Quinze. Praia a essas horas?

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A praia se tornou um de meus lugares favoritos no mundo, a primeira vez que fui foi com Anelise, fiquei extasiada com tamanha beleza. Desde então eu e Ane sempre estamos na praia. Geralmente vamos junto do nascer do sol, aproveitamos para caminhar um pouco e tomar banho no mar.

Já tinha um tempo que não íamos, estava com saudades, passava boa parte do tempo que tinha em minha sacada observando o mar. E não foi diferente hoje, beirando as oito da noite, estava sentada na sacada, lendo mais um de meus livros.

Agora que tenho dinheiro e espaço, posso muito bem fazer minha tão sonhada estante, antes quando queria ler tinha que me contentar com os livros da biblioteca da escola, mas era melhor do que nada. Lia "o diário de Anne Frank" uma espécie de biografia, eu estava apaixonada pela história da moça, começará na noite anterior e já estava a ponto de terminar.

Concentrada na história, imersa nas palavras da garota nada mais importava, quando de repente, Anelise invadiu meu quarto de uma vez, quase me fazendo cair da cadeira.

— Dorothy. Levanta, bota um biquíni correndo, vamos pra praia! — Disse com pressa, franzi o cenho em dúvida.

— Uma hora dessas? — Falei pegando o marca página e fechando meu livro.

— Os rapazes sempre fazem algo antes de entrar em turnê, dessa vez decidiram fazer uma pequena festa na praia. — Quando disse pequena eu não sabia o que esperar exatamente.

Me levantei sem muito contestar, só não ia por o biquíni, quando vamos eu sempre vou com uma roupa por cima da roupa de banho, odeio meu corpo suficientemente para não usar biquíni.

Sempre fui ridiculamente magra, meus braços eram muito finos, minhas pernas, minhas costelas sempre estavam visíveis, eu odiava isso, me dava um ar de doente, mas validando o fato de que passei boa parte da minha vida passando fome chega a ser compreensível, mas nem um pouco mais fácil.

Coloquei um biquíni preto que comprei da última vez que fui ao shopping com Ane, com uma blusa branca frouxa por cima é um short jeans curto. Pus uma toalha dentro da mochila junto com meu livro e desci ao encontro de minha prima.

Anelise diferente de mim vestia um biquíni bem decotado, apenas com um short por cima da parte inferior. Georg estava na sala, só esperando nós duas, ele vestia uma regata preta com uma bermuda de uma estampa um tanto espalhafatosa.

Quando chegamos víamos ao longe uma luz no meio da escuridão, a fogueira dos rapazes. Nos aproximamos e apenas vimos lá Tom, Gustav e Violet, estranhei de vê-la ali mas não me surpreendi completamente.

Cumprimentamos todos e nos sentamos junto aos outros ao redor da fogueira. Georg sentou-se ao lado de Violet dando um pequeno selar em sua testa.

Mesmo assim sentia falta de alguém ainda em nosso meio, Bill. Olhei ao redor e não tão distante de nós mas mais no escuro estava o garoto a quem procurava, sentado na areia com o olhar distante olhando para o mar.

Levanto e me dirijo até o rapaz que permanecia distraído mas logo que me aproximo ele parece notar minha presença.

— Bibo, tá fazendo o que aqui sozinho? — Disse me sentando são seu lado, mas permaneceu sem me olhar nos olhos.

— Pensando. — Disse simples. — Não vejo a hora de pegar a estrada. Eu amo minha vida! — Disse com um tom de felicidade e orgulho na voz. — Posso ouvir a voz de todos gritando, batendo palmas e cantando com a gente. É tão... espetacular.

— Se é tão bom por que parece tão abatido? — Perguntei estranhando o tom do garoto.

— Dessa vez sinto alguma coisa diferente, sinto que vou sentir saudade. Sempre sinto mas dessa vez o sentimento está maior. Por algum motivo. — Disse parecendo intrigado em saber o tal motivo.

— Olha bibo, é completamente normal e compreensível, vai estar longe de casa, longe da sua mãe, da sua casa, de alguns dos seus amigos mas nada te impede de ser perfeitamente feliz lá. — Disse olhando para seu rosto, que quando terminei minha declaração se voltou finalmente me olhando nos olhos.

— Vai sentir saudade de mim? — Sua pergunta me pegou de surpresa, não tinha certeza se ia, mas também não queria deixar de me importar.

— Talvez, faz o teste! Se divirta! — Disse tocando no seu ombro soltando um sorriso meigo para o garoto que me retribuiu com um outro.

Ele estava próximo, Bill sempre me causava um sentimento inexplicável, ele me trazia paz ao mesmo tempo que me deixava apavorada.

— Então... — Disse quebrando o contato visual com o rapaz, porque tinha certeza que mesmo no escuro dava pra ver minhas bochechas queimando. — Por que você não sai dessa solidão e vem comigo pro mar?

Seus olhos brilharam e suas bochechas ganharam um tom avermelhado. Ele havia interpretado de outra maneira? Me assustei mas logo afastei esse pensamento.

— Beleza! — Disse levantando.

Ele tirou a camiseta que estava vestindo ficando apenas com a bermuda, minha vista baixou para seu abdômen percebendo a presença de uma tatuagem de estrela que combinava perfeitamente com o rapaz de algum modo.

— Dodo? — Chamou minha atenção, me senti envergonhada por ter me deixado prender pela visão do peito do garoto nu.

— Oi! — Disse pondo um sorriso no rosto.

— Vai assim? — Indagou.

— Só vou tirar o short, peraí. — Fui até a fogueira e pus meu short junto a minha mochila.

— O cisne vai sair pra nadar com seu amor? — Disse Violet meio deitada no peito de Georg.

— Ele não é "meu amor" Violet, sugiro que arranje um quarto pra você e o Pooh! — Brinquei e ela me deu a língua, sorrindo em seguida.

Não planejava tirar a blusa, conseguia nadar com ela tranquilamente, então corri até o garoto agarrei sua mão e corri com o mesmo até a margem do oceano, sentindo a água gelada tocar nossos pés.

— Você é incrível Dorothy Schneider! — Afirmou me fazendo soltar um sorriso enorme.

— Você também é incrível Bill Kaulitz!

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Chegaste ao final do capítulo!
Gente, que gracinha mds, eu tô amando escrever isso.
Talvez eu poste outro ainda hoje, dependerá da disponibilidade do meu corretor.
Caso o contrário só no sábado.
Bom até a próxima beijos de luz.

You Dream Of The End - Bill KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora