Trinta e seis. O que eu amo mais?

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— Dorothy você tem que mandar! — Violet gritava do outro lado da chamada de vídeo no Skype.

— Eu sei, mas, droga, minha vida está tão boa do jeito que está... — Falava tentando justificar meu medo de manda minha cartas de recomendação para Yale.

— Dorothy, isso tudo é só medo! Este não sempre foi seu sonho? — Ela estava certa, eu estava apavorada.

Afinal, sempre foi meu sonho, e pode acreditar que se fossem em outras circunstâncias eu já teria mandado a muito tempo, mas Havaí me acomodado a minha nova vida e nova rotina aqui na Alemanha, tinha medo que algo mudasse, principalmente quando se referia a Bill.

Mas no fundo eu sabia que ficaria destruída se não fosse aceita e se a situação fosse a inversa, eu não saberia o que fazer, pois teria que voltar pros Estados Unidos, e isso era uma das outras coisas que também me deixavam amedrontada.

— Olha... você ama dançar, não ama? — Indagou do outro lado do computador com uma feição meiga que só ela tinha.

— Amo demais...

Se me perguntasse a mesma coisa a uns quatro anos atrás eu diria que sim e que era a coisa que eu mais amava no mundo, mas agora estou dividida, entre a dança e Bill.

— E você ama o Bill e a sua família não é? — Assenti sentindo um no em minha garganta. — Se os ama e eles os amar de volta vão entender seus motivos, veja eu e Georg, continuamos juntos e eu estou em Berlim! — Afirmou.

— É, mas Berlim e Nova York não distâncias bem diferentes né Vi. — Falei.

— Olha... só tenta pensar em qualquer outra coisa, meu segundo período aqui tá acabando, vou ter um recesso de duas semanas, quando eu voltar pra Hamburgo a gente conversa melhor sobre isso, ok cisne?! — Sorri ao lembrar do apelido de anos atrás.

— Ok! — Ela abriu um rápido sorriso e acenou.

— Tchauzinho! — Falou e então encerrou a chamada.

Desliguei o computador e me joguei em minha cama, pensando e refletindo, já se passaram três anos, já estamos no meio de 2010 e muita coisa, tipo, muita coisa mudou, o cabelo de Bill também não foi uma exceção. Agora estava com um moicano, mas que geralmente ficava para trás, só usava para cima em apresentações e shows.

Agora eu tinha 21 anos, se nada tivesse mudado agora eu provavelmente ainda estaria me matando de trabalhar em milhares de empregos me afogando em tristeza por não ter passado nos meus testes pra faculdades e ainda fazendo mais diversos vestibulares. Mas não, agora estou na minha antiga cidade natal, namorando um astro do rock alemão, e dançando ballet livremente como sempre sonhei mas ainda sim... Yale não saia da minha cabeça.

— Amor! — Falando no tal astro do rock alemão, aí está o próprio, invadindo meu quarto pulando em minha cama encima de mim, cobrindo meu rosto de beijos.

— Aí meu Deus! Bibo! O que aconteceu? — Falei recebendo aquela chuva de beijos, ele então parou, sorriu, maldito sorriso que me prendia aqui, era mais lindo que mil diamantes brilhando no céu. Meu Deus, como eu o amo.

— Duas coisas! — Falou saindo de cima de mim parando de pé a frente da minha cama.

— Ih, lá vem. Manda!

— Primeiro, sabe aquela premiação? — Iniciou, parei e pensei um pouco tentando me lembrar do nome.

— NRJ Music e blá-blá-blá? — Indaguei ele riu e assentiu.

— Isso, a NRJ Music Awards, fomos chamados para a premiação lá nos Estados Unidos! — Falou com um enorme sorriso, batendo palmilhas e dando pulinhos.

— Meu amor, eu tenho certeza de que vocês e os rapazes vão ganhar! — Falei indo até ele e lhe dando um beijo rápido.

— Não para por aí! Ainda tem a outra coisa. — Falou e então me voltei a sentar na ponta da cama.

— Qual é a segunda novidade estrondosa? — Falei gesticulando exageradamente.

— Isso! — Falou levantando a camisa na altura da costela, revelando uma imensa tatuagem com "wir horen nie auf zu scherein".

— "Nos nunca paramos de gritar" hein?! — Falei dando um beijo rápido em sua barriga. — Está fantástico, meu amor.

— Obrigada, só cuidado por que fiz recente. — Assenti e dei espaço para que se deitasse ao meu lado.

— Trouxe o filme? — Indaguei e ele sacou um dvd.

— Nunca falho quando se trata de Titanic. — Beijou a caixinha do dvd e se dirigiu até a televisão pondo no player.

Me acomodei ao seu lado, com o mesmo se recostando em meu colo, então começo a mexer em seu cabelo enquanto o filme iniciava.

— Desde pequeno eu tenho uma queda pela Kate Winslet. — Admitiu enquanto olhava encantado para a tela com a moça.

— E eu pelo Leonardo DiCaprio! — Falei.

— Não vou mentir que eu também! — Brincou se virando para mim rindo.

Já ao final do filme, via Jack morrer por Rose no filme, os dois dispostos a perder tudo um pelo outro, a abandonar tudo o que eram e tudo o que amavam apenas pelo seu amor um pelo outro. Tudo em nome do seu amor. Era lindo, mas se você fizesse o mesmo hoje seria chamado de emocionado, de dramático, mas não, o amor é lindo assim. E isso me fazia ficar cada vez mais dúvida

Soltei um suspiro pesado, em busca de afastar esses pensamentos. Se quer contará a Bill a respeito de eu enviar meu currículo para Yale, tinha medo de sua reação, tinha medo de sua reação, mas mesmo assim.

— Amor? — Indagou se virando para mim em meu colo olhando para mim.

— Oi? — Falei olhando para seu rosto.

— Está tudo bem? — Perguntou com uma feição preocupada, considerei contar-lhe a verdade mas tinha medo de machuca-lo e acabar estragando este momento tão bom, então apenas neguei com um movimento sútil com a cabeça.

— Uhum... — Falei ainda olhando para si, o admirando.

— O que foi? — Falou com um sorriso sem graça enquanto eu olhava para si.

— Nada só que... seus olhos brilham mais que todas as luzes da cidade... — Ele apenas sorriu. — Eu fico tão feliz de ter você. — Falei acariciando seu rosto.

— Eu te amo! — Afirmou.

— Eu também te amo Bibo!

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Chegaste ao final do capítulo!
Eita... decisões difíceis a de serem tomadas.
Vamos ver ao decorrer desses próximos capítulos.
Amo vocês e até a próxima! 😘

You Dream Of The End - Bill KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora