Capítulo- 13

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De posse das informações adquiridas através do arquivo copiado do computador de Chris Reynolds, Alexa descobriu coisas importantes sobre a droga experimental, o MGK2.

E naquele momento ela estava na casa de campo de Lorenzo, disfarçada, trabalhando como garçonete durante uma festa.

Alexa havia maquiado o rosto, o pescoço e os braços transformando a sua pele clara numa pele morena dourada. Usava uma peruca de cabelos azuis com franja, lentes de contato escuras e dentadura de silicone para avolumar o contorno do rosto e deixar bochechas e lábios mais cheios. Estava irreconhecível!

Trajando calça preta e blusa branca se misturava com as outras garçonetes enquanto caminhava ao redor da piscina com uma bandeja na mão distribuindo bebidas entre os convidados.

Ela subiu o lance de três degraus que dava acesso ao interior da casa, passou por Dylan que estava na varanda e ambos trocaram um olhar significativo. Logo após, atravessou a enorme sala e subiu a escada para chegar ao piso superior.

Caminhou pelo corredor segurando a bandeja que tremia nas suas mãos fazendo os copos tilintarem e ao chegar em frente à última porta bateu de leve e entrou. A sala era o disfarce perfeito! Mobiliada com um jogo de sofá Chesterfield e uma mesa de centro espelhada, o ambiente respirava sofisticação e requinte vitoriano.

Sentado elegantemente de frente para a porta, Armando Ercolani fazia elogios exagerados para duas jovens sentadas à sua frente. As moças nem imaginavam que em alguns minutos estariam sendo cobaias de drogas experimentais.

O plano de Alexa era colocar o micro escuta ativador de voz em algum lugar dentro da sala. Quando entrou esperava que houvesse um balcão de bebidas onde pudesse posicionar o aparelho entre as garrafas, mas percebeu que teria que improvisar quando viu que o cômodo não lhe proporcionava liberdade para agir.

Ela depositou a bandeja na mesinha de centro e cravou o olhar dentro da segunda sala anexada à primeira, cuja porta à sua direita estava entreaberta há poucos passos dela, e deu uma espiada rápida. O cômodo tinha paredes brancas e se assemelhava a sala de coleta de um laboratório de análises clínicas: havia uma poltrona hospitalar reclinável e sobre uma mesinha de canto havia seringas descartáveis e materiais de primeiros socorros.

Lorenzo estava nessa segunda sala com uma loirinha de cabelos finos e lisos. A moça ria de alguma coisa que ele falava ao seu ouvido, em seguida sentou na poltrona hospitalar, enquanto ele de braços cruzados, conversava animadamente.

Alexa sentiu um frio na barriga ao olhar para a sala anexada. Ela havia passado quatro anos como prisioneira de Paolo e sabia como tudo funcionava. O processo de recrutamento começava buscando atrair candidatas previamente escolhidas — geralmente funcionárias da ERCO PHARMA que não tinham família por perto. O seu caso foi um pouco diferente porque Paolo achou mais adequado casar-se com ela.

O segundo passo era convidar as escolhidas para uma festa e em seguida levá-las até a sala branca. Depois que sentavam na poltrona e recebiam a droga na veia, algumas voluntárias morriam na hora. As que sobreviviam à primeira etapa eram levadas para a enfermaria no subsolo e recebiam a segunda dose que as matava depois de algumas horas porque a ERCO PHARMA ainda não havia conseguido assegurar a identidade do produto em relação à velocidade da absorção e quantidade do fármaco absorvido, ou seja, os testes de segurança estavam tendo resultados insatisfatórios. Por isso os experimentos eram mantidos escondidos dos órgãos de inspeções sanitárias.

E os Ercolani estavam dispostos a sacrificar pessoas inocentes para conseguir a perfeição da fórmula da imunidade que iria revolucionar o mercado farmacêutico quando num futuro próximo tornasse as vacinas tradicionais desnecessárias para a humanidade.

Cobaia 52Onde histórias criam vida. Descubra agora