Roupas

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POV Dilara

Alguns minutos atrás...

Após o turno na lavanderia, fiquei na mesa do pavilhão jogando damas sozinha, e dei uma pausa dramática ao ver S/n caminhando em direção ao banheiro.

Ela é tão linda, parece que tudo o que ela faz, é em câmera lenta, pra que todo mundo pudesse analisar cada traço dela.

Sacudi minha cabeça pra sair de transe, até perceber que ela já tinha sumido.

Minhas pernas balançavam pra eu me conter e não ir atrás dela, mas a vontade falou mais alto, então na maior ansiedade, comecei a guardar as peças do jogo na caixa.

Me levantei e caminhei em passos rápidos até ao banheiro, mas quando chego, já avisto ela nua nos chuveiros, tomando um banho.

Fiquei vidrada na cena.

Ela é incrível.

A forma como ela curtia sua própria companhia na maior calma, era uma coisa que eu nunca conseguiria experimentar.

– Ei, psiu. – Saí do transe ao escutar uma voz, e fiquei procurando alguém por todos os cantos. – Aqui, nas cabines de troca.

Olhei em direção as cabines do vestiário, e levei um susto ao ver o rosto de Anabel em baixo da porta.

– Vem cá, lindinha. Vamos bater um papo, como nos velhos tempos na solitária. – Ela sorri.

Ela me lembrou o palhaço It no bueiro.

Fiquei com um pouco de medo.

Depois que saímos da solitária, ela só falou comigo pra me ameaçar, garantindo que eu não dedure que ela fez boquete no Valbuena pra conseguir sair de lá.

Mas desde então, sempre nos encontramos na lavanderia, e não trocamos uma palavra.

Ela despertou minha curiosidade, então decidi caminhar até ela, me agachando próxima a porta.

Anabel sorriu, e se ajeitou, ficando sentada.

– Olha, eu não pego mulher, mas devo admitir que você tem um ótimo gosto pra garotas. A ruivinha lá, agora a modelinho... – Ela inicia o assunto, quase sussurrando.

É tão óbvio assim?

– A S/n é... – Direcionei meu olhar pra ela no chuveiro, e a luz solar que entrava pela a janela do banheiro colaborava pra ela ficar ainda mais fascinante. – Perfeita...

– Eu sei como você pode conquistar ela. – Anabel atrai minha atenção.

– Sério? – Sorri, entusiasmada.

– Só que você precisa fazer uma coisinha pra mim...

– Eu topo! – Concordei na hora.

– Eu quero que você tire a Zulema do sério, pra ela ir pra solitária. Você vai ter que fazer ela te agredir.

– O que?! – Ri, incrédula.

– Eu até faria isso, mas é que não posso sujar meu nome, entende? Eu sou muito popular por aqui, e ia ficar feio pra mim se eu levasse uma surra, ainda mais de quem...

– Ia pegar feio pra mim também, né? Ia ser bem constrangedor...

– Lindinha, sem ofensas, mas você é praticamente invisível, no outro dia ninguém nem vai se lembrar.

Fiquei um pouco incomodada com isso.

Será que devo fazer algo pra ser mais interessante?

– É que...

Vis A Vis: Mi LibertadOnde histórias criam vida. Descubra agora