Déjà Vu

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POV S/n

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POV S/n

As visitas fazem o dia das mulheres desse lugar, mas não é o meu caso.

Hoje fazem onze dias que estou aqui, e se antes eu já não tinha muito apetite, agora, desde a visita da minha tia, não consigo nem me esforçar pra dar uma colherada na comida.

Adam veio me visitar ontem, mas ele não pode nem pagar um advogado, porquê ele vai ser candidado a vereador, e segundo o pai dele, tem coisas muito mais importantes pra investir.

Estava deitada em minha cama, perdida em meus pensamentos, até sentir um rolo de papel higiênico atingir minha cara.

– ACORDA! – Saray chamou minha atenção.

Me levanto e olho em direção a porta da cela, e vejo Palácios.

– É pra você ir pra cozinha, vai logo! – Saray diz.

Me levanto da cama, e acompanho Palácios.

– Eu percebi que você não está comendo direito. – Ele diz, no caminho.

– É que eu... – Ia me justificar, mas ele fala antes.

– Não se preocupe, isso fica entre a gente. Não fazem nem quinze dias que você está aqui, é injusto te forçar a se adaptar tão rápido. – Ele me tranquiliza.

– Obrigada por me entender. – Sorrio.

– Mas eu só quero te conscientizar. Tente se manter alimentada, nem que seja uma maçã... você vai precisar de imunidade pra conviver nesse lugar, e os cuidados médicos daqui não são dos melhores... – Ele aconselha, e eu assinto.

– É, você tem razão. Eu vou tentar, prometo. – Digo, e ele assente.

– Olha, aqui na prisão tem um grupo de terapia, se você quiser tentar... às vezes, falar sobre as coisas, pode te ajudar.

Penso sobre isso.

– Mas como funciona isso, de terapia? eu nunca precisei... – Fico curiosa.

– Acredite em mim, cedo ou tarde, todo mundo precisa de terapia. – Ele me faz rir. – Mas basicamente, o doutor faz uma roda, as meninas desabafam, ele passa alguns jogos e exercícios... elas acham divertido, saem de lá até mais calmas.

Eu penso nisso, mas eu ainda não sei se é uma boa idéia compartilhar dos meus sentimentos com mulheres perigosas, que nem conheço direito.

– Ah, que legal, eu vou tentar. – Sorrio.

Chegamos na cozinha.

– Se quiser se inscrever, fala comigo, e te levo na sala da diretora pra fazer a inscrição. – Palácios diz.

– Tudo bem, eu vou ver se depois do almoço eu faço isso, muito obrigada. – Agradeço.

Palácios me entrega o cartão e sai da cozinha, e eu sigo a caminho do estoque.

Vis A Vis: Mi LibertadOnde histórias criam vida. Descubra agora