𝐗𝐗. 𝐏𝐫𝐨𝐩𝐨𝐬𝐭𝐚

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Estava no banheiro do andar de baixo do Studio, limpando meu rosto e minhas mãos na pia

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Estava no banheiro do andar de baixo do Studio, limpando meu rosto e minhas mãos na pia. Meu estômago revirava ao ver todo o sangue indo para o ralo, eu ainda não estava acreditando no que havia feito.

Não sabia se eram as drogas, ou se era um suposto ciúmes de Mia com Mikael, ou se só acabei descontando em James... Estava completamente perdido em meus pensamentos agora, me perguntando se valeu apena, se eu era um monstro. Eu gostei daquilo, gostei de ver o sangue escorrer do rosto do desgraçado que ajudou a me afundar, minhas mãos ainda tremiam e minha cabeça doía, as lágrimas escorriam junto ao meu nariz, estava imune e frágil, gritando por ajuda mentalmente, gritando por um colo ou por alguém que me salvasse dessa situação desesperadora.

Jacob e Christina estavam levando James até sua casa de volta, eles escreveram um bilhete onde dizia tudo o que aconteceu brevemente, e o deixariam junto ao rapaz no portão de sua casa. Christina disse que James era bem famoso por acabar em brigas pesadas de rua, e que sua família já estava um tanto acostumada com ele chegando inconsciente ou todo machucado em casa... Eles compravam o silêncio das pessoas caso alguém decidisse denunciar, mas nós não queríamos isso, só queríamos que ele deixasse Mia em paz por completo, deixamos isso bem claro no bilhete, ou caso o contrário, essa não seria a última vez que ele voltaria quase morto para casa em nossas mãos.

A situação com James era muito mais longa e complexa do que apenas uma obsessão por Mia. Ele sempre a acompanhou nas corridas e em algumas premiações antes dela ir embora, e sempre mandava cartas e buquês secretos para ela em seu nome. Mesmo que a garota já tivesse dito milhares de vezes que ela não queria absolutamente nada com James, ele persistia cada vez mais. Quando a garota partiu, ele viu que eu fiquei vulnerável e se aproveitou da situação, ele tinha seus contatos e fazia uns bicos vendendo drogas de qualidade para seus amigos e colegas. Como eu era um desses colegas, ele fez com que eu experimentasse a cocaína pela primeira vez, literalmente me dando ela de presente, e o fazia sempre que me via nas clandestinas ou em premiações. Quando comecei a me viciar, ele passou a cobrar, mas dinheiro não era problema pra mim, então passei a comprar toda hora.

Christina descobriu tudo em uma clandestina, contou a Bill e ele fez o maior barraco, ameaçou e jurou mata-lo se ele não parasse de me vender. Por medo, James realmente parou de vender para mim, mas acabei indo em outros lugares usar e comprar escondido de todos.

Mia não sabia que foi ele quem as vendeu para mim pela primeira vez, até essa noite. Eu não queria encara-la, não queria ver seu olhar de pavor e decepção. Respirei fundo, terminando de tirar o sangue de minhas mãos e tentando me acalmar.

Abro a porta do banheiro e observo a parte de baixo do Studio, os olhos de Bill, Gustav e Georg caíram sobre mim, preocupados e angustiados. Mia estava lá também, mas olhando fixamente para o chão, com os olhos pesados e vermelhos, em efeito da maconha e do choque.

- Estou bem - digo indo até a poltrona vaga que tinha ali, que ficava ao lado do sofá onde os rapazes estavam e de frente para Mia. - Onde estão os outros? - pergunto na tentativa de aliviar um pouco o clima.

I Tell You What is Love | Tom Kaulitz (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora