Sempre foi você || (Marichat-Adrienette-Miraculous)

5 - Eu sempre a quis

-Duas semanas depois

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Adrian's pov:

Tamborilo o garfo no meu prato, brincando com um pedaço de bolo de chocolate.

Os dias estavam repetitivos...

Quer dizer, a escola, meus trabalhos. Tudo era sempre o mesmo.

Exceto pela presença de Marinette...

Puxa... - levo uma garfada da deliciosa cobertura à minha boca - eu acho que estou me apaixonando por essa garota.

Nunca havia passado pela minha humilde cabeça a possibilidade de qualquer relação romântica com ela e, sinceramente, eu não sei o porquê disso.

Eu colocava mais uma garfada na boca, mas levo um susto com o som da porta automática.
Meu pai adentrava a cozinha.

- Oi, pai - cumprimento engolindo o doce rapidamente - Boa tarde.

Ele ajeita suas luvas em seus dedos, indo em direção ao filtro de água. Olha para minha figura, analisando de cima a baixo. Então solta um sorriso:

- Boa tarde, filho.

Sorrio de volta.
Não posso conter a felicidade de ver meu pai, todas as vezes. Até porque não era algo que acontecia todo dia.

Ele enche um copo de água, virado de costas para mim.
Continuo saboreando meu bolo.

- Como está a escola?

- Vai bem, pai. - respondo. - Consegui um dez em história.

- Isso é ótimo, Adrian.

A última gota de água necessária cai em seu copo. Meu pai o retira de lá e parte, provavelmente em direção ao escritório.

- Ah, Adrian - ele diz, dando as costas na porta de saída.
Viro-me.

- Amanhã você tem um teste importante. - ele diz com a voz rígida, referindo-se a um teste da marca Souls para um novo garoto propaganda.

- Eu sei...

- Eu não quero te ver fora de forma, entendeu?

- Sim, pai.

Ouço seus passos se distanciando e a porta fechar.

Afasto de mim o prato com a sobremesa.

- Não é como se você estivesse fora de forma né, Adrian? - disse meu kwami.

- Ele está certo, Plagg, eu não posso me exceder.

O gato preto revira os olhos.

- Oras, que bobagem!

Meu celular vibra, me livrando de um diálogo que eu provavelmente não ia querer ter com ele.

- Por esse sorrisinho, só pode ser da Marinette. - Plagg alfineta com um semblante malicioso.

Solto um risinho.

- Ela me mandou foto de um dos vestidos que ela criou... Ah.... Como eu respondo?

- Diga: "Eu amei o vestido mas você não vai precisar muito dele quando for sair comigo".

- Droga, Plagg, claro que não! - desaprovo decepcionado pensando que ele me daria uma boa resposta.

- Foi o que você pensou, com certeza.

Deveria me envorgonhar por saber que ele não estava totalmente errado?

- Você acha que eu a chamo para sair? - ignoro sua última fala com uma dúvida realmente pertinente.

- Ainda não chamou?

- Não...

- Mas que demora! Desse jeito você vai perdê-la.

- Tem razão... Droga. O pior é que eu sempre a vejo falando com o Luka...

- Vai perder ela para um emo! - ele dispara e ri da própria fala.

Reviro os olhos.

- Eu nem sei se devíamos sair mesmo... Afinal eu nunca teria prestado atenção nela se não fosse por eu saber que ela é a... - Olho pros lados em busca de qualquer alma viva - você sabe quem...

- E qual o problema nisso?

- Eu tenho que ser responsável, Plagg. Ela tem razão, ela sempre teve! Sabermos nossas identidades é um perigo... Se o Monark descobrir que eu sei, já era!

- E ele descobriu, por acaso? - ele questiona.

- Não, mas ele pode.

- Adrian, você está se preocupando demais. Essa situação é como... um queijo gorgonzola. Você come e é uma delicia! Quando você descobre que as delícias pretas dentro dele são fungos, você fica relutante, pensando: "eu não devia comer isso!"

Encaro-o confuso tentando entender onde ele quer chegar.

- Mas a verdade é que desde o início você sempre comeu e sempre apreciou os fungos, mesmo sem saber.

- Está dizendo que eu deveria comer a Marinette? - questiono debochando.

- Não! - ele responde, levando minha pergunta a sério. - Estou dizendo que você sempre gostou dela como ladybug, sem saber que ela era a Marinette. Então, você está apaixonado desde sempre Adrian. Você tentaria um romance com a ladybug mesmo sem saber que ela é a Marinette.

- É... - concordo - Mas agora eu sei.

- Eu também sei que gorgonzola tem fungos, eu só... me esqueço e ignoro isso quando eu o como. E aí não faz diferença.

- Não sei se sou capaz de ignorar isso... - reflito. Era um segredo em tanto, mesmo não sendo fúngico.

- Adrian ela não sabe que você é o Chat Noir, ninguém sabe. Ou seja ninguém sabe que você guarda esse segredo. Se você agir normalmente, não tem perigo.

Não respondo. Só penso a respeito em minha própria mente.
E... não parecia tão errado, mas ao mesmo tempo parecia o maior erro do mundo.

De qualquer forma, desbloqueei meu celular e comecei a digitar.

Plagg se inclinou na mesa para conseguir observar a mensagem de texto:

"qr vir aq em casa segunda dps da escola?"
Aperto "enter".

Bloqueio o celular e deixo na mesa.

O kwami me lança um olhar malicioso e orgulhoso.
Minhas pernas balançavam de ansiedade e minha mão tremia um pouco.

O smartphone apita.

Desperto totalmente, frenético, procuro pela barra de notificações.

"Marinette: eu adoraria!"
E em baixo, uma figurinha de gato comendo milho.

Solto um sorriso.

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