𝐗𝐋𝐕𝐈𝐈. 𝐉𝐚𝐫𝐝𝐢𝐦 𝐝𝐞 𝐄́𝐝𝐞𝐧

269 18 14
                                    

Observo o saquinho com pó branco dentro, questionando se valeria a pena, já sabendo a resposta melhor do que ninguém

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Observo o saquinho com pó branco dentro, questionando se valeria a pena, já sabendo a resposta melhor do que ninguém. Nunca pensaria que esse problema iria voltar, não quando estou bem com Mia, quando penso que estou em paz com minha carne e entrando em acordo com minha alma, mas estou errado. Um fardo como esse não vai embora de uma hora pra outra, um pecado como esse te persegue até o seu último suspiro, e te deixará com um peso enorme até o dia em que seu corpo ficará frio e duro como qualquer outro.

Engulo a seco, apertando firme a pia do banheiro onde, a algumas noites, uma loira que tinha os olhos como o oceano cuidava de mim. A lembrança do toque de Mia trouxe uma calmaria em meu ser, meus músculos relaxaram quando seu toque frio me veio a mente, seus olhos profundos e marcantes pareciam estar bem a minha frente, me amaldiçoando e abençoado até o fim dos tempos.

Tombo a cabeça para trás na tentativa de não cometer o erro, fecho meus olhos com Mia em mente enquanto minhas mãos pressionam forte a pia gelada de meu banheiro. Eu consegui uma vez, consegui por eles, e posso conseguir de novo, sou capaz de não me matar mais, não quero isso.

- Tom! - a voz de um anjo me tira do transe, me arranca do desespero de me matar e me coloca em outro de ser morto - Está cagando aí dentro ou matou alguém?

- Quer entrar e descobrir? - provoco Mia enquanto abro a torneira e levo minhas mãos até a água fria, as molhando e levando até meu rosto para tentar disfarçar a abstinência.

- Bill disse que está aí faz um tempo - sua voz abafada era como a mais bela canção no jardim de Éden - Está tudo bem aí dentro?

- Está - digo simples, sabendo que minha mentira não iria engana-la tão facilmente. Um breve silêncio se fez depois que ouço a respiração da loira atrás da porta, pesada e longa, parecendo estar carregada de certeza sobre o que estava acontecendo nesse banheiro - Como foi a entrevista?

- Normal - ela disse do outro lado da porta - Vai abrir pra mim ou terei que me pendurar na janela pra conseguir entrar aí dentro?

- Espere a prostituta sair e já deixo você entrar - brinco fechando a torneira e indo até a porta, destrancando-a para que eu pudesse sentir a carne daquela que me amaldiçoa.

Percebi um certo clima quando vejo que Mia me olha séria assim que a porta é aberta, seu olhar misterioso me deixou inquieto e nervoso, junto a calmaria perturbadora que ela transmitia ao não se mover quando me vê na porta do banheiro, assustado como um bebê.

- Tem algo errado? - pergunto preocupado, indo até a loira e pegando em sua cintura com delicadeza. - Aconteceu algu- -

- Me beija - ela me interrompe com necessidade e eufórica, levando suas mãos até minha nuca e lançando seu olhar misterioso, me devorando e rasgando minha alma de dentro pra fora. - Agora.

- Como quiser - sussurro antes de sentir minha cabeça ser trazida para seu rosto bruscamente e desesperadamente, de forma tão rápida que senti falta do ar assim que nossos lábios se tocaram.

I Tell You What is Love | Tom Kaulitz (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora