitos por perto é uma ótima jogada.-Gritou Mindy da sala, recebendo um tapa no ombro dado por Anika.

S/n sorriu negando com a cabeça permitindo que o silêncio se fizesse presente novamente, Samantha se virou de frente pra lutadora e se escorou na pia. A filha do Billy Loomis pensara em algo para dizer, e optou em esclarecer as coisas.

— Escuta.-Disse ela atraindo a atenção da Brackett para si.— Eu e Danny foi antes de as coisas entre a gente se tornar mais... profundas. Eu nem sabia que ele era o seu irmão até o dia da confusão de Chad.-Lembrou do dia em que Chad brigou com um dos rivais da Brackett.

— Sam, tá tudo bem.-S/n sorriu.— Não tem que me explicar nada, mas abalou meu ego.-Riu.

Samantha sorriu negando com a cabeça, embora quisesse, a Carpenter não impediu que seus olhos caíssem nos lábios da Brackett. Um sorriso sugestivo colocado nos lábios da lutadora a sua frente a fez se xingar mentalmente por tamanha exposição.

O toque do celular de S/n alarmou em seu ouvidos, a tensão caiu no corpo de Samantha como uma bomba. A Carpenter se tranquilizou quando a tela foi virada para ela com o nome de contato brilhando: "Hid Sensei".

Samantha relaxou, soltou o ar que não percebeu ter prendido. Ouviu S/n franzir o cenho, gesticular para o nada e concordar antes de guardar o celular de volta no bolso.

— Eu tenho que ir até o dojo.-Disse a lutadora.

Sam não teve tempo de dizer se era contra ou não, S/n sumiu tão rápido da sua frente que a única coisa que avisou a Carpenter sobre sua saída foi o bater da porta.

Os olhos da Carpenter mais velha fora em direção a Mindy que levou algumas pipocas para a boca.

— Bom, se alguém morrer.. já sabemos quem foi.-Disse a amiga.

...

17:34

O dojo se mostrou vazio, com alguns traços de bagunça, porém sem ninguém. S/n olhou ao redor, tirou o celular do bolso e escreveu para o mestre que a treinava.

"Estou aqui, cadê o senhor?"

Em questão de segundos a palavra lida surgiu no chat. Mas ainda que a mensagem tivera sido lida em segundos, o silêncio no dojo ainda rangia por cada parte da grande sala de treinamentos. S/n suspirou caminhando até o tatame, pegou algumas faixas jogadas ali em cima, aparentemente do ritual de elevação de nível para uma faixa de outra cor e nível mais alto.

A Brackett deixou um sorriso mínimo brotar em seus lábios, lembrou-se do dia que ela estava ali pronta para pegar sua faixa vermelha, conquistada com muito suor e treino. O caratê foi a primeira arte marcial que a jovem havia se apaixonado, estava tão feliz por finalmente ter achado algo que ela realmente quisesse fazer, algo que ela não se sentisse forçada ou coagida só para que outras pessoas ficasse feliz ou satisfeitas.

O caratê foi a escapatória que ela achou para sair da fase ruim e passar mais tempo fora de casa.

Seus ouvidos capturaram o som de líquido pingando, olhou ao redor e nada achou, então buscou achar de onde vinha o barulho de pingos, imaginando ser de alguma torneira mal fechada.

Caminhou até a pequena sala usada para trocas de roupas, estava escuro e nada tinha ali quando a luz fora acesa. Caminhou até o banheiro, com a luz também apagada, S/n franziu o cenho quando o disjuntor não funcionou.

— Haha, muito bom. Mas eu não sou uma loira burra dos filmes de terror, não vou entrar aí nem que me pague.-Disse ela fechando a porta do banheiro novamente.

S/n voltou para o centro do dojo, e ele continuava sem uma outra alma viva — Ou penada —. A música do toque do celular da lutadora ecoou pela sala e a assustou, brilhando novamente o nome do seu sensei ela atendeu.

"Droga, S/a. Aconteceu um imprevisto, minha filha sofreu um acidente e eu tive que largar tudo aí. O seu envelope está com Denis, pedi para ele esperar você chegar antes de fechar o dojo". Disse o homem com a voz rápido, como se estivesse desesperado para terminar de falar. Não esperou uma resposta vindo da jovem S/n antes de desligar na cara dela.

De repente as luzes começaram a piscar, como se estivesse tendo um curto ou algo do tipo. S/n olhou ao redor. Percebeu que havia caído em uma armadilha, seus punhos se fecharam junto com o apagar de lâmpadas.

17:46

Do outro lado do apartamento das irmãs Carpenter's, Danny sentiu sua espinha toda congelar; Como se a porta de um freezer tivera sido aberto atrás da sua costa exposta. Olhou pela janela e avistou Sam e seus amigos bebendo vinho, Danny observou a vizinha secar a taça de uma única vez. Varreu os outros cômodos os olhos atrás da figura da sua irmã por ali.

Não encontrando, Danny colocou uma camiseta e se apressou em bater no apartamento de Sam. A morena parecia tão atordoada com a aparição do homem ali que pensou que receberia uma notícia ruim. Os braços da Carpenter se arrepiaram, sua intuição gritou.

— Onde está a minha irmã?.-Perguntou Danny entrando na casa a procura da irmã mais nova. Levou a mão até a nuca ao senti-la arrepiar, ele estava juntando todos os sinais, até que o celular de Sam tocou, brilhando o nome Richie,  o dando certeza de sua suspeita..

Sua irmã estava em perigo.

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Acho que desaprendi a escrever 😨

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