Ciúmes

1.4K 104 28
                                    

POV S/n

No dia seguinte, após o café da manhã, Azra disse que queria conversar comigo e com Zulema, pra revelar todas as informações que ela tem do caso envolvendo Dilara.

Assim que adentramos a cela, Azra pegou a gente de surpresa com uma risada alta.

– É melhor vocês se sentarem, porquê a história é de cair pra trás!– Ela brinca, puxando uma cadeira.

– Está deixando a gente curiosa! – Também me sentei.

– Está mais me irritando com essa enrolação toda. – Zulema foi sincera, também se sentando.

– Zulema, não começa, por favor. – Pedi calmamente.

Azra riu, e antes que abrisse a boca, Fábio apareceu na cela.

– S/n, a Miranda quer te ver na sala dela. – Ele ordena.

– Tem que ser agora? – Suspirei, frustada.

– Não é um convite, é uma ordem. Ou prefere ir pra solitária?

– Melhor abaixar a bola. Não aprendeu nada sobre a lição moral que demos no Hierro? – Zulema afronta, me defendendo.

– Estamos com muitas lições morais em mente pra detentas que acham que são as donas do pedaço, quer ser a primeira a servir como exemplo para as outras? – Fábio dá início a um bate boca.

Zulema zombou com uma risada e falou algo em árabe, provavelmente o xingando.

– Se não traduzir, irei te mandar pra solitária por ofender um funcionário. – Fábio ameaçou.

– Eu só falei que o dia tá lindo. – Ela revira os olhos, e Fábio olha emburrado pra ela. – Que foi? Árabe é minha língua materna.

– Que tal a gente te mandar de volta pro seu país então?

– Eu adoraria o privilégio de ganhar uma viagem de graça. – Zulema estava com a matraca solta hoje.

– Nossa, é bem engraçado vocês discutindo, parecem dois... – Azra tenta suavizar o clima, mas fica quieta ao perceber que não era hora, recebendo três pares de olhos incrédulos.

– Kaya, posso saber o que está fazendo aqui? – Fábio questiona em um tom firme.

– Ué, conversando, não posso?

– Veio aqui pra bater papo e fazer amigas, ou colaborar com as investigações?

– Olha, a Dilara está vomitando no banheiro nesse exato momento, então estou só esperando ela. – Azra mente, sorrindo. – Eu não gosto de invadir a privacidade dos outros, sabe?

– Ouviu? Ela não é igual você, então para de se meter na vida dos outros e volta ao trabalho. – Zulema me faz questionar se ela está tentando realmente ir pra solitária hoje.

Fábio faz menção de abrir a boca, então antes que a discussão fosse longe, me levantei.

– Ai se acalmem, eu vou! – Me rendi, caminhando em direção ao carcereiro.

Ninguém deu mais um piu, então Fábio me acompanhou, enquanto Azra ficou na cela, provavelmente irá passar tudo pra Zulema.

POV Zulema

Assim que Fábio saiu com S/n, olhei pra Azra, que estava pensativa.

– A gente espera ela ou...

– Digamos que sou uma representante dela, então vai falando. – A apressei.

– Então tá bom. – Azra concordou. – Bom, resumidamente, as crianças estão sendo mantidas em cativeiros atrás de uma parede falsa de alguma loja de Madrid, mas a Dilara ainda não revelou qual loja é essa.

Vis A Vis: Mi LibertadOnde histórias criam vida. Descubra agora