Mia Bradley retorna a seu país natal após dois anos sem sequer ter notícias de lá, sem ânimo para fazer o que amava, sem disposição para viver fora de ser quarto, e não conseguindo tirar a visão daquele que ela realmente amou chorando enquanto ela o...
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Minhas mãos estavam firmadas no volante, podia sentir elas suarem devido ao calor que sentia em ultrapassar Mia nessa mini disputa até o ensaio da garota.
Isso havia começado derrepente, paramos em um semáforo e a loira começou a acelerar seu motor novo, me olhando maldosa pelo seu carro, e quando o sinal abriu, ela disparou como um tigre. A segui, não recusando a adrenalina nesse jogo magnífico e inútil.
- Eu acho que fiz xixi na calça - gritou Georg quando fiz a última curva do trajeto, ultrapassando Mia por um triz.
- Se você fez mesmo, vai limpar meu carro com sua língua! - grito de volta, frustado pois a loira me passa em uma velocidade incrível e surreal, enquanto me fecha e me impede de passar em sua frente. - Vadia mal amada.
- Nem parece que a ama - gritou Gustav ao meu lado, agarrando fortemente o banco enquanto parecia segurar um vômito.
- Eu a amo longe de mim... MERDA! - grito socando o volante, vendo que a mesma ganhou essa corrida quando desacelerou seu carro chamativo em frente a onde o evento iria acontecer. - Não fode.
Olho para os garotos antes de sairmos do carro, Gustav estava pressionando sua mão a sua boca, impedindo que seu almoço saísse por ela, e Georg estava vermelho como Teddy, meu ursinho de sapo.
- Vocês vão sair, ou vou ter que mesmo pagar alguém pra limpar a merda de vocês? - tiro a chave do guidão e a coloco no bolso, logo observando Mia sair de dentro do carro junto a Bill, ambos rindo de algo. Minha sobrancelha se levantou quando vi eles caminhando até a porta do lugar juntos, com Mia trazendo o braço de meu irmão para seus ombros, enquanto ainda gargalhava da coisa que ele sussurrou em seu ouvido depois que ela agarrou sua cintura.
Senti meu estômago pular, e minha alma queimar. Meu cérebro não compreendia o que eles estavam fazendo, não seria possível meu irmão estar afim da mesma garota que eu, seria? Ele não seria capaz de fazer algo assim, ou seria?
- Vamos, Tom? - Gustav perguntou abrindo a porta do carro e me olhando confuso, já que me perdi nos dois por alguns segundos, imaginando como meu irmão poderia estar me apunhalando pelas costas.
- Vão na frente, eu vou logo atrás - digo o olhando calmo, escondendo todo tipo de emoção rigorosa que eu sentia. Ele apenas acenou com a cabeça e logo meus dois amigos saíram do carro.
Podia sentir minhas veias queimarem pelo ódio e congelarem pela tristeza, podia sentir meu corpo se enrijecer contra o banco quando os olhos de Mia vieram até mim quando os meninos se encontraram com ela e meu gêmeo. Seus olhos eram confusos e vítimos, tão solitários e cansados como os meus, mas estavam assustados com meus olhos penetrantes e carregados de amargura.
Ela não demonstrou nada, assim como eu, apenas o olhar entre duas almas exatamente iguais se encontraram, como se uma estivesse vendo a outra no espelho, ambas machucadas, amarguradas, angustiadas e desgastadas por suas próprias atitudes e escolhas.
