Trinta e sete. Onde você está, Violet?

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— Olha... ao meu ver está ótimo! — Falou Violet se referindo a minha redação de apresentação para Yale.

— Não sei não. — Afirmava dando de ombros.

— Amiga, você tirou uma das melhores notas no vestibular, tem ótimas indicações, eles seriam tolos de não lhe aceitar! — Violet falava gesticulando bastante com as mãos, como geralmente fazia.

— Eu sei Vi mas tenho medo de ferrar com tudo.

— Eu sei mas você só vai saber se você tentar!  Liga o foda-se!

— Eu te odeio Violet Bexley! — Falei enfim me rendendo as ideias da moça que abrirá um sorriso enorme.

— E eu te amo Dorothy Schneider! — Falou soltando uma rápida risada.

Respirei fundo e rapidamente alterei a data da redação pois já havia se passado um bom tempo, 09 de janeiro de 2011, pousei o dedo sobre a tecla de enter, mordi minha bochecha e em um pedido silencioso implorei e então enviei.

— Isso! Finalmente hein! — Falou Violet estendendo a mão para um "toca-aqui".

Seu telefone começou a vibrar encima da mesa, ela se afastou pegando o aparelho indo para a ponta do quarto. Fiquei parada refletindo a respeito de tudo, até que ela estava certa, o melhor que podia fazer era de fato ligar o foda-se. Ela já tinha voltado a uns três dias e não tinha parado em casa ainda, sempre comigo ou com Georg.

Voltei meu olhar a moça que agora tinha um olhar vazio, porém cheio de lágrimas, sua pele já fria ganharás um tom ainda mais pálido. Me levantei lentamente indo até a moça, que parecia fazer de tudo para não chorar, e prestava total atenção ao que a pessoa do outro lado da linha lhe comunicava.

— Vi? Está tudo bem? — Seu queixo começou a tremer como se fosse desabar em lágrimas a qualquer momento.

— Eu... eu preciso ir! — Falou pondo o telefone no bolço e limpando a bochecha. — Depois a gente se fala. — Afirmou se dirigindo para fora do quarto me deixando sozinha com milhares de dúvidas.

Deve ter sido algo com sua mãe ou o padrasto, Violet não se dava muito bem com ambos, e geralmente quando estavam por perto nunca acabava muito bem.

(...)

Já eram quase sete da noite, permanecia preocupada com Violet, ainda não tinha dado nenhuma notícia até agora, já havia ligado diversas vezes mas nada. Os garotos ensaiavam no porão do Listing como geralmente faziam, apenas aguardava que terminassem para conversar com Bill. Meu telefone tocou encima de minha escrivaninha, dei um pulo na esperança de que fosse Violet ao telefone mas me decepcionei ao ver que era Linda.

— Oi Lin... — Atendi um tanto decepcionada.

— Dod's, como a Violet está? Como ela reagiu? — Ela falou se referindo a Bexley, provavelmente tinha noção de algo.

— Como assim? Reagiu a que? — Indaguei de volta.

— Ah deus... ela não te contou? — A cada segundo eu ficava cada vez mais aflita.

— Contou o que? — Falei já com a voz um tanto mais alta.

— O pai dela infartou, não sobreviveu, foi a poucas horas.

Eu congelei. Sabia o quanto o pai dela significava para ela. Era o único membro de sua família que de fato se importava, não como sua mãe, que viviam em um eterno conflito, mas sim como uma de suas únicas figuras familiares que de fato considerava.

— Ela passou aqui mas disse que ia sair pra respirar, tentei falar com ela mas ela não deu mais notícias. — Explicou.

— Vou procurá-la. Obrigada Lin!

Desliguei o telefone o largando sobre a cama e correndo até o andar de baixo, no porão onde os rapazes estavam treinando. Invadi a cômodo descendo as escadas correndo os interrompendo no meio do som.

— Dodo? — Bill olhou para mim confuso.

— O pai da Violet teve um infarto, eu não sei onde ela está, eu tô preocupada que alguma coisa tenha acontecido!  — Georg largou o baixo e se dirigiu até mim.

— Sabe onde ela está?

— Tenho um palpite!

A chuva forte juntamente com a neblina da noite escura que se formava, dificultava um pouco de dirigirmos mas prosseguimos sem pouco nos importar. Fomos direto para sua casa. Descemos na chuva sem pouco nos importar se ficaríamos molhados ou não.

Sabíamos que sua mãe e o padrasto não estavam em casa pois tinha ido resolver algumas questões burocráticas sobre o pai de Violet, então se estivesse aqui estaria sozinha. A porta parecia entre aberta, foi o suficiente para preocupar mais ainda eu e seu namorado. Adentramos a casa encharcados pela chuva, chamando Violet gritando desesperados.

Corremos direto para o andar de cima, onde ficava seu quarto; pela fresta da porta vimos uma silhueta e luz do lado de dentro ligada.

— Vi? Amor? — Chamou Georg batendo a porta e recebendo apenas o silêncio como resposta. Silêncio este que nos passava uma sensação ruim, como se algo tivesse acontecido naquele quarto. — Dorothy, sai da frente! — Falou pegando distância e chutando a porta com força, uma, duas, três vezes, até que finalmente se abrirá.

Quando a porta foi escancarada pelos chutes desesperados de Georg, a visão que tivemos foi de um frasco de remédios jogado no chão do quarto com diversos comprimidos em volta, e logo ali, Violet jogada no chão convulsionando espumando pela boca.

O ar parou de entrar em meus pulmões, eu estava congelada sentindo meu coração na minha boca. Georg lhe segurou no colo já com lágrimas nos olhos.

— Não, não, não, Vi! Por favor! — Implorava segurando a moça que ainda convulsionava em seus braços, segurei sua mão fortemente implorando para que aquilo tudo não passasse de um pesadelo.

Um maldito pesadelo que na verdade era real.

Descemos correndo com ela no colo de Georg, ele sentou no banco de trás com ela ainda desacordada em seus braços a pondo de lado, eu assumi o volante, assustada mas segura, tentando manter a calma o máximo que podia até chegarmos no hospital.

Ela tinha que ficar bem.

Ela precisa ficar bem.

- - -

Chegaste ao final do capítulo.
É fml, a vi foi de f? Vamo vendo né, boa sorte aí com a depressão 🤠
Nn vou pagar terapia de ninguém já vou logo avisando akskskskak
Meme, mas é isso gente, ate a próxima!

You Dream Of The End - Bill KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora