Capítulo- 14

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Alexa acordou cedo e foi correr no Central Park. Estava com desejo de malhar, suar, cansar e não pensar nos últimos acontecimentos ocorridos.

Ao longe, nuvens escuras se formavam e ela começou a correr mais rápido, mais veloz. Enquanto esteve prisioneira na ilha só tinha permissão para fazer sua corrida matinal uma vez por semana e sempre com seguranças no seu encalço.

Sentiu alguns pingos de chuva bater nos seus braços e correu mais ligeiro. Em seguida experimentou a chuva forte cair sobre ela. Observou que nenhuma alma vivente passava pela trilha naquele momento, ninguém queria se molhar. Ela também não queria estar ali naquele momento sozinha, debaixo daquele aguaceiro. Achou que desse tempo para encontrar um abrigo antes que a chuva forte descesse, mas se enganou, porém mesmo descontente com a natureza, agradeceu aos céus por não haver trovões nem relâmpagos.

Naquele momento percebeu que as nuvens escuras se dirigiam para longe e a chuva forte recuou dando lugar a uma chuvinha fina e gelada. Ela arfava, estava com o pulmão ardendo e diminuiu o ritmo da corrida.

De repente surgiu alguém na trilha correndo na direção oposta, vindo de encontro a ela. E então foi tudo muito rápido: o soco, a pressão no rosto, uma dor lancinante. E foi a última coisa que ela sentiu antes de desmaiar.

***

Alexa voltou a si sentindo dores no corpo todo. Aos poucos foi tomando consciência da real situação em que se encontrava.

Parecia estar em algum tipo de galpão abandonado. A corda que amarrava os seus pulsos e os puxava para cima estava tão apertada que suas mãos formigavam. Sentia um vento frio lhe fustigando a pele e percebeu que estava completamente nua, exposta, indefesa.

Lentamente suas vistas turvas foram clareando, as imagens ficando mais nítidas e os vultos à sua frente se transformaram em dois homens de estatura mediana e braços fortes, como os lutadores de boxe. Estavam mascarados e posicionados ao lado do portão de entrada como dois soldados numa guerra.

Além do frio insuportável, Alexa também sentia sede e muita dor de cabeça.

— Por que estou aqui? O que vocês querem comigo? — ela perguntou com a voz fraca, mas audível.

Os homens nada responderam, mas um deles olhou para o lado direito. Ela seguiu o olhar dele e viu um fogo crepitando com uma barra de ferro esquentando. Adivinhou o que iria acontecer e entrou em desespero.

— Por favor, me deixem ir. Vocês pegaram a pessoa errada.

O homem da direita se aproximou do fogo, pegou o ferro quente e caminhou na direção dela. Alexa nunca havia sentido um pavor tão grande quanto o que sentia naquele momento. O calor próximo à sua barriga lhe causou uma aflição desesperadora e ela apertou os lábios com os dentes para suportar a dor que viria. Mas naquele exato momento o segundo homem disse:

— Ainda não! Devemos esperar as ordens.

— Mas que diferença faz? — retrucou o primeiro. — Essa vadia vai morrer mesmo.

Subitamente a atenção de Alexa foi voltada para um barulho do lado de fora do galpão. Havia chegado sua hora, estava perdida.

Os dois homens se voltaram para a porta de entrada e posicionaram as armas. Houve um baque e inesperadamente um caminhão quebrou a porta e surgiu rugindo como uma máquina mortífera enquanto eles, atordoados, buscavam se proteger.

O estrondo foi ensurdecedor e no meio dessa cena alucinante Dylan saltou do caminhão e com um golpe rápido e certeiro imobilizou o primeiro homem enquanto atirava no peito do segundo. Em seguida voltou-se novamente para o primeiro e atirou na testa dele.

Cobaia 52Onde histórias criam vida. Descubra agora