Desire

Capítulo 2

M A R G O T
D E L Y O N S

Não importava o que eu fizesse, Brian nunca deixaria de ser um fantasma em minha vida. Ontem, ao olhar bem nos olhos dele, eu senti algo. Não me chamo Margot Delyons se eu não fizer aquele riquinho babaca sofrer. Desde o momento em que ele cruzou meu caminho, percebi que seria uma batalha. Mas não sou do tipo que recua facilmente. Não, eu prefiro lutar. E Brian não sabe com quem está lidando. Ele pode ter todo o dinheiro do mundo, mas eu tenho algo que ele nunca terá: determinação e vontade de vencer. Por enquanto, mantenho minhas defesas erguidas, pronta para o próximo embate.

Com meu batom vermelho perfeito e minhas botas de designer, eu me olho no espelho e vejo a própria definição de elegância e poder. Meu vestidinho preto abraça minhas curvas como se fosse feito sob medida para mim. Solto meus cabelos sedosos e vejo como eles caem em cascata sobre meus ombros, causando inveja em qualquer pessoa que ouse me olhar. Sou a personificação do glamour e da confiança. Se eu pudesse, namoraria a mim mesma sem hesitar. Afinal, quem mais poderia competir com tamanha perfeição? Eu sou a essência da beleza e do sucesso.

Desci as escadas da minha casa, pronta para mais um dia de trabalho. Ao chegar à sala, deparei-me com a presença familiar do meu melhor amigo, que estava jogado no meu sofá, imerso em seu celular. Ele também era meu assistente, mas hoje parecia mais um intruso no meu espaço sagrado, estou de TPM. Com um suspiro de impaciência, dei-lhe um olhar significativo, indicando que era hora de nós dois sairmos.

— Acordou com o pé esquerdo, fofinha?
— ele falou, dando partida no carro.

— Olhei para você e fiquei de mau humor.

Ele me mostrou a língua e eu mostrei o dedo do meio.

— Viu que Brian está de volta? Ele e o irmão?

— Infelizmente.

Eu odiava Brian. Desde a infância, éramos como cão e gato, uma dinâmica que só se intensificou com o tempo. Lembro-me claramente da festa de aniversário em que ele ousou se vestir de Kanye West, desafiando meu tema da Taylor Swift. Foi o auge da minha raiva. Agora, como uma mulher rica e famosa, ele ainda é uma espinha no meu sapato, um lembrete constante do nosso passado conturbado. Mas há algo na forma como ele me olha, como se enxergasse além das nossas brigas infantis. Talvez, apenas talvez, exista uma faísca de algo mais profundo entre nós, escondida sob camadas de hostilidade. Mas, somos apenas inimigos.

E nunca vamos deixar de ser.

— Estamos indo para Models Stanford. — Diogo disse.

OI?

— COMO ASSIM VAMOS PARA A EMPRESA DE BRIAN? — surtei, levando minhas mãos até a boca.

— Se acalma, sua louca!

— Diogo, é bom você me dar uma boa explicação de estar me levando para lá, eu estou quase surtando e fazendo esse carro virar com nós dois. — olhei para ele.

— Você nem é louca a esse ponto. — ele falou.

Segurei o volante com firmeza, fazendo o carro se contorcer na pista como uma bailarina descoordenada. Diogo parecia mais uma montanha-russa humana, gritando histericamente enquanto seu cabelo se transformava em uma bagunça épica. "Cuidado, Margot! Você quer nos transformar em um meme de direção perigosa?" ele exclamou, sua voz embargada pelo medo e pela emoção. Eu apenas voltei para meu lugar e esperei ele começar a explicar porque vamos para a MS.