capítulo 26.

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BRIAN.

Acordei com um pouco de dor de cabeça, Margot queria ser domada por mim ontem e me deixou liderar, era para eu estar ótimo, sim era, mas agora que estamos em um quarto escuro e está tudo silencioso, comecei a pensar sobre meu passado.

Pois bem, não sou um filho da puta só por querer, é como Henry falou, nem todo dinheiro do mundo consegue apagar as merdas que eu fiz. Minha infância foi conturbada por causa das brigas que meu pai tinha com minha mãe. Ele batia nela em minha frente e eu cresci achando essa merda normal.

Margot está dormindo por cima de mim, estou olhando para ela enquanto penso em todas as merdas que fiz em minha vida, Margot é a paz entre todo o caos, eu não posso tê-la para não acabar machucando ela. Margot tem algumas tatuagens no braço, ao passar a mão nelas senti cicatrizes. O que aconteceu com você, mon ange?

Ela é preciosa, é como um anjo, mas também o diabo. Não posso perdê-la, não posso deixar que ninguém machuque o que é meu como deixei anos atrás. Margot é minha responsabilidade agora e tenho que protegê-la.

— Está tudo bem, Brian? – ela fica sentada encima de mim, analisando minha expressão. — Parece estar... triste?

— As tatuagens por cima das cicatrizes, quem fez isso com você, Margot?

Margot parou para pensar, suponho que esteja pensando se deve ou não meu contar de todas essas cicatrizes.

— Quando eu tinha 10 anos, mamãe era considerada a mãe da máfia, ela me disse que eu seria a próxima mãe da máfia – ela ri. — Ela disse que eu precisava treinar duramente até conseguir ser forte como ela para assumir seu "trono" caso acontecesse algo com ela.

Margot deu uma pausa quando seus olhos marejaram e eu a deitei sob meu peito novamente. Senti suas lágrimas em meu abdômen.

— Fui criada como um cachorro de caça desde meus nove anos até os onze, papai não gostava da ideia, ele queria me ensinar a ser forte de uma maneira menos torturante como as da minha mãe. Quando fiz doze anos, minha mãe me deixou presa a noite toda sem comida e sem água em um quarto escuro com 24 mortos em estados que nem o próprio demônio conseguia reconhecer. – ela soluça e faz uma pausa.
— Uma vez quando ela estava me ensinando a lutar, errei um golpe sem querer e ela me amarrou de frente a meu cachorro, que ela matou com as próprias mãos, cada vez que eu fechava meus olhos tentando não olhar para ele todo ensanguentado, ela fazia um corte em meu braço.

Apertei Margot em meus braços e ela se encolheu enquanto deixava algumas lágrimas escaparem. Não sei o que fazer quando mulheres choram perto de mim, nunca tive que precisar ajudar minha mãe quando ela chorava, não tive chances.

— Ela me dizia que me amava, que isso me tornaria forte como ela e me faria a mãe da mafia quando ela partisse, isso me deixou forte e quando meu pai morrer vou ser a nova chefe da mafia dele e serei finalmente a mãe da mafia, a chefe da porra da mafia, eu lutei para isso.

— Todas... todas as cicatrizes foi sua mãe quem fez? – falo, enquanto aliso a mão dela com o polegar.

— Ela me fez entrar em um relacionamento aos 15 com o filho de uma máfia rival para conseguir mais dinheiro, ele... ele me batia, me batia sempre que eu usava uma roupa que não o agradasse ou que eu não fizesse as coisas como ele queria que fosse. – me sento e faço Margot olhar para mim.

— Quem é ele, Margot?

Margot olha para baixo e depois olha para mim novamente, os olhos dela estão encharcados.

— Luc... Luc Monroe.

— Não se preocupe, mon ange, teram que dar outro nome para tortura se forem comparar com o que vou fazer com ele.
– seco as lágrimas do rosto de Margot com os polegares e a puxo para um beijo apaixonado.

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