Cobaia 52

Capítulo- 27

A loura de cabelo cinza, quase grisalho, posicionada atrás do balcão de bebidas dentro de um vestido bordô com detalhes brancos, atendia os convidados com um sorriso fabuloso, enquanto seus olhos estavam fixos em um único indivíduo ali presente.

Armando Ercolani conversava com um empresário em um canto do salão, gesticulando e passando as mãos pelo cabelo, demonstrando estar visivelmente irritado.

As pessoas se espalhavam pelo salão do hotel. Enquanto algumas se dirigiam para a pista de dança, outras atravessavam a porta de vidro para chegar ao terraço e apreciar a vista deslumbrante da cidade. O número de convidados crescia de maneira assustadora. Homens elegantes usando smoking e mulheres bonitas dentro de vestidos graciosos e sensuais enchiam o salão e o burburinho de vozes aumentava.

Armando Ercolani e o empresário não estavam se entendendo e em um determinado momento suas vozes se alteraram chamando atenção de algumas pessoas que estavam por perto. Alexa reconheceu o homem, era CEO de uma conhecida indústria farmacêutica, concorrente da ERCO PHARMA.

Um segundo depois o homem se afastou e atravessou a porta de vidro que dava para o terraço, enquanto Armando Ercolani caminhou a passos largos em direção ao balcão de bebidas.

— Uma vodka, por favor.

Recebeu de Alexa um sorriso simpático enquanto observava o seu corpo com olhos lascivos quando ela se virou de costas para preparar o drink.

Alexa colocou a bebida no copo e acrescentou o pó branco que estava armazenado dentro do seu anel de prata com pedra da lua. Pôs o copo sobre o balcão e aguardou.

Naquele momento, um homem baixinho e gordo se aproximou do balcão e pediu uma bebida, em seguida passou a conversar com Armando que acabou deixando o seu drink esquecido ao lado.

Alexa entregou a bebida do homenzinho gordo que esvaziou o copo de um gole só, enquanto Armando apenas conversava. O homenzinho se despediu e Armando virou para ela e pediu:

— Uma água com gás, por favor.

Alexa o serviu e observou que ele bebia a água em pequenos goles. Ficou imaginando o que aconteceria em seguida. Apostou tudo naquele plano e não suportaria que ele fosse por água abaixo.

Naquele momento a outra garçonete apareceu, debruçou-se no balcão pelo lado de fora e disse:

— Hora de trocar as tarefas.

Alexa sabia que aquele seria o momento em que ela deveria sair caminhando pelo salão com uma bandeja na mão distribuindo bebidas enquanto a colega ficaria servindo no balcão. Seus planos estavam ameaçados e corria o risco de não dar certo. Precisava pensar rápido.

— Pode voltar daqui a alguns minutos? É que estou com bolhas horríveis nos pés e agora não vou conseguir ficar caminhando.

— Tudo bem. Voltarei em dez minutos.

Alexa respirou fundo enquanto a garçonete caminhava de volta para o salão. Percebeu que suas mãos estavam suadas e seu coração batia tão forte que até parecia que ia saltar pela boca.

Mas naquele exato momento as coisas começaram a mudar: Armando pegou o copo com a bebida que estava sobre o balcão e caminhou até uma mesa próxima, depois sentou e jogou o corpo sobre o espaldar da cadeira, preguiçosamente. Em seguida deu um longo gole na bebida.

Alexa deu um tempo, fingiu que estava limpando o balcão, em seguida se aproximou de Armando por trás com um copo de vodka na bandeja.

— Mais uma bebida, senhor?