Trinta. It's raining man

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Feeling Good tocava as alturas, com minhas sapatilhas pretas numa sala repleta de espelhos, era quase como se uma magia tomasse conta do meu corpo, comecei a me mover aos poucos rapidamente, seguindo a voz lenta de Michael Bublé. Comecei a misturar meu ballet clássico com um contemporâneo, deixando o jazz fluir também aos poucos.

Amava dançar assim, livremente, apenas eu e a música, sem passos cronometrados pra se preocupar em acertar apenas minha dança com a doce melodia. Em alguns momentos ficava até impressionada com minha flexibilidade, meus fuettes saiam perfeitos na maior parte do tempo.

Em dado momento arranquei minhas sapatilhas, por pouco não torcendo meu tornozelo no processo mas enfim o arrancando de meus pés e continuando a dançar. Ao final da música realizei um fuette com seis rodopios, em seguida jogando meu pé na cabeça, dando um rápido salto para trás e pousando finalizando um mais uma série de fuettes cravados, até enfim para de ouvir o som dos instrumentos do jazz.

— Eis aqui a melhor bailarina que já pisou nesta terra. — Ouvi ao pé da porta dando um pulo devido ao susto, novamente Bill e sua mania de chegar de fininho me assustando, parecendo uma assombração.

— Deus! Podia jurar que era um ladrão ou coisa assim. — Ele gargalhou. — Sobre isso, ainda não, mas prometo que um dia ainda serei! — Falei me aproximando depositando um beijo rápido em seus lábios.

— Está lembrada do jantar lá em casa esta noite não é? — Assenti.

Estava tranquila por fora, mas por dentro eu estava um tanto assustada. Já conhecia Simone e eu a adorava mas nunca tínhamos sentado numa mesa de jantar juntas, fora que a impressão que ela tinha era que Bill estava "formalmente" apresentando sua "namorada" para a mãe. Sendo a realidade bem diferente.

(...)

— Dorothy, querida.

Simone me cumprimentou com um abraço apertado. Creio que num momento como este não seja lá muito conveniente lhe interromper então apenas aceitei. O cheiro doce de seu curto cabelo ruivo era extremamente semelhante ao do filho.

— Oi! — Ela se desvencilhou e sorriu me puxando para dentro.

Adentrei a sala com o cheiro de boa comida caseira aromatizar o ambiente, trazendo um ar bem mais convidativo. Gordon estava sentado no sofá junto a Tom o ajudando a ajudar alguns acordes na guitarra.

— Gordon! Tommy! — Cumprimentei os dois, com um apelido dado a Tom por Bill, coisa que ele detestava, então o chamava assim propositalmente.

— Vai se ferrar ema! — Desde que descobriu que eu e o Bill estávamos "juntos" inventou o apelido mais ridículo da face da terra, nos chamando de Emo e Ema.

— Olá Dorothy! — Falou Gordon com um pequeno sorriso sem mostrar os dentes.

Me dirijo até a cozinha, vendo Simone de costas cortando alguns legumes numa tábua encima da bancada. Ela levanta rapidamente a vista me dando um rápido sorriso e voltando a se concentrar.

— Posso te ajudar em alguma coisa? — Perguntei pondo as mãos na bancada.

— Bom está quase tudo pronto, mas pode ajudar Bill a por a mesa. — Ele chegou a cozinha fazendo uma cara de tédio, achei graça.

— Eu mal cheguei! — Afirmou.

— Billy, pode ter se tornado um astro do rock mas ainda é meu filho, portanto, ainda tem algumas obrigações a cumprir como por a mesa do jantar. Anda! — Falou jogando um pano de prato no garoto que bufou e seguiu na direção da sala de jantar.

(...)

Comemos uma boa pratada de joelho de porco com chucrute, o famoso Eisbein. Comida que representa um bom ambiente familiar. Percebi que estava sofrendo à toa, o jantar, na realidade foi bem mais tranquilo do que de fato pensei que seria.

Tivemos conversas fluidas e confortáveis, Simone sempre falando de como os meninos eram mais novos, me fazendo reparar em todas as fotos dos garotos mais novos. Contou um pouco sobre suas desgraças e felicidades, a vida dos Kaulitz foi definitivamente mais conturbada do que jamais teria imaginado.

— Dorothy, alguma vez já viu o vídeo de Bill no star search? — Simone indagou, fazendo Tom soltar uma alta gargalhada e Bill dar um pulo.

— Não mãe! Eu imploro, eu faço tudo que a senhora quiser, só não mostra aquele vídeo! — Disse em completo desespero, e eu ainda perdida sem ter noção do que estava falando mas seu drama só me fez ter mais curiosidade.

— Na verdade não, mas estou curiosa!

— É simplesmente a coisa mais icônica da face da terra! — Falou Tom em meio a risadas, enquanto Bill escondia a cara, me fazendo rir um pouco.

— Eu quero ver! — Afirmei.

Tom num só passo me arrastou até a sala de estar, catou um dos CDs na estante pondo na televisão, dando visão. Todo enfim se juntaram no sofá para assistir a performance do reality show, enquanto Bill ficava de pé do lado com uma feição envergonhada.

O mine show se iniciou, ele apresentou o garoto, com uma pequena entrevista com o mesmo, me impressiona como sempre consegui ser tão lindo, as pequenas feições e algumas de suas palhaçadas na TV o deixavam uma das coisas mais fofas já vistas. Ainda não tinha entendido o que tinha de tão "icônico" e "vergonhoso" até que enfim o tal apresentador chamou o garoto.

O som de It's raining man começou a tocar e o garoto entrou saltitante e desfilando como se fosse um pequeno elfo. Arregalei os olhos abrindo um enorme sorriso impressionada, enquanto Tom ao meu lado não parava de gargalhar, olhei para trás para o observá-lo e ele apenas escondia o rosto nas mãos.

— Como eu queria ter ido! — Falou Tom, gargalhando.

— Foi obra divina você não ter ido! — Afirmou Bill com o irmão.

Ele pulava, dançava e requebrava, e eu ficava impressionada com sua carisma na apresentação, bom, assim percebo que desde sempre teve familiaridade com o palco. Terminou a performance agradecendo e abrindo um enorme sorriso. Um pequeno sorriso orgulhoso começou a brincar em meus lábios.

Claro, era hilário em determinados momentos mas não deixava de ser incrível, com sua pontuação alta, carisma e o sorriso mais lindo do mundo ele cresceu, e se tornou um dos maiores músicos do mundo.

— Okay. Já chega. Antes que me envergonhem mais! — Falou tomando o controle da mão do irmão e fugindo, mas antes que tomasse distância, Tom o agarrou pela camisa, fazendo ambos caírem no chão brigando pela posse do controle.

— Ainda tenho que mostrar a do Johannes B. Kerner! — Falou lutando pelo controle.

— Não! Já tive humilhação o suficiente pra uma vida. — Afirmou brigando com o irmão.

— Meninos! Comportem-se!

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Chegaste ao final do capítulo!
Juro por Deus que foi está aqui a imagem q tive da Dodo dançando feeling good:
https://pin.it/2WZIpAm
(Se quiserem ver copiem e colem o link no Pinterest)
Juro o quanto eu amo esse reality show não tá escrito, eu vejo quase todo dia 😅
Por hoje é só amores!
Bjs até a próxima!

You Dream Of The End - Bill KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora