Vinte e sete. Lagrimas que velem a pena

1K 120 34
                                    

"Acho que estou apaixonado por você."

Isto roda pela cabeça a mais de uma semana. Eu e Bill, como da última vez não nos falamos desde que saiu de meu quarto aquela noite. Sentia tanto sua falta, e agora mais do que nunca, queria abraçá-lo e nunca mais soltá-lo, queria voltar a sentir seu gosto, mas a milhas de distância era algo um tanto impossível.

Tia Marie, Ane e Violet tentavam por tudo me tirar do quarto e da cama. Quando não estava lá, estava no estúdio, gastando todo o tempo que tinha com as aspirantes a bailarinas a qual ensinava.

Como mais uma de minhas terça-feiras rotineiras, estava no estúdio trabalhando, ao final do expediente, mais especificamente na minha última aula. Minhas alunas já estavam saindo, mas desta vez a pequena Becker, uma de minhas melhores bailarinas voltou até mim com algo escondido nas costas.

— Becker! O que tem aí? — Perguntei me agauchando próxima a menininha.

— A senhorita anda muito triste nos últimos dias, então trouxe isso. — Estendeu a minha frente um par de magnólias.

— Ah meu deus, Becker, elas são lindas. — Ela sorriu fazendo as bochechas brancas ficarem rodadas.

A menina depositou um rápido beijo em minha bochecha e então correu de volta para a mãe, e logo saindo da sala enfim me deixando sozinha novamente. Aproximei as magnólias de meu rosto sentindo seu cheiro adocicado e então as abracei contra meu peito, lembrando do cheiro de Bill, que era assustadoramente semelhante ao odor das flores.

— Dod's?! — Violet apareceu a porta. — Você está bem? — Me virei para a moça e assenti.

— Estou... ou bom, pelo menos acho que vou ficar. — Disse me sentando ao chão pondo as mãos nas fitas enroscadas em minhas pernas.

— Dod's... — Falou se aproximando sentando no chão próximo a mim. — Georg me falou que Bill também não está em um dos seus melhores dias... vocês brigaram ou alguma coisa do tipo?

— Sim, não, eu não sei. — Falei me rendendo ao cansaço, apoiando minha cabeça em minhas mãos.

— Por que não me conta o que aconteceu? — Está foi a frase que mais se repetiu nos últimos dias. Mas em nenhuma das vezes eu respondi pois de fato não sabia o que dizer.

— Antes dos garotos irem embora, bom, Bill veio me visitar... em resumo ele disse que, ele disse que estava apaixonado por mim. — Os olhos de Violet se arregalaram e um enorme sorriso surgiu em seu rosto.

— Ah minha nossa, Dorothy, isso é esplêndido! — Disse agarrando minhas mãos. — Se ele falou isso não entendo o que aconteceu de errado, ele machucou você? — Arregalei os olhos e acenei negativamente com a cabeça.

— Não, minha nossa, não. Ele nunca seria capaz de algo do tipo. — Me assustei apenas com a possibilidade de pensar algo assim do garoto.

— Então o que aconteceu? Precisa me explicar melhor, acho que sou inteligente o suficiente pra entender.

— Eu não respondi. — Soltei. — Para ser mais sincera eu dei a entender que não sentia o mesmo por ele.

— E você sente? — Indagou curiosa.

— Eu não tinha certeza. Esse era o grande problema. Não queria falar algo e me arrepender depois. — Respondi.

— Bom eu acho que você está se arrependendo mais de não ter dito do que o contrário. — Falou com um meio sorriso, pegando minhas mãos, prendendo toda minha atenção no que ela tinha a dizer. — Querida, as vezes o melhor que você pode fazer é tacar o foda-se pro mundo e se jogar. — Falou gesticulando bastante com as mãos. Me fazendo soltar um pequeno riso fraco. — Você o ama, não é? — Mordi minha bochecha e baixei a vista. — Dorothy!

— Oi!

— Você o ama ou não? — Falou agora me encurralando para uma resposta.

— Amo! Amo tanto que só de pensar em perdê-lo me dói até o fundo da alma. — Soltei, e quando disse senti que havia tirado um peso de minhas costas. Assim eu pude me tocar que o que eu sentia era verdadeiro, eu de fato amava Bill Kaulitz.

— Então fale pra ele! — Falou satisfeita por enfim ter conseguido arrancar tal confissão minha. — Precisa falar Dod's. Confie em mim. Deixar esses sentimentos aí presos só vão te fazer mal.

Geralmente era exatamente isso que eu fazia com boa parte de meus sentimentos. Os comprimia e ignorava até que ficassem tão pequenos e insignificantes até enfim sumissem por completo.

— Não só pra você mas pra ele também. — Afirmou, eu já estava a ponto de chorar novamente. Não importa quantas milhas de distância estávamos, eu correria todas elas apenas para dizer isto a ele agora.

— Não sabe o quanto eu queria dizer isso a ele agora. — Disse com a voz embargada.

— Oh querida! — Disse e então se aproximou e me abraçou enquanto chorava.

Sinceramente, me sentia um tanto vulnerável apenas pelo fato de chorar tanto nos últimos dias, e a causa de toda essa choradeira estar sendo por um rapaz, fazia me sentir um tanto tola. Mas por ele, creio que todas as lágrimas valiam a pena.

- - -

Chegaste ao final do capítulo!
Vi dando uma boa explicação doque de fato é amar pra dodô, mds eu amo dms essa dupla.
Resolvi postar mais cedo pq eu estava bem adiantada então aproveitem.
Bjs da MaryRobin e até a próxima.

You Dream Of The End - Bill KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora