31 - Nada em vão

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"Essa é pelas cobras e as pessoas que elas mordem. [...] Pelos sinais de perigo, que eu ignorei. Há uma quantidade imensa de erros que eu cometi e razões para cometer mais. Não é uma surpresa eu ter acabado desse jeito"
Twin Size Mattress - The front bottons
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Félix's pov:

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- O que?! - pergunto, com os olhos arregalados.

Marinette, faz "shiu" com o indicador, apoiando-se nas grades de sua varanda.

Ignoro seu sinal.
Meu choque era demais para ser contido.

- O meu primo? - arqueio as sobrancelhas, em certo tom desconfiado. - Ele é o Chat Noir?

A garota olhava para os lados e cerrava os lábios, ainda com medo de sermos ouvidos. Entretanto, já era mais de meia noite e estávamos sozinhos.

- Ele me mostrou... Eu já te disse. - ela diz, delizando a mão por seu ombro.

Parecia que também tentava digerir a informação tanto quanto eu.

- Cacete! - exclamo, com a boca aberta. - Cacete, cacete, cacete!

Tento processar a revelação.
Mas, honestamente...
Não dá.

Despertando-me, a menina pergunta:

- O que faremos agora?

Sento-me no puff que vejo no chão gélido de sua varanda.

Para ser sincero, eu não sabia.

Isso estava totalmente fora dos planos. Nem sequer cogitei essa possibilidade...

Caralho, isso era...

Péssimo.

- Eu não sei. - confesso, com a mão no queixo, na esperança que um insight chegasse a mim.

A azulada anda de um lado para o outro, com as mãos na cabeça. Talvez estivesse tão em pânico quanto eu, mas a diferença é que eu sabia esconder isso.

- Como vamos lutar sem Chat Noir? - ela questiona, com a voz aguda.

- Não vamos. - falo, sem dúvidas. - Adrien não pegará aquele avião.

Suas sobrancelhas se comprimem e ela traz um semblante indignado:

- Você quer que ele saiba?

- É claro, precisamos dele!

- Félix, isso é...

Antes que ela terminasse, interrompo-a:

- Escuta, está fora de cogitação ganhar de Monarch sem Chat Noir. Eu tenho que dar um jeito de forjar sua viagem á Londres, mas ele tem que estar exatamente aqui.

A filha do padeiro emana ansiedade e desespero.

- Tem que ter outro jeito! - exclama. - Ele pode lutar sem saber...

A interrompo novamente, com certa raiva:

- Ah é? E o que acha que aconteceria se o Gabriel inventar mentiras e persuadir o Adrien no meio da batalha?

Suas palpebras se chocam.

- Você não está pensando! - grito, chacoalhando as mãos no ar. - Quer correr o risco de deixar um adolescente com poder de destruição descobrir a pior coisa que poderia saber, durante a batalha mais importante de nossas vidas?

Ela anui, de cabeça baixa.

- Você está certo... - reconhece. - Me desculpe.

Por um momento, me arrependo de elevar a voz.
Inspiro ar puro e recomponho-me.

Sempre foi você || (Marichat-Adrienette-Miraculous)Onde histórias criam vida. Descubra agora