Quarenta. Yale e ponto final

755 94 84
                                    

Acordei apenas sentindo o sol bater em meu rosto, abri os olhos lentamente sentindo minha cabeça latejar, odiava quando acordava com enxaqueca. Pus a mão na cabeça enquanto esfregava meus olhos tentando melhorar minha visão ainda turva pelo sono, estiquei minha mão até meu criado mudo ao lado de minha cama onde geralmente ficava meus remédios para dores como está.

Chacoalhei o pequeno frasco agora vazio, bufei um tanto irritada e cobri meu rosto novamente com o lençol cansada e com bastante dor. Levantei pouco tempo depois cambaleante, indo para o andar debaixo atrás de tia Marie e talvez alguns analgésicos.

Assim que desci a vi sentada na poltrona na sala com uma xícara de café em mãos, assim que pós os olhos em mim pulou da poltrona pegando o que parecia ser uma carta encima da mesinha de centro, se dirigindo a mim com um sorriso de orelha a orelha.

— Querida, só estava esperando você acordar. A sua carta de Yale chegou! — Afirmou rápido e eu pude sentir meu coração errar uma batida.

— O que?! — Indaguei com os olhos arregalados, ela logo estendeu a carta me entregando o pedaço de papel com o enorme e formoso selo de Yale.

Respirei fundo me sentando no sofá. Olhei para minha tia que estava agora sentada ao meu lado com uma feição tão ansiosa quanto a minha e então rasguei o envelope abrindo a carta devagar.

"Temos o prazer de afirmar que você foi aceita na universidade Yale."

Puta merda.

— Aí meu Deus Dorothy! Você passou. Você vai para Yale! — Falava aos berros e eu estava em completo choque, não conseguia falar ou se quer me mover, sentia um imenso no em minha garganta.

Uma parte de mim comemorava e gritava como minha tia, mas a outra estava entrando em colapso, eu estava feliz e queria ir mas não conseguia para de pensar numa coisa, o que eu e Bill iríamos fazer?

— Eu vou pra Yale? — Indaguei em voz baixa para mim mesma, via o mundo ao meu redor silenciar. — Titia? — Chamei a atenção da mulher que quando viu meus olhos brilhando graça as lágrimas que agora se formavam nós mesmos parou.

— Ah querida... o que ouve? — Perguntou voltando a se sentar ao meu lado.

— Nova York não é a mesma coisa de Berlim, é outro continente, o que eu vou fazer? — Ela me abraçou.

— Apenas relaxe. Se for o que você realmente deseja, tenho certeza de que Bill irá lhe apoiar. — Eu sabia que ia, mas não teria como termos um relacionamento a distância e eu tinha plena consciência disso.

(...)

Já se passaram dois dias desde que recebi a carta, meio que tenho ignorado Bill, tanto as ligações como as mensagens, tenho muito medo de encara-lo, não quero perdê-lo, de forma nenhuma, eu o amo demais mas talvez não mais que a dança...

Ouvi de repente dois toques a minha porta, levantei o olhar rapidamente, pedindo que seja lá quem fosse entrasse e adivinhe só?! Era Bill por trás da porta. Quis morrer apenas por ver seu olhar triste e preocupado sobre mim.

— Amor, tá tudo bem? — Falou se aproximando. — Eu fiz alguma coisa? Não tem me respondido, eu fiquei preocupado.

— Desculpa... — Disse em voz baixa.

— Olha, você sabe que pode me contar qualquer coisa não sabe?! — Falou segurando minhas mãos, pondo um sorriso meigo no rosto, maldito sorriso pelo qual tinha me apaixonado.

— Bibo, eu... — Iniciei nervosa.

— Você? — Indagou com um sorriso reconfortante, o encarei por um momento logo baixando o olhar novamente.

— Eu vou pra Yale! — Afirmei rápido.

— O que?! A meu Deus! Parabéns meu amor, estou muito orgulhoso de você! — Falou me abraçando e dando beijos rápidos mas eu logo me afastei, e seu enorme sorriso foi desaparecendo aos poucos. — O que foi? Não está feliz?

— Estou. Mas Bill, Nova York é longe demais... — Falei e ele franziu o cenho em dúvida.

— O quer dizer? — Falou com uma feição nervosa.

— Bibo, sabe que eu te amo, mas esse sempre foi meu sonho... não tem como fazermos isso dar certo comigo em outro continente. — Ele empalideceu.

— Não. Tem sim, é claro que tem! — Falou em disparado. — A gente da um jeito, se for preciso eu saio da banda! Eu só quero ficar com você.

— Não Bill, você não pode, está maluco? Sair da banda por minha causa? Não, só não. — Afirmava com a voz já um pouco mais alta. — Você sacrificou anos da sua vida nesse sonho, não pode abandonar tudo por minha causa...

— Eu posso sim! — Afirmou em um leve desespero. O mesmo medo que eu tinha de perdê-lo ele tinha de me perder.

— Você não está me ouvindo! Não posso te deixar fazer isso, assim como eu também não posso deixar que os anos que eu sacrifiquei pra realizar meu sonho de ir pra Yale fossem em vão, mesmo que seja por você... — Afirmei triste.

— Eu entendo... — Disse triste com o olhar baixo e vazio.

— Não pense em nenhum momento que eu estou fazendo isso por que não te amo, eu te amo demais, mas as vezes amar significa deixar a pessoa ir, e nesse momento eu preciso ir... — Falei segurando seu rosto fazendo com que olhasse para mim, seu olhar transbordava tristeza por meio das lágrimas.

— Eu te amo e se esse for o seu sonho... vá em frente, não se prenda aqui por mim... — Falou com a voz embargada, sendo isso pra mim o mesmo que uma facada no estômago.

— Tudo irá ficar bem... eu prometo. — Falei já com as lágrimas escorrendo por meus olhos.

— Só me promete que se tiver uma chance de se apaixonar de novo no futuro, se apaixone por mim... — Falou e eu soltei um pequeno sorriso meigo em meio a lágrimas.

— Bobo é você de achar que eu vou deixar de te amar por algum momento, tenha certeza de uma coisa, você é e sempre será meu primeiro grande e único amor. — Afirmei segurando seu rosto choroso, ele soltou um sorriso que logo foi interrompido por um beijo.

O último, pelo menos por um tempo.

- - -

Chegaste ao final do capítulo!
Falei que piorava kkkk
Sinto muito por essa depressão, este trauma todo mas fico feliz em dizer que ainda não acabou!
Só digo isso, beijos e até a próxima!

You Dream Of The End - Bill KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora