capítulo 34

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MARGOT.

Há cinco dias estou sendo tratada como cachorro por Daniel, ele anda me batendo, mas de verdade, eu agradeço que ele não tenha mais me tocado sem permissão.

Apollo e Zeus tem sido uma ótima companhia para mim, passar quadro dias presa em um quarto não é tão ruim estando com eles dois.

Não sei se Brian está perto de me encontrar, para falar a verdade, nem sei se ele está me procurando. Não é que eu duvide do amor que ele sente por mim, eu ainda não tenho certeza se ele me ama como eu o amo.

Daniel pelo ao menos colocou um relógio no quarto, assim eu posso ter noção de que horas são.

São quatro da manhã e eu não consigo dormir, no jantar colocaram um comprimido para dormir em minha comida, Magda Delyons me ensinou a nunca comer da comida do inimigo sem checar antes. Minha mãe me ensinou vários truques para identificar se a comida está envenenada ou não. Não fui idiota e vomitei para Daniel me mandar para o quarto com a comida e eu conferi se não tinha nada que pudesse tirar minha consciência, e tinha.

Me sinto tão cansada, tanto fisicamente tanto psicologicamente. Estou sem forças para tentar fugir, eu já tentei. Decorei todas as entradas e saídas, mas tem vários cachorros e homens espalhados por todos os lugares possíveis de fugir.

Me levantei para ir ao banheiro lavar meu rosto para me manter acordada, não quero dormir e que Daniel se aproveite disso. Estou com outro vestido branco e meio longo, Daniel realmente ama me ver vestida de branco e o guarda-roupas está cheio de vestidos brancos.

Chorei ao olhar minha aparência no espelho, machucados no rosto, lábios cortados e os olhos inchados cheios de olheiras. Nunca imaginei passar por isso, nunca.

Abaixei minha cabeça na pia e comecei a lavar meu rosto para tentar parar o sangramento de um corte do soco que levei no canto da boca e comecei a escutar tiros. Está acontecendo uma troca de tiros lá embaixo.

Meu Deus, por favor, que seja o Brian pronto para me tirar desse inferno.

Apollo e Zeus começaram a latir e eu corri para porta.

— BRIAN! EU ESTOU AQUI, ESTOU AQUI!
— grito, enquanto bato na porta. — HENRY, BRIAN! SOCORRO, EU ESTOU AQUI! 
— continuo a gritar e bater na porta.

Meus gritos estão roucos, minha garganta dói e estou perdendo meu ar, mas não paro de gritar em momento algum.

Corri para sacada e peguei uma cadeira de madeira para quebrar o vidro, bati a cadeira contra a porta umas duas vezes e consegui quebrá-la.

Assim que o vidro se quebrou, me cortei com alguns cacos de vidro, a adrenalina que corre em minhas veias não me permite sentir a dor do corte, eu só quero sair daqui.

O local está pouco iluminado, o sol já está nascendo e consigo escutar um helicóptero e os tiros lá embaixo.

Olhei para baixo analisando a possibilidade de pular aqui de cima, mas se eu pular, é morte na certa.

Continuei a gritar por socorro e logo fui agarrada por trás por Daniel, comecei a gritar ainda mais.

— Vamos embora daqui antes que Brian te leve embora! — ele grita devido ao helicóptero.

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