Dezessete. A ligação

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A manhã de sexta se iniciou. Como disse que faria dei uma olhada melhor no panfleto que Violet me entregou na quarta, e pude sentir meu coração errar algumas batidas ao ler: "audições para o espetáculo: Lago dos cisnes em Berlim", isso não deixava os olheiros de fora.

Ainda tinha o imenso desejo de estudar, de fazer uma faculdade e ter o meu diploma. Yale ainda me parecia distante, mas de todo modo ainda era uma ideia que se fazia presente, toda e qualquer oportunidade que me deixasse mais próxima desse sonho era muito bem aceita.

Tinha exatamente uma semana para criar uma coreografia autentica da música até lá, já havia começado a elaborar uma, treinava e trabalhava mais do que o normal. Chegava ao Studio as seis da manhã e saia as nove da noite. Trabalhava e treinava.

Estava ficando exausta, o peso do treinamento era incansável, meus pés estavam cheios de calos e feridas, já não aguentava mais ficar nas pontas. Violet Bexley igualmente como minha boa amiga havia virado uma concorrente a altura. De quatro papeis eu precisava de apenas um.

Não tinha mais tido tantas notícias dos garotos do Tokio, a não ser meu primo Georg através de Anelise, que por mais que não admitisse era notável a falta que o irmão fazia para ela e para o resto da casa.

Estava sem tempo, mas igualmente preocupada com Bill, as únicas noticias que venho tido são algumas manchetes nos jornais sobre os shows locais. Duas semanas que ele não me ligara, mesmo tendo eu ligado a ultima quarta, ainda aguardo um retorno, por mais ingênuo que isso possa parecer.

Nunca pensei que Bill Kaulitz fosse me deixar tamanha falta.

Estava no final do expediente, as sete da noite, Violet treinava no mesmo horário que o meu, mas jamais disputaríamos entre nós, éramos apenas amigas treinando juntas para uma audição que poderia alavancar nossas vidas, e ficaríamos igualmente satisfeitas com os resultados, e orgulhosas uma da outra.

Estava apertando os laços de minhas sapatilhas quando ouvi minha bolsa vibrar, arregalei os olhos, a primeira ligação que recebia. Arranquei o aparelho telefônico da bolsa e o atendi abruptamente.

Merda.

Infelizmente, não era quem esperava que fosse, havia sido um engano. Me perguntava porque estava em tamanha agonia, me perguntava por que de estar tão ansiosa para a ligação de alguém que sem dúvidas está tão ocupado quanto eu. Porque aquele garoto insiste em ocupar tanto minha cabeça?

A Sra. Bexley, mãe de Violet e o marido passariam o fim de semana inteiro fora numa viagem, a moça me convidou para passar esses dias em sua companhia por não querer ficar sozinha. Ao final de nosso ensaio já tarde da noite, juntamos nossas coisas e fechamos o Studio.

Nos dirigimos para o modesto carro verde de Violet, pusemos as bolsas no banco traseiro do carro, sentamos a frente enquanto a morena de cabelos curtos tentava ligar o carro.

— Anda! Vamos lá Frog! — Disse a garota girando a chave.

Antes mesmo que pudéssemos continuar a esquina da frente, um carro vinha em grande velocidade, quando piscamos os olhos outro carro veio na mesma direção e bateu no outro com força. Um acidente feio.

Violet ficou estática, com as mãos no volante, fechava os olhos para não precisar observar aquela cena trágica.

— Vi? — Falei com a moça tocando em seu ombro.

— Vamos embora, agora! — Disse firme dando as costas para o acidente indo em direção a sua casa, completamente atordoada.

Não era minha primeira vez vindo a casa dos Bexley, mas desde que pus os pés na casa pela primeira vez, senti algo pesado, uma energia ruim vinda da casa, sem dúvida era um lugar que carregava muitas lembranças, mas nunca tive tanta certeza.

A menina subiu direto para o quarto ainda atônita, permaneci na sala, preferi deixá-la quieta por um momento. Ela não parecia nada bem. O silêncio prevaleceu, olhava os quadros nas paredes, os três pareciam uma família tão feliz, mas eu sabia que tinha algo a mais, alguma coisa no passado dessa família que os deixavam até meio sombrios.

Sentei-me no sofá pegando meu telefone dentro da bolsa. Me assustei quando olhei a tela, um pequeno comunicado, "chamada perdida de Bill Kaulitz". Merda. Ele me ligou e eu não atendi, provavelmente foi quando estávamos no carro. Droga, droga, droga.

Larguei o celular ao meu lado escondendo meu rosto debaixo de minhas mãos, um tanto irritada comigo mesma. Poucos segundo depois o aparelho começou a vibrar me dando um leve susto. Agarro o telefone e ali está, "chamada de Bill Kaulitz". Atendi sem nem hesitar.

— Bill? — Indaguei com o telefone no ouvido.

— Dorothy? — Respondeu do outro lado da linha.

— Merda Kaulitz! — Afirmei irritada.

— Como é? — Perguntou confuso.

— Seu idiota, fiquei preocupada com você! — Soltei.

— Estava preocupada Dodo? — Perguntou em tom provocativo.

— Pelo visto estava preocupada atoa. Seu senso de humor infantil está intacto. — Ele riu do outro lado da linha.

— Pensei que tinha ficado chateada depois da praia, não quis te importunar! — Suspirei em resposta.

— Você não me perturba! — Afirmei tranquila. — Mas considere-se avisado, não deixe de ligar! — Disse firme.

— Sentiu tanto assim minha falta? — Eu ri.

— Me poupe. — Disse rápido.

— Como você está? — Perguntou.

— Bem, cansada, mas bem. — Respondi. — E quanto a você? Aposto que está tão cansado quanto eu.

— Apostou certo! Mas estou bem.

Sorri, queria olhar para ele é de fato eu sentia falta dele, mas não ia admitir diante de tanta presunção. De repente ouvi um barulho de algo se quebrando do andar de cima, me assustei e logo lembrei.

— Dorothy? Está tudo bem? — Perguntou assustado, provavelmente pode ouvir o barulho.

— Violet!

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Chegaste ao final do capítulo!
Bom meus amores nada como terminar o capítulo com um tom de suspense né?
Talvez hj ainda poste outro capítulo, vai depender do meu corretor.
Até mais tarde ou então até quarta, bjs 😘

You Dream Of The End - Bill KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora