Sempre foi você || (Marichat-Adrienette-Miraculous)

34 - Bourjois

~ aviso de gatilho: esse capítulo apresenta menção á transtorno alimentar.

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"Eu descobri como ser amado, mas isso não é amável"
Leaving Tonight - The neighborhood
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Adrien's pov:

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Abro os olhos.

Minha cabeça ainda estava meio tonta, mas o cenário que eu via ganhava cor conforme eu despertava.

- Querido! - Nathalie exclama, levantando-se de um sofá branco e indo em minha direção.

Seu tom de voz foi o suficiente para que eu assimilasse o que tinha acontecido.

Eu estava no hospital.

- Como você se sente? - ela me questiona, acariciando minhas bochechas.

Não sei.

Sinto uma superfície gélida percorrer meus pulsos. Levanto-os e noto o soro hospitalar em minhas veias. A mulher abaixa meu braço, para aconchegá-lo de volta na cama.

- Eu estou bem. - respondo com um sorriso forçado.

Ela assente como se confiasse, porém eu sei que não confiava de fato.

- O que aconteceu comigo?

- Seu amigo te encontrou no corredor da escola...

Assim que ela conta as lembranças vão surgindo.
Eu lembro que estava indo ao banheiro então senti uma tontura forte, minha pressão cair e...

Acordei aqui.

- Adrien, - pronuncia  carinhosamente. - Os médicos disseram que seu peso está quase abaixo do normal...

Arregalo os olhos.

Ah, merda...
Nós dois sabíamos o que isso significava.

- Eu disse aos seus amigos que você caiu, mas você sabe que desmaiou. Não sabe?

Anuo.
Ela suspira decepcionada.

- Isso não pode continuar. - suas mãos geladas passavam pelo meu abdômen, coberto pela manta da maca.

Fico cabisbaixo.

Ansioso pelo teste da Bourjois, eu fiquei de jejum por 2 dias.

Eu sabia que não era certo.
Sempre soube.

Eu só...
Precisava fazer de tudo para continuar sendo aceito pelas agências e, cacete, isso ficava cada vez mais impossível.

Eu não sou bom na escola, não sou naturalmente carismático ou esperto. Minha beleza, meu corpo, meu rosto... Tudo que me resta
são eles.

Por mais perigoso ou ruim que fosse, eu precisava mantê-los o mais perfeitos possíveis.

Se não... O que mais eu seria?

- Eu vou parar. - digo sem ter muita certeza, na verdade.

Queria ser mais do que só um "rostinho bonito", mas não sou.

E no fundo, ela mesma sabia que eu precisava passar nos testes.

Ate porque, não era só uma questão pessoal minha, envolvia meu pai também.

Quando eu comecei a ser substituído e perder atenção da mídia, ficou mais difícil ser aceito em novos trabalhos. E a cada "não" que eu recebia, eu o via perder ainda mais a cabeça.

E por mais cruel que isso fosse, eu me sinto culpado.
Muito.

Ele sempre me deu tudo e minha única obrigação era essa...
Eu estava destruindo a carreira e as criações dele toda vez que não me destacava.
Eu estava sendo um inútil e eu me detestava por isso...

E... acho que o sentimento de estar falhando faz a gente cometer loucuras.

E eu estou aqui por conta de uma delas.

- Seus amigos vieram te visitar, mas pedi para que fossem embora. - Nathalie revela, levantando-se um pouco.

- A Marinette veio?

- Sim, ela estava bastante aflita.

Sinto-me mal, por um instante.

Queria tê-la visto.

Prometemos não guardar mais segredos e eu ainda guardava este.

Pensando em segredos...
Sinto meu coração acelerar.

- Você contou ao meu pai?

Nathalie me encara com lamúria, como se soubesse que eu não ia gostar da sua resposta.

- A secretaria teve que ligar pro seu responsável legal, querido.

Não...

Meus olhos se arregalam.

É... eu tava muito fudido.

- Por favor, Nathalie... - algumas lágrimas caem dos meus olhos. - Você precisa conversar com ele... Não diga que eu desmaiei.

Ela respira fundo e inclina o pescoço.

- Não acho que vai ser possível.

Pronto.

Eu estraguei tudo.

- Mas eu não vou deixar o hospital revelar sua ficha para nenhum repórter. Ninguém saberá disso. - ela contrapõe. - Eu te prometo.

Assinto, conformado.

Isso era menos pior. Afinal, se saísse na mídia meu pai me mataria. Essa sempre foi a questão, desde o início.

Mesmo assim, eu já tinha prometido á ele que não iria causar alardes. Que ia apenas me esforçar e ir bem nos desfiles.
Sem nenhum problema.

E olhe para mim...
Na cama de um hospital, com a escola preocupada e o peso instável.
Isso parecia um problema.

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~estamos no começo do arco do adrien galerus, oq tao achando?

~cap curto pq a autora ta voltando ás aulas 😭 mas espero q estejam gostando

beijinhosss <3