Epílogo. A carta

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"Querida Dodo...

Doze anos já se passaram, tanta coisa mudou, principalmente meu cabelo. Se eu dissesse que não senti sua falta eu estaria mentindo, por que você é tudo o que me falta ainda para ser feliz. Dorothy doze anos se passaram e nada do que eu sinto por você mudou, na realidade só aumentou.

Não tem noção do orgulho que eu tenho de você, conseguiu tudo que mais sonhava, você é a principal imagem da Royale Opera na Inglaterra e da Broadway em Nova York. Você é a estrela do ballet em todo mundo, não tem noção do orgulho que sinto de você, eu disse que seria fantástica e olha só... você foi!

Ainda te olho da mesma forma como olhei da primeira vez que te vi a quinze anos, continua sendo a mulher mais linda que eu já conheci, sem querer eu acabei te querendo cada vez mais e mais, e acredite Dorothy, eu tentei te esquecer, tentei mesmo mas tem sido você desde o dia em que te conheci naquela festa. Eu me apaixonei pelos seus olhos verdes, na época cheios de mágoas mas depois cheios de vida. Você tinha os olhos tristes mais lindos que eu já vi.

Me apaixonei por você antes mesmo de poder te beijar, antes mesmo de poder te tocar, pois meu amor por você foi tão grande que nem foi necessário. Eu te amo, da forma da sincera que eu conheço, da forma mais paciente e amorosa. Eu te amo, não pelo que tem por fora, mas pelo que tu guarda aí dentro.

Você é o meu lugar preferido no mundos não importa onde esteja, se eu estiver com você estarei feliz.

Está caixa, tem um anel, que está guardado esperando sua dona a doze anos. Acontece que antes de terminamos eu planejava te pedir em noivado, sabia? Eu sacrificaria tudo que tenho apenas por você, e não me importaria nem um pouco. Eu te amo mais que tudo, Dodo. Mais que tudo.

Lembra daquela vez antes de eu e os rapazes irmos pra turnê, eu te levei pra jantar e contei das últimas palavras daquele poeta francês? "Vou em busca de um grande talvez." Acontece que eu já achei, achei a muito tempo é só demorei de perceber.

Você é meu Grande Talvez...
Foi, é, e sempre será meu Grande Talvez.

Ps. Caso quereria me encontrar eu estou no hotel Pendry Manhattan West."

Meus olhos ardiam de tantas lágrimas que rolavam sobre minhas bochechas, segurei a carta com força em meu peito, abraçando fortemente, peguei a caixa com o anel em mãos e o pós no dedo sem nem pensar duas vezes.

Rapidamente tirei meu figurino pondo um moletom e correndo para fora do teatro na expectativa de encontrá-lo. Mas de repente uma multidão de paparazzis e repórteres querendo audiências, mas em meio a pressa sai me esgueirando pelo meio de todos eles indo até lá.

Peguei o táxi mais próximo para o hotel onde estava hospedado enxugando meu rosto ainda molhado pelas lágrimas anteriores, olhava pelo retrovisor do carro vendo meus olhos vermelhos e meu rosto inchado mas eu pouco me importei apenas gostaria de vê-lo, de senti-lo, se amá-lo novamente.

Quando chegamos, corri para fora do carro rapidamente abrindo a porta do prédio com força, pedido para ser liberada para tal quarto de Bill, entrei no elevador mordiscando minhas unhas e batucando o calcanhar no chão em nervosismo.

Corri pelo corredor até o quarto de número 687 e conferi meu rosto no espelho do corredor, algumas batidinhas no rosto o enxugando novamente, mordi minha bochecha, parei antes mesmo de bater na porta e assim que ia encostar nela Bill a abriu com uma toalha nos ombros e o cabelo molhado. Um sorriso começou a pintar em seus lábios quando me viu e inevitavelmente senti as lágrimas correrem por minhas bochechas novamente.

— Eu também te amo.

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Chegaste ao final do último capítulo!

You Dream Of The End - Bill KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora