— Cadê a minha filha? Cadê a minha filha? — Anelise gritava desesperadamente tentando sair da maca com alguns dos médicos segurando-a. — Dorothy! Por favor, acha minha filha! — Falou se dirigindo a mim segurando meu braço já sem forças ainda sangrando, com os olhos cheios de lágrimas.
Assenti e então sai da sala com passos firmes e rápidos, com meus sentimentos inertes, arranquei a touca de minha cabeça e caminhei firme pelo corredor passando por Georg e Violet preocupados, mas os ignorei e fui atrás de Quinn, era só o que pensava.
— O que eles fazem com crianças prematuras recém nascidas? — Perguntei firme para a atendente da recepção do hospital.
— Dependendo do estado da criança eles a levam para a emergência para ser entubada ou em casos mais graves, reanimação.
Meu sangue fervia diante da afirmação da mulher, até perceber o sangue em minha blusa.
— Ah meu deus! A senhorita está bem? — Indagou a mulher preocupada.
— Não é meu! — Afirmei e então me afastei, sentindo minha visão anuviar, eu precisava saber onde aquela menina estava e se ela ainda estava viva.
— Familia Listing? — Um médico chamou e eu rapidamente me dirigi a ele, juntamente com Violet e Georg.
— Aqui! — Afirmei.
— Lamento em ser o portador dessa notícia mas Quinn Listing-Kaulitz faleceu a poucos minutos. — Senti o ar parar de entrar em meus pulmões no momento em que terminou a frase. — Nasceu prematura, como já sabem, estava muito fraca e não ia suportar mais de quinze minutos fora do ventre de sua mãe. — Balancei a cabeça negativamente, voltando alguns passos pra trás devastada com a notícia.
— Puta merda... — Sussurrei.
— Meus pêsames! — Falou e então se afastou, deixando apenas o silêncio mortal entre os três que ali restavam.
— Dorothy você está bem? — Violet falou se virando para mim, que estava com o rosto pálido, com meus olhos jorrando lágrimas mas permanecendo com uma feição inerte.
— O que? — Falei fraca tocando em meu rosto, limpando as lágrimas e sentindo minhas pernas falharem. — Tô! Bem vou ficar.
(...)
Os gritos de Anelise eram ouvidos do outro lado do corredor, depois que contamos ela ficou primeiramente sem ar, depois desabou a chorar nos braços da mãe, não consegui ficar no quarto por muito tempo não queria que ninguém nome visse vulnerável dessa forma.
Sai do quarto indo até o banheiro, ficava recostada sobre a pia, me olhando no enorme espelho, vendo minha camisa ainda suja com o sangue de Anelise e meu cabelo bagunçado, respirava fundo enquanto encarava meu reflexo no espelho, me segurando para não chorar e então tirei a blusa de cima ficando apenas com minha camiseta preta por baixo, lavando a outra suja de sangue.
Violet de repente entrou no banheiro me vendo ali, se pós ao meu lado pondo a mão em meu ombro.
— Tem certeza que você está bem? — Perguntava acariciando o polegar em meu ombro, e de alguma forma era como se aquela fosse a gota d'água para perder o controle sobre minhas lágrimas.
— Eu não sei, só queria que tudo tivesse dado certo... — Falei odiando o fato de minha voz ter saído tão fraca. — Odiei ver Ane daquele jeito...
— Eu sei, afinal é péssimo perder um bebê assim, deixa todos mal... mas tudo vai passar, tudo vai ficar bem eu prometo. — Falou segurando minhas mãos.
— Obrigada Vi, eu vou sentir sua falta demais quando for pra Berlim. — Ela sorriu e me abraçou.
— Eu também! — Falou me dando um abraço apertado. — Eu te encontro no topo das paradas! — Falou se desvencilhando de mim.
— Não se eu chegar lá primeiro!
(...)
Se passaram três semanas, três semanas desde que Anelise perdeu seu brilho de um vez, perdendo a filha e o namorado de uma só. Acontece que seu choque de realidade que desencadeou seu parto prematuro se deu ao estresse excessivo de descobrir que na noite passada seu namorado estava com o rosto entre as pernas de outra mulher.
Eles terminaram na mesma noite. Nunca a vi chorar tanto de uma só vez. Decidiu enfim fazer algo que nunca teve coragem o suficiente para fazer antes que foi meter as caras e estudar moda em Paris. Se mudaria esta tarde e esperava voltar uma vez ou outra, afinal, já tinha sido aceita em uma das faculdades de la, então só o que precisava era de coragem para partir.
— Vou sentir sua falta Dod's! — Falou me dando um abraço apertado.
— E eu da sua Ane! — Falei lhe abraçando de volta.
— Tchau maninho!
— Tchau feiosa! — Falou de volta. — Não vai nos abandonar viu!
— Já já eu volto pra encher o seu saco! — Afirmou.
— Tem certeza que vai ficar bem não é? Está levando tudo não é? — Tia Marie parecia uma metralhadora de perguntas, estava tão nervosa quanto quando Georg viaja.
— Estou bem mãe, eu vou ficar bem! Relaxa aí! — Falou e então a abraçou.
— Aí meu amor, como vou viver sem seus gritos estericos pela casa? — Ela riu.
— Vai conseguir. — De repente a chamada de seu voo iniciou. — Eu tenho que ir! Amo todos vocês! Até mais! — Falou e então correu pra a fila de passageiros, olhando para trás e dando pequenos tchauzinhos de vez em quando.
Sentirei falta de Anelise, tenho que admitir.
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Chegaste ao final do capítulo!
Enfim o resultado de todo esse suspense, infelizmente tivemos uma morte inevitável. Sinto muito pela saúde mental de vcs 🤠
Boa sorte gatinhas e gatões!
Amo vcs e até a próxima
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You Dream Of The End - Bill Kaulitz
RomansaEra tudo guardado em meio aqueles malditos olhos, mas num tom sem vida alguma, guardando toda a mágoa, tudo que mais doía nela, curada por olhos castanhos que enxergava e curava toda sua dor, a sapatilha vai aguentar? O microfone vai quebrar? As flo...