POV S/n
– Analisando os depoimentos e as teses defendidas por ambos advogados, chego a conclusão de uma declaração de inocência. – O juiz fala, e eu fico ansiosa. – Declaro a inocência de Olívia Sanchez.
– O q-que? – Fico trêmula, precisando que o juiz repetisse mil vezes o que falou pra eu ter a certeza do que ouvi.
– Meritíssimo. Gostaria de explicações. – Meu advogado se impõe.
– Nessas gravações, não vejo nada além de uma tia tentando orientar e consolar sua sobrinha. Não há nenhuma confissão clara e evidente pra considerar Olívia Sanchez culpada, sendo inocentada de suas acusações. – O juiz explica.
Sinto uma lágrima caindo do meu olho.
Sinceramente, eu nem estava tão surpresa assim, enquanto eu consegui um advogado com uma detenta, minha tia tem grana pra pagar o melhor advogado do país.
Eu sairia correndo daquela sala se não estivesse algemada e com três policiais ao meu redor.
(~~~)
Fora da sala, estava com Fábio ao meu lado, estávamos esperando Castillo resolver e assinar algumas coisas na sala do juiz pra podermos voltar pra Cruz do Sul, meu novo lar durante cinco ou seis anos.
O advogado sai da sala, e dá um aceno com a cabeça, parecia sem graça.
– Sinto muito. Mas mandamos bem. – Ele diz.
Se fosse pra eu ser sincera, diria que ele me fez até questionar se era mesmo formado em direito, mas eu não iria falar isso na cara dele.
– Tudo bem, você fez o melhor, obrigada. – Forço um sorriso pra disfarçar.
Assim que o advogado sai, vejo minha tia vindo pelo o mesmo caminho dele, em minha direção.
Solto um suspiro pra manter minha paciência.
– Tentar me incriminar pra me arrastar pro mesmo fundo do poço que você? Você já foi melhor do que isso, S/n.
– Senhorita, peço por favor, que não fale com a detenta. – Fábio ordena.
– Só um minutinho, senhor. – Ela mede Fábio, e continua. – Eu te admirava, sabia?
– Não começa. – Reviro os olhos.
– Achei que a prisão seria um lugar onde você pudesse amadurecer e refletir sobre os seus erros, mas você foi logo pelo o caminho da má influência. Agora aprendeu a manipular a realidade e usar a malandragem ao seu favor.
Ótimo, agora tenho certeza que ela é uma psicopata.
– Nossa, você é inacreditável. Se eu aprendi mesmo a manipular, foi graças aos nove anos convivendo com você, e não durante vinte dias que fiquei presa. – Digo incrédula, com lágrimas nos olhos.
– Você nunca foi muito boa de lábia, mas agora, olha isso! Com essas suas palavras, a forma como você fala, as expressões... Até eu quase acreditei. – Ela debocha.
Eu não tinha mais nada a dizer, só queria que ela sumisse logo da minha frente, e eu falaria qualquer coisa pra isso.
Limpo minhas lágrimas, me recompondo, e forço um sorriso.
– De qualquer forma, confesso que sem seus ensinamentos, eu não estaria lidando com isso de uma forma melhor. Então, obrigada, de verdade.
Uma expressão de surpresa nasce em seu rosto, e ela parecia sem saber o que falar por alguns segundos. Em seguida, forçou um sorriso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Vis A Vis: Mi Libertad
FanfictionS/n é uma modelo que cresceu em um meio elitista, trabalhando na agência da tia. A garota estava começando a engajar na carreira, mas não imaginava que sua própria tia iria a incriminar por sonegação de impostos. Ela não tinha como provar sua inocên...