Vis A Vis: Mi Libertad

Aleatório

POV Zulema

Aproveitei uma hora antes do almoço pra procurar a anã, e prosseguir com um dos meus milhares de planos.

Sei que a oficina dela é na recepção da biblioteca, e assim que a avistei, já me aproximei, mas ela estava ocupada.

Fiquei a encarando por instantes, esperando sua atenção, mas ela continuou com o serviço.

– Vai demorar muito? – Pergunto impaciente.

– Como posso ajudar? – Ela finalmente fala, enquanto continuava concentrada na organização de umas coisas na recepção.

– Você tem que comprar a gangue da Anabel, se ela estiver sozinha, vai ficar bem mais fácil. – Vou direto ao ponto.

– E quem disse que não está fácil? – Ela não tirava os olhos dos papéis. – A Anabel pode ser meio equivocada, mas já coloquei ela no lugar dela.

Suspiro, pensando na melhor forma de convencê-la.

– Qual o seu nome? – Semi cerro os olhos.

– Alba.

– Certo, Alba, vou te dar um conselho pra vida. – Finalmente atraio a atenção dela, ao puxar a cadeira.

– Aqui vocês podem chegar invadindo a oficina dos outros? – Ela me mede.

– Mais ou menos. Voltando ao foco. – Prossigo. – Se acha que a Anabel vai se rebaixar só com uma ameaça, está muito enganada. Daqui um mês, ela volta, sempre volta, é igual rabo de largatixa.

Ela riu, me surpreendendo. Achei que não tivesse senso de humor.

Alba me olhou por instantes.

– Você tem aquela síndrome de rainha da cocada, mas até que fui com sua cara, vou pensar no seu caso. – Ela afirma. – Só que você não está fazendo isso pra me ajudar de graça, tem que me explicar o que vai ganhar com isso.

– Digamos que ela está incomodando uma amiga de uma amiga. – Simplifico.

– Amiga da sua namorada, no caso?

Sinto minhas bochechas corarem.

– Amiga.

– Namorada, tenho olho crítico. – Ela rebate.

O que não tem de tamanho, tem de personalidade forte.

– Seu olho crítico está com defeito, somos amigas. – Tento disfarçar o constrangimento.

Ela só assente, não convencida.

– E como comprar a gangue da Anabel vai garantir que a amiga da sua... amiga, fique bem?

– Anabel está forçando a garota a fazer uma coisa que não quer, e se ela não fizer, a gangue dela vai garantir as consequências. – Explico. – E você é a única que pode tirar o poder dela, ela não sabe nada sobre sua vida, então vai ficar perdida tentando achar uma solução.

Após segundos, ela concorda.

– Tá, eu gosto de justiça, então vou comprar a gangue dela. Mas se ela tiver grana, não vai adiantar nada. – Ela explica. – Então antes, vocês têm que descobrir onde fica o cofre dela.

Ela está certa.

A única forma de Anabel conseguir dinheiro pra continuar pagando as capangas dela, é através da visita íntima, que só acontece uma vez no mês.

Ela já teve uma visita íntima dias antes de ir pra solitária, então sem dinheiro e sem capangas, ela é inofensiva.

Tenho tudo sob controle. Sei que Anabel não faz ideia de que Maca sabe do cofre dela, e a loira não vai pensar duas vezes antes de topar ajudar a Bambi.