𝟏𝟖. invitation to come back

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Sowon soltou o ar em alívio assim que deixou o banheiro, usava uma toalha para secar os fios molhados de cabelo e vestia um pijama quentinho. Ao sentar-se na cama conferiu o celular, notando que as mensagens que havia mandado para Donghyuck ainda não tinham sido recebidas. Por um momento sentiu a preocupação lhe tomar, sabia que ele tinha ido resolver algo para Taemin e ela nunca conseguia ficar calma sabendo de todos os riscos que eles corriam, tinha em mente que o NCT era importante para Hyuck e, muito embora ele tivesse saído, o NCT nunca tinha saído dele. Ela respeitava totalmente aquilo.

Deixando o celular de lado, ela seguiu em passos lentos em direção a cozinha, suavemente deixando uma das mãos pousar sobre a barriga enquanto resmungava baixinho sobre seu dia, como se o bebê de somente três meses já pudesse ouvi-la, já conseguia sentir algumas diferenças em seu corpo e, mesmo que fosse uma fase nova em sua vida, não poderia estar mais feliz. Donghyuck não era tão diferente, era tão babão pelo bebê e não perdia a oportunidade de conversar sozinho com a barriga, além disso, o garoto também tinha criado uma super-proteção extra e qualquer coisa suspeita demais já lhe tirava o sono.

Ao chegar na cozinha, Sowon procurou pelo potinho de iogurte que tinha separado, o abrindo e sorrindo com cheirinho bom de frutas vermelhas, lentamente levando a colher aos lábios. Seus olhos caíram no par de sapatinhos que estavam sobre a bancada, observando a lã na cor branca e os detalhes em amarelo, pensou em como algo poderia ser tão pequeno a ponto de caber na palma de sua mão.

Ela soltou o ar lentamente, deixando a embalagem quase vazia sobre a bancada enquanto segurava o parzinho pequeno de sapatos. Deu a volta na bancada, pensando que talvez assistir um pouco de televisão seria bom até que Donghyuck chegasse, contudo, antes que chegasse até o sofá, ouviu um barulho alto no corredor a fazendo cessar os passos, franzindo o cenho ao pensar que talvez o cachorro do vizinho tivesse fugido de novo ─ ele fazia aquilo com bastante frequência ─, mas no segundo seguinte viu a porta de seu apertamento se abrir em um estrondo. Ela pulou com o susto, vendo o homem que deveria ser cinco vezes maior que ela adentrar o apartamento enquanto puxava uma arma da jaqueta preta.

Seu coração disparou e sua respiração pareceu presa naquele mesmo segundo, seu braço contornou a barriga em proteção ao bebê e seus olhos se arregalaram quando a arma mirou sua testa, o barulho de tiro foi ouvido e seus olhos se apertaram com força, mas nada foi sentido e, ao abrir os olhos novamente, viu o corpo do homem ir ao chão enquanto Jungwoo adentrava o apartamento rapidamente.

─ Você está bem? Está ferida? ─ perguntou rapidamente, nem mesmo esperando uma resposta antes de continuar. ─ Eles estão em número maior e Mark e eu não vamos dar conta, eu preciso que você se esconda e ligue para alguém, entendeu? ─ explicou de forma rápida, de longe ouvindo os passos no corredor se tornarem mais próximos.

Sentindo Jungwoo a empurrar, Sowon apressou-se para que seguisse até o quarto, ouvindo os tiros e se encolhendo. Não havia onde se esconder, não ali dentro. As lágrimas se formaram em seus olhos no mesmo instante e ela alcançou o celular, rapidamente discando o primeiro número que veio a mente.

Donghyuck.

Com uma das mãos ela segurou o celular na orelha enquanto a outra apalpava a parte embaixo do colchão para procurar a pistola que o noivo tinha escondido ali, suas mãos tremiam e ela tentava impedir as lágrimas.

Sentia medo.

Sentia um medo absurdo de que algo acontecesse a seu bebê.

─ Hyuck, eu... Meu Deus, onde você está? Nos seus pais? Eu... Por favor, vem para casa, tem alguém, e Jungwoo e Mark e... São muitos e... Por favor! ─ falou tudo rapidamente, sentindo o soluço escapar de seus lábios, nem mesmo prestando atenção no que ele respondia.

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