Jade Barbosa Lambert, um jovem de 21 anos, que nunca aproveitou nada da vida, pois ela já foi traçada pelos seus pais. Neste exato momento, ela está a um passo do altar, pronta pra se casar com um homem que claramente não é o amor da sua vida, a op...
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Jade Barbosa
Ouço a voz do técnico brigar com cada um dos jogadores, e Matheus está incluído nisso. Jorge estava nervoso, todo mundo consegue ouvir suas palavras nervosas em espanhol.
Merda.
Eu me senti tão exposta. Todos estavam ali ouvindo as palavras sujas de Yuri. Eu achava que ele não teria essa coragem toda, mas teve.
Suas palavras tiveram um soco enorme no meu estômago. Ele estava me taxando como uma vagabunda para todos os jogadores.
Ninguém estava entendendo nada. Apenas Gabi, Matheus e eu.
Agora todos os jogadores devem ter a impressão que sou uma interesseira qualquer.
Como eu pude confiar em alguém tão podre?
Ele mesmo confessou olhando em meus olhos. Confessou que sempre teve intenções, mas eu sou ingênua demais.
Que sou ingênua de achar que os jogadores queriam ser meus amigos.
Merda.
Preciso sair daqui. Preciso que as palavras dele sumam da minha cabeça.
Estou no corredor vazio do Maracanã. Do lado de fora do vestiário.
Eu não entrei no vestiário, não tive coragem. Os meninos não tiverem tempo de se arrumar. Sampaoli continua seus xingamentos, eu não queria causar tanto problema pra eles.
Mas cá estou causando problemas até pra os jogadores, sendo xingados por algo que nem fizeram.
Me levanto da cadeira, preciso urgente sair daqui. Cada palavra que sai do técnico, aumenta uma porção de culpa dentro de mim.
Saio desse corredor vazio, onde passa apenas alguns funcionários. Não sei se dou graças a Deus por não ter esbarrado com nenhum jogador do Corinthians.
Além daquela exceção.
Estou novamente pisando no campo do Maracanã, vejo o banco de reservas vazio.
Acho que esse é o melhor lugar pra ficar no momento.
Silêncio.
Acho que nunca pedi tanto por um lugar com silêncio. Acho que toda a briga, a gritaria, xingamento. TUDO.
Tudo o que aconteceu hoje, parece fazer minha cabeça rodar cada vez mais, mas não de tontura.
De paranoia.
Me sento no banco de reserva. A única coisa que faço é jogar minha cabeça pra trás e fechar os olhos.
A única coisa que ouço é barulhos de alguns funcionários. Com certeza estão fazendo a manutenção do campo.
