𝟐𝟓. liars must die

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— Então, o que me diz?

Jeno piscou algumas vezes, retornando a consciência quando ouviu a voz de Rain. Não estava pensando direito naquele momento, sentia que sua mente não funcionava como devia, assim como seu corpo inteiro. Tudo parecia doer.

Lentamente ele ergueu os olhos, encontrando os de Rain o encarando enquanto aguardava uma resposta. Ele tinha que tomar uma decisão. Tinha que escolher um lado e sabia que não tinha tempo para isso. Rain queria uma resposta agora. Ele soltou o ar devagar, sentiu sua cabeça rodar, piscou algumas vezes na intenção de retomar o controle, mas nada em si funcionava bem naquele momento.

Rain bateu as mãos, causando um eco no local e sorriu.

— Tudo bem, eu te ajudo a escolher — exclamou, virando-se para a porta. — Traz a garota.

O tom de voz foi alto e Jeno supôs que ele estava falando com quem estava do lado de fora daquela sala. Sentiu a preocupação lhe tomar por não saber o que aconteceria. Seus olhos se fixaram na porta quando ouviu o barulho dela abrindo, seu coração pareceu bater da forma errada e um misto de sentimentos o tomou. Liang arrastou Mina até o meio, de forma que ela ficasse de frente para ele.

Jeno a observou ser obrigada a se ajoelhar no concreto, suas mãos estavam amarradas e havia uma mordaça em sua boca. Tinha ferimentos por todo corpo, hematomas roxos e feridas abertas, sangue escorria por sua pele e notou como ela parecia fraca demais para conseguir reagir.

— É a sua chance, Jeno. Você pode se junta a mim, que estou sendo verdadeiro com você desde o início ou acabar como todos esses mentirosos — falou, girando a arma entre os dedos e sorrindo ao apontá-la para a cabeça de Mina. — Mentirosos merecem morrer. Tudo o que eles fizeram foi mentir para você a vida inteira. Essa daqui principalmente, não é?

Jeno manteve o olhar em Mina, que negou devagar com a cabeça indicando que ele não fizesse nada estupido, ele não podia perdê-la daquela forma.

— Ela não tem nada a ver com isso, Rain.

— Ah! Mas tem! — Liang afirmou, ela se aproximou e sorriu. — Você nunca soube esconder, Jeno, sempre andou atrás dela igual uma cadelinha, mesmo quando ela era uma vadia com você, pelo amor de Deus. Você beijou ela quando já estamos juntos, que porra você tava pensando? Pra um Lee, você é tonto demais.

Mina resmungou baixo, reclamando de dor quando Liang lhe acertou o rosto com o cano da arma.

— Você é a porra de uma vadia mentirosa, Mina. Mentiu para ele o tempo inteiro, tudo o que você fez foi brincar com ele, você nunca esteve com ele. E sabe por que, Jeno? — questionou, um risinho baixo deixou seus lábios. — Porque essa vagabunda já tem uma família e você só servia para a carência dela.

Jeno piscou confuso, seus olhos ainda encarando os de Mina. Todos os segredos e tudo o que ela escondia, o fato de não poder estar com ele de verdade, o fato dela sempre dizer que o via de outra forma. Então era aquilo? Ela tinha outra pessoa?

Mina piscou devagar, resmungando abafado em um choro desesperado. Parecia querer dizer algo, parecia desesperadamente dizer algo. Jeno quis entender cada palavra, queria entender o que os olhos dela lhe diziam. Não importava muito naquele momento, mas Mina tinha partido seu coração mais uma vez, tinha lhe despedaçado novamente. Algo dentro de si doeu, tinha tentado seguir em frente, tinha tentado a esquecer, mas ela insistia em permanecer ali. Não conseguia simplesmente a deixar ir.

— Isso não importa mais, Liang, você sabe disso. Ela não tem nada a ver com porra nenhuma — falou baixo, a voz saindo por um fio.

Não tinha forças nem mesmo para falar.

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