Quarenta e um. Doze anos...

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— E você se arrepende? — Perguntou a entrevistadora de cabelos longos e loiros longos.

— De ter terminado com Bill? Sim! Mas de ter vindo pra Yale... nunca! — Afirmei passando a mão em meus curtos cabelos que caiam pelo rosto e cruzando as pernas.

— O que acha que teria acontecido se tivesse continuado lá? — Eu ri.

— Provavelmente teríamos nos casado aos 25 anos, morando numa casa rodeada de árvores e milhares de cachorros correndo pela casa, e talvez aos trinta estivéssemos esperando um filho. — Ela sorriu anotando na prancheta.

— Seria um futuro muito bonito. — Afirmou.

— É, seria sim, mas eu viveria me sentindo presa e arrependida de não ter me aventurado quando pude. — Disse, e ela assentiu.

— É compreensível! — Falou e eu concordei com a cabeça. — O que aconteceu, digo, depois que voltou para os Estados Unidos?

— Eu entrei pra Yale e me afoguei nos meus estudos, mas pra minha "sorte" minha colega de quarto do campus era doente pelo Tokio, não ajudou muito a superar quando via a cara do Bill em todas as paredes do quarto. — Falei soltando uma pequena risada. — Apesar de tudo, eu superei, isso não significa que eu tenho deixado de amá-lo, continuo amando ele mais hoje do que a doze anos atrás. Mas acabei me formando, fiz diversos papeis na Broadway e na Royale opera...

— E hoje é considerada uma das melhores bailarinas do mundo! — Falou em tom de admiração.

— Ah que isso! — Falei modestamente.

— Bom, nós agradecemos muito pela audiência com a senhorita, Sra. Schneider, foi um prazer imenso conversar com você! — Disse esticando a mão para mim.

— Disponha!

(...)

— Dorothy! Você entra em três minutos! — Falou Trudy, minha agente de cabelos azuis com preto.

— Obrigada Trudy! — Falei encarando meu reflexo no espelho.

Era minha terceira apresentação na Broadway do mês, desta vez eu iria apresentar World Behind My Wall, como um solo de contemporâneo. Que ironia não?!

Já nas coxias, com meu vestido de retalhos pretos por todo o corpo, o meu cabelo agora curto solto que mexia em movimento, uma maquiagem preta combinando com o vestido. Eu era a terceira na sequência de solos ali apenas esperando olhando para toda aquele salão cheio.

Acontece que com o tempo a quantidade de pessoas que ainda apreciam a arte diminuiu bastante, salões de apresentações em 2022 não se comparava a quantidade de pessoas num salão em 2007-2008.

Enfim apresentando minha patente, meu nome e música eu entrei no palco, cheguei no centro em posição com as luzes desligadas. O som lento do piano se iniciou, junto a alguns passos lentos e sutis, a voz de Bill começou a ecoar pelo salão inteiro, meus passos foram tomando cada vez mais rapidez com o passar do tempo.

Já no refrão, rodopiava e saltava, com os passos das notas da música fui dançando ao longo das notas. Com meu corpo sendo tomado pela música, sentindo o tecido de meu vestido se esvoaçar a medida que me mexia.

Dei uma rápida olhada na plateia e vi de relance um alguém de cabelos loiros platinados, longos e um sorriso que eu reconheceria mesmo após mil anos, era aquele sorriso, o sorriso pelo qual me apaixonei a 15 anos e permaneço apaixonada até hoje.

Era ele.

Bill Kaulitz estava em meio a minha plateia assistindo minha apresentação cantarolando sua própria música, com seus cabelos loiros caindo pelos ombros com uma roupas preta. Minha visão começou a ficar turva devido às lágrimas que se formavam agora em meus olhos, mas eu permanecia dançando.

Não o via a doze anos, doze anos longe do amor da minha vida, queria chorar, descer do palco e agarra-ló com todas as minhas forças para nunca mais soltar novamente. O diria que o amo e sempre iria amar.

A música chegou ao final com a voz de Bill e a guitarra de Tom ao fim, parei em pose e assim que as luzes desligaram corri para fora do palco na esperança de acontecer como em Berlim, como no lago dos cisnes e vê-lo no final do corredor, mas para o meu azar ele não apareceu. Ele não estava lá.

Respirei fundo irritada comigo mesma, e então caminhei lentamente de volta para meu camarim, sentei-me de frente ao espelho e me forcei a não chorar por nada, pensei que fosse apenas uma miragem por um momento mas então cheguei a conclusão de que não, não era ao olhar para minha mesa e me deparar com uma carta, com seu nome e meu destinatário, juntamente com uma pequena caixa envolta em veludo.

Abri a pequena caixa lentamente dando de cara com um anel envolto com prata e alguns diamantes, agora sim, não consegui impedir minhas lágrimas pois agora jorravam como a nascente de um rio.

Eu o queria novamente mais que tudo!

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Chegaste ao final do capítulo!
12 anos, 12 anos se passaram e eles enfim se reencontraram após tanto tempo.
Meus queridos! Meu grande casal!
Será que vão continuar juntos??????
Uma questão que ficará para nosso tão esperado epílogo!
Até mais!

You Dream Of The End - Bill KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora