Sempre foi você || (Marichat-Adrienette-Miraculous)

39 - Sentimonstro

"O que eu faço? O que eu faço? Eu não acredito em nada sem provas. Eu não acredito se eu não te conheço. Eu não acredito se estiver nos jornais ou na internet.
Eu preciso de um cigarro"
R.I.P 2 my youth - The Neighbourhood

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Adrien's pov:

Ando em direção ao meu quarto enquanto lágrimas percorriam meu rosto.

Era só... muita coisa para digerir ao mesmo tempo.

Meu pai nem sequer me respondeu. E não é isso que doía, era o fato de mesmo sem nenhuma palavra ser dita, no fundo, eu sabia que para ele eu era um produto.

Abro a porta e fecho-a com as costas.

- Como foi? - a voz grave de Félix ecoa, fazendo eu notar sua presença.

- Vai embora daqui.

Seco as lágrimas rapidamente. Não queria dar esse gostinho para ele.

No entanto, ele não sai. Apenas se aproxima em passos lentos.

- Pela sua cara já sei que reparou mais no que eu pedi, não é? - diz sério, apesar do sorriso de canto.

- Pela última vez... Vai embora.

- Não. - ele nega, seco. Sua figura ganha minha atenção. - Você sabe que precisamos conversar.

- Eu não sei de nada e não vai ser através de você que eu vou saber de alguma coisa.

- Eu sei como é... Eu sou como você. - o loiro põe a mão sobre meu ombro e tinha um olhar impregnante. - Nós dois somos a mesma coisa...

Seguro seu pulso e o retiro de mim.

- Para! Chega de mentiras!

- É... - ele desvencilha-se de mim e ajeita a camisa social, como se estivesse ciente de sua superioridade. - A primeira fase do luto é sempre a negação.

Cerro meus punhos e ordeno para que Plagg me transformasse, em um tom baixinho.

Em milésimos de segundos, eu já estava vestido com meu traje e aproveito-me de minhas habilidades heróicas para prensar Félix na parede.

O garoto nem parece surpreso ao ver que sou Chat Noir. Provavelmente, já sabia.

- Que merda você tá fazendo!? - minhas mãos apertavam seu pescoço e eu continuava compressando seu corpo no concreto, para que não escapasse. - Qual é a porra do seu plano?

Por mais que eu estivesse usando a força, ele parecia inabalável. Então, apenas responde de forma neutra e concentrada:

- Não tem plano, priminho. Eu tô só te contando a verdade. Você tem o direito de saber.

Sinto uma onda elétrica na minha espinha que aumentava a cada mentira que ele contava.

Agarro seu colarinho com as duas mãos, e levanto seu corpo prensado na parede.

- Eu vou te dizer a verdade... - suspiro vendo seu rosto ficar vermelho pela pressão que eu botava. - A verdade é que você é um mimadinho de merda que gosta de ver o caos.

- Você andou malhando? - um sorriso debochado se forma em seus lábios.

Por mais que agora, parecesse sofrer com meu toque, não demonstrava fraqueza. Pelo contrário, era como se ele estivesse se divertindo.

Esse pensamento foi um catalisador para minha fúria engavetada.
Fiz questão de bater suas costas contra a superfície.

- Onde está o Monarch? - pergunto, com o rosto perto do seu e lançando-lhe o olhar mais horripilante que conseguia.