Capítulo- 09

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O carro seguia pela estrada estreita, deixando para trás o hotel, as dunas e os últimos acontecimentos. Enquanto Dylan dirigia, Alexa sentada no banco do carona com os olhos marejados de lágrimas, relembrava a noite anterior.

***


Quando saiu do banheiro e viu Lorenzo nu no meio do quarto ela congelou, mas logo se recompôs e tentou ganhar tempo.

— Que tal uma taça de...

Não acabou a frase porque Lorenzo a pegou pelo braço jogando-a sobre a cama e num único gesto arrancou o seu vestido deixando-a apenas de calcinha e sutiã. Naquele momento um pavor incontrolável a dominou e Alexa entendeu que só havia uma saída para ela. Então improvisou e disse da forma mais sexy que conseguiu:

— Vamos fazer do meu jeito.

Ela girou o corpo e ficou por cima dele. Continuou representando, fingindo que o desejava, fingindo o prazer. E enquanto as mãos e a boca de Lorenzo deslizavam pelo seu corpo, ela só conseguia sentir nojo e vontade de desaparecer.

Mais tarde deitados juntos, Alexa esperou que ele dormisse, mas Lorenzo se arrastou para fora da cama e caminhou em direção ao chuveiro. O banheiro tinha paredes de vidro transparente e não dava para ela fazer nada sem que ele visse enquanto tomava banho. Àquela altura ela estava em pânico; logo ele iria dispensá-la, tinha que fazer alguma coisa.

Levantou nua da cama e foi em direção às bebidas. Ficou de costas para ele, encheu os dois copos com whisky, colocou o sonífero no copo dele e foi em direção ao banheiro. Parou no batente da porta, deu um sorriso sensual e disse estendendo-lhe a bebida:

— Em algumas horas estarei dentro de um avião em direção à Paris.

Lorenzo sorriu, recebeu o copo da mão dela e de um só gole bebeu tudo. Devolveu o copo e assim que ela entrou debaixo do chuveiro ele a beijou com violência imprensando-a contra a parede. Alexa fechou os olhos e esperou com impaciência que aquilo tudo acabasse o mais rápido possível.

Logo Lorenzo começou a se sentir tonto. Ele a soltou, vestiu o roupão, em seguida caminhou para o quarto e mal conseguiu chegar até a cama, caindo de bruços num sono profundo. Alexa o ajeitou da melhor forma possível entre os travesseiros, copiou o arquivo, se vestiu e saiu da suíte dele.

Uma vez no seu quarto, arrancou as roupas e entrou na banheira esfregando a bucha no corpo com violência para tirar o cheiro daquele homem. Sentia-se o ser humano mais baixo da face da terra e de repente teve uma crise de fúria e começou a esmurrar a banheira até suas mãos doerem.

Terminou o banho, enrolou-se na toalha e se jogou na cama. Dormiu chorando.


***


Voltou à realidade quando Dylan parou o carro no acostamento e desligou o motor. Ela o olhou, secando as lágrimas com as mãos.

— Você quer conversar? — Dylan perguntou, calmamente.

— Conversar sobre o quê? — as palavras dela saíram ácidas.

— Sobre ontem à noite — ele falou fitando o perfil dela.

— Não tenho nada para conversar — respondeu de maneira agressiva.

— Eu estava no corredor. Era só me chamar.

— Não sabia que você gostava de sexo a três — Alexa falou ironizando, cheia de ódio.

Cobaia 52Onde histórias criam vida. Descubra agora