POV S/n
Tinha acabado de voltar da minha oficina nos estoques, e cheguei na cela.
Passei o dia todo pensando em apenas uma coisa, ou melhor, em alguém: Zulema Zahir.
Talvez eu esteja muito confusa, mas acho que estou começando a entender o que tudo isso significa, e eu não quero perder tempo.
Assim que chego na cela, avistei Zulema sentada na cadeira, fumando um cigarro, e senti meu corpo se arrepiar quando seus olhos se cruzaram com os meus.
Sem pensar duas vezes, me aproximei e arranquei o cigarro da boca dela, o jogando no chão.
– Tá doida? – Ela trava o maxilar, me olhando fixamente.
– Sim, por você.
Sem ela esperar, me sentei no colo dela e comecei a beija-la intensamente, e o beijo foi retribuído na mesma intensidade.
As mãos dela caminharam pelo meu corpo todo com urgência, me trazendo mais pra si, fazendo eu soltar um suspiro com a pegada dela.
Comecei a me mover em seu colo pra me aliviar, e ela deu um riso sútil ao perceber, parei no mesmo instante, com vergonha.
Zulema decidiu deslizar sua mão pela minha barriga lentamente, causando arrepios no meu corpo. Ela me olhava nos olhos, pedido permissão pra fazer mais, e assenti.
Foi quando acordei.
Levantei rapidamente e bati minha cabeça na cama de cima.
– Ai! – Acaricio minha cabeça.
Olho pro lado e vejo Zulema, Saray e Cristina me olhando intrigadas.
– O que foi? – Fico perdida.
– Você estava preocupando a gente! Ficamos na dúvida se devíamos chamar alguém ou não! – Saray explica, e continuo sem entender nada.
– Como assim?
– Você estava fazendo uns barulhos duvidosos, nunca fez isso antes. – Zulema diz.
Fiquei corada ao me lembrar do sonho.
– Ah, i-isso... tive um pesadelo com... – Olho para o canto da cela pensando em algo, mas tenho surtos internos ao ver uma barata. – Uma barata! – Grito.
– Porra, deve ter sido uma barata e tanto. – Zulema debocha.
– Não, estou falando sério! Tem uma barata ali! – Aponto para o local, fazendo elas olharem.
– Sai da frente! – A Cigana empurrou Cristina, se sentando na cama da garota.
Cristina ficou sem reação.
– Vocês são bizarras. Pegam um escorpião na mão, mas tem medo de uma baratinha?! – Zulema ri da gente. – Até a Bambi tem mais coragem.
– Isso não é medo, é nojo! Eu que não vou chegar perto de um bicho que passa em todos os cantos do esgoto! – Saray se justifica.
Vejo Zulema indo atrás da barata com cautela.
– O que você vai fazer? – Pergunto.
– Vou tentar pegar ela, vai ser o almoço do escorpião.
– Zulema! – Fico com pena, e ela me olha incrédula.
– Você acha que ele se alimenta do que? Arroz e feijão?
Fico calada, e em segundos, Zulema consegue cercar a barata com o cesto de lixo, que estava vazio.
– Resolvido, madames. – Zulema debocha.
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Vis A Vis: Mi Libertad
FanfictionS/n é uma modelo que cresceu em um meio elitista, trabalhando na agência da tia. A garota estava começando a engajar na carreira, mas não imaginava que sua própria tia iria a incriminar por sonegação de impostos. Ela não tinha como provar sua inocên...