𝐗𝐗𝐈𝐈𝐈. 𝐀𝐫𝐫𝐞𝐩𝐞𝐧𝐝𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨𝐬

434 38 6
                                    

Mais uma fileira na mesa de centro a minha frente, mais um canudo de dinheiro em minhas mãos, e mais uma sessão daquilo que me trazia paz

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Mais uma fileira na mesa de centro a minha frente, mais um canudo de dinheiro em minhas mãos, e mais uma sessão daquilo que me trazia paz. Cheirei as três fileiras de pó que estavam me aguardando, a ardência predominou meu nariz e minha cabeça tombou para trás, agradecendo pela dose dupla da noite.

Desde que Mia me disse discretamente para não termos mais nada além de uma relação profissional, novamente recorri as drogas como forma de não pensar no assunto e como aturar meu karma pelas atitudes que fiz. O arrependimento me sobrecarrega o tempo inteiro, fico repensando se a situação seria diferente caso tivesse seguido o rumo diferente de minhas atitudes, se realmente teríamos dado certo dessa vez...

- Tom? - ouço a voz de Zoe ao meu lado no sofá, a olho com tédio - Quer mais um pouco?

É claro que eu queria, mas eu não posso, não agora. Já era o segundo saquinho que eu cheirava, iria parar por um tempo, já que não queria ter uma overdose tão novo, talvez aos trinta anos... Mas não agora.

- Eu paço essa - digo cruzando os braços e me encostando no sofá, aproveitando meus pensamentos irem embora e minha paz chegar.

- Sobra mais então... - ela colocou o pó azul em duas fileiras e pegou o canudo de dinheiro que eu usei antes. Ela me olhou rapidamente com malícia antes de cheirar as duas grandes fileiras, eu nunca tinha percebido, mas isso era tão estranho. Em minha mente veio a silhueta de Mia por alguns segundos, meu estômago deu um nó e não consegui respirar, a sensação de culpa e solidão me dominaram, me lembrando de todos os momentos em que passei com ela, tanto os bons quanto o ruins, todos os momentos em que nos ajudamos, todos os momentos em que passamos juntos, cada um deles.

A sensação de culpa aumentou, como eu pude deixá-la escapar assim, DUAS VEZES!? Eu era um escroto egoísta que só pensava em minha satisfação do momento, eu não sabia como lidar com isso, e nem como sair disso.

- Eai irmão - Jacob entrou na sala principal, onde eu estava junto a Zoe e mais um grupo de pessoas - Qual a boa?

- Eai... - eu ajeito minha postura no sofá enquanto ele senta do meu lado oposto de onde eu estava - Estou suave, nada de interessante ainda.

- Daora - ele pega um baseado já bolado em seu bolso, junto com o isqueiro e acende o mesmo - Sabe da Mia? Todos estão falando que ela vai vir, mas até agora ninguém viu a mina.

- Não sei nada sobre ela - eu disse evitando adentrar nesse assunto, na qual eu tentei fugir por muito tempo.

- Hum, daora - ele tragou o baseado mais calmamente possível antes de me oferecer um pouco com um gesto e eu recusar - Cara, você não sabe o que está perdendo...

- Eu tenho meus meios de ficar feliz mano, fica suave - eu disse soltando uma risada fraca.

- Não, não mano... - ele da mais um trago e me olha passivo - Estou falando da garota.

I Tell You What is Love | Tom Kaulitz (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora